Analista-consultora da aviação executiva decifrando a diferenciação e separação entre de jatos executivos supermédios (SMS – Super Mid Size) e jatos cabine larga de ultralongo alcance, pelos critérios de escolha dos operadores, em 07.09.25


Em post no dia 05 na plataforma online da AIN, a editora da revista mensal da mídia Kerry Lynch repercutiu a publicação de relatório da analista e consultora de mercado americana Rolland Vincent Associates (RVA) intitulado relatório “Tailored to fit: Decoding the structural break between Super Mid-Size and Large Business Jets” (Feito sob medida: Decodificando a separação estrutural entre jatos executivos de grande porte e supermédio).

Lynch divulga que o relatório da RVA analisa as diferenças nos segmentos de aeronaves e os fatores que as fabricantes de aeronaves devem considerar ao projetar seus próximos jatos executivos. Essas diferenças impactam não apenas o design da aeronave, mas também a estratégia do produto e as decisões de investimento, concluiu a RVA. O relatório foi elaborado para oferecer orientação às fabricantes de aeronaves e investidores sobre onde e como competir na próxima geração de jatos executivos.

Lynch inicia post apontando que os nichos de mercado de jatos executivos supermédios (SMS – Super Mid Size) e jatos cabine larga de ultralongo alcance apresentam diferenças estruturais nos perfis, necessidades e preferências dos clientes, com os primeiros (SMS) tendendo a ser mais sensíveis ao preço e os últimos mais focados em desempenho e conforto, de acordo com a consultoria do segmento da aviação executiva Rolland Vincent Associates (RVA).

A análise da RVA aponta para a próxima plataforma de jatos executivos totalmente nova, que provavelmente surgirá na extremidade superior da classe SMS ou na classe de jatos grandes.

No entanto, o presidente da RVA, Rollie Vincent, acrescenta: “Nossa análise mostra que SMS e jatos grandes não são pontos em um continuum [transição – diferença] harmonioso — são mercados separados com suas próprias regras de atuação. Interpretar mal essa divisão estrutural pode levar a erros dispendiosos no planejamento do produto”.

Jatos supermédios (SMS) e jatos grandes são frequentemente agrupados estrategicamente, mas são mercados distintos com clientes, missões e propostas de valor diferentes, afirmou Rolland.

Segundo o relatório, os compradores de jatos supermédios (SMS) são mais conscientes dos custos e focados em valor, enquanto os compradores de jatos grandes se concentram em capacidade, prestígio da marca e alcance global.

Pesquisas mostram que 4.200 MN parecem ser um “ponto de ruptura” na diferenciação da categoria de aeronaves. “Esta gama representa uma mudança radical no tamanho da cabine, preço e perfil de missão, refletindo um design e expectativas dos clientes fundamentalmente diferentes”, aponta a RVA.

Para jatos supermédios (SMS), aqueles que normalmente viajam entre 3.000 MN e 4.200 MN, os compradores tendem a ser mais conscientes do preço, buscando valor por meio de alcance eficiente, custos operacionais competitivos e flexibilidade operacional, de acordo com a RVA. Isso é particularmente verdadeiro para operações compartilhadas. A RVA também observa que projetos comprovados podem garantir a confiabilidade do despacho e a ampla utilidade da frota nesta categoria.

Quanto às aeronaves de grande porte, de 4.200 MN a 7.000 MN, os compradores tendem a ser Pessoas Físicas, Pessoas Jurídicas com patrimônio líquido altíssimo e mais e entidades governamentais que priorizam capacidade, marca e utilidade de longo alcance. À medida que os vôos se tornam mais longos — oito horas ou mais —, aumentam as expectativas por cabines maiores e mais confortáveis, que permitam aos passageiros trabalhar, descansar e se movimentar com facilidade. “Neste segmento, o preço frequentemente desempenha um papel secundário em relação ao desempenho da missão, ao conforto e ao valor percebido”, de acordo com o relatório da RVA.

O relatório questiona ainda mais o potencial papel da velocidade como diferencial. Isso não tem acontecido nos últimos anos, dado o desempenho relativamente semelhante das aeronaves nesse segmento; mas pesquisas sugerem que a velocidade pode assumir nova importância caso uma mudança significativa entre no mercado, acrescentou a RVA: “Tal avanço pode remodelar as percepções dos compradores e estimular a demanda incremental no segmento”.

A RVA planeja prosseguir com pesquisas no quesito de velocidade de cruzeiro maior, incluindo o potencial para aeronaves executivas supersônicas.

“Entender onde a demanda realmente está é essencial para uma alocação inteligente de capital”, disse Dean Roberts, vice-presidente de estratégia, sustentabilidade e desenvolvimento da RVA. “Este relatório confirma que os compradores nesses segmentos pensam, se comportam e investem de forma diferente. Estratégias que funcionam em um segmento não necessariamente se traduzem no outro — e o mercado recompensa aqueles que projetam com essas diferenças em mente”, completou Roberts. [EL]