Analista de mercado Jefferies aponta que alguns combustíveis de aviação sustentáveis são mais ecológicos que outros, com a quantidade de economia de emissões de carbono ao longo do ciclo de vida podendo variar muito, em 12.12.23
Conforme artigo no dia 27 de Curt Epstein, editor-sênior da mídia especializada AIN on line, um relatório recente, de final de novembro passado, da analista de investimentos americana Jefferies mostra que nem todos os combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) são iguais em termos de benefícios ambientais, que podem variar significativamente dependendo de qual das 11 vias aprovadas é utilizada para a sua produção.
A Jefferies baseia esta posição numa discussão que organizou com Daniel Bloch, especialista em SAF da IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, sobre abordagens políticas para aumentar a produção e disponibilidade de SAF.
Com uma grande variedade de matérias-primas disponíveis, alguns “caminhos” (processos) de produção – e as matérias-primas que utilizam – oferecem uma redução significativamente melhor de CO2 nos seus ciclos de vida, observou Bloch.
Como um exemplo, a utilização de óleo vegetal novo (em oposição ao óleo de cozinha usado) como matéria-prima para o processo HEFA proporciona apenas um ganho (redução) de até 20% nas emissões de carbono em comparação com o SAF derivado de processo Fischer-Tropsch (processo químico para produção de hidrocarbonetos líquidos a partir de gás de síntese) a partir de CO2 e hidrogênio utilizando energia renovável, que poderia trazer o ganho para perto de 100%.
A maioria das refinarias de produção de SAF existentes utiliza o processo HEFA.
O relatório da Jefferies salientou que, embora os novos projetos que utilizam as vias de álcool para jato (ATJ – Alcohol-to-Jet) e processo Fischer-Tropsch tenham custos de capital iniciais mais elevados, os seus custos operacionais são mais baixos. Como resultado, as instalações de produção baseadas nessas tecnologias levarão mais tempo para atingir uma produção em escala. No entanto, de acordo com a IATA, estes meios são fundamentais para geração de volumes crescentes de SAF porque as suas matérias-primas de terceira geração são menos limitadas.
O SAF desempenhará um papel importante na meta da IATA de emissões líquidas zero até 2050 e sendo previsto que fornecerá 65% da equação geral de redução de emissões. A associação do transporte observa que o fornecimento do combustível será fortemente específico de região e atualmente não está suficientemente dimensionado para ser competitivo em termos de custos com o querosene de aviação (QAv/JET-A), combustível fóssil convencional.
Bloch vê 2025 como um potencial ponto de virada na produção de SAF, com o início de medidas políticas européias, como a obrigatoriedade de mistura de SAF do Reino Unido e o programa da União Européia ReFuel. [EL] – c/ fonte