Analistas do mercado financeiro consideram que dados da EMBRAER de entregas no 1T24 indicam tendência positiva, mesmo impactados por falhas na cadeia de suprimento e sazonalidade do trimestre, em 27.04.24


Fonte: InfoMoney – 22/04/2024
A EMBRAER apresentou seus dados de entregas do primeiro trimestre nesta segunda dia 22, para o mercado financeiro.

A fabricante entregou 25 aeronaves no 1º trimestre de 2024, 10 a mais do que as entregas do 1º trimestre de 2023. A backlog total foi de US$ 21,1 bilhões, maior cifra nos últimos 7 anos para a companhia. A EMBRAER alcançou o patamar principalmente por pedido realizado pela American Airlines, por jatos E175.

Mesmo abaixo do consenso, os números foram considerados positivos para analistas e as ações na Bolsa brasileira reagiram positivamente no dia. Os papéis (EMBR3) subiam 0,97%, a R$ 31,22, às 15h45 (horário de Brasília). A ação fechou o pregão com alta de 1,26%, com R$ 31,31 (último negócio), com máximo de R$ 31,80 e mínimo de R$ 30,94, preço médio de R$ 31,34, no dia.

No ano, a EMBRAER valorizou mais de 39% e, nos últimos 12 meses, a alta foi de mais de 57%.

A Avião Comercial representou US$ 11,1 bilhões (com crescimento de US$ 2,3 bilhões no trimestre), reforçados pelo anúncio de pedido da American Airlines. Na Avião Executiva, a backlog ficou em US$ 4,6 bilhões, com aumento de US$ 0,3 bilhões trimestralmente. A divisão de Serviço e Suporte da companhia registrou um backlog recorde de US$3,1 bilhões (estável trimestralmente).

A backlog da divisão Defesa & Segurança apresentou queda de 4% na comparação trimestral, apesar das negociações mais recentes com países da EMEA. Nesse segmento, é importante destacar que pedidos da Ásia-Pacífico ainda não foram registrados, o que representa um significativo potencial de alta, de acordo com analistas.

Para o Bradesco BBI, mesmo abaixo do consenso, os números indicam que a situação da oferta tem potencial de melhorar ao longo do ano. O cumprimento da orientação fornecida pela companhia, de 72 a 80 aeronaves comerciais em 2024, dependeria não só de melhor cenário para oferta mas também de resolução de problemas na cadeia de suprimentos.

O banco considera o nome como outperform (performance acima da média, similar à compra), com preço alvo de US$ 30 para o ADR (American Deposit Recipt – recibo de ações de companhias brasileiras negociadas no EUA) da EMBRAER.

Um dos riscos para as entregas da companhia era a escassez relacionadas aos motores Pratt & Whitney, que seguem afetando a EMBRAER, mas deve melhorar ao longo do ano.

O banco destacou também os esforços para redução da sazonalidade, uma vez que primeiro trimestre tende a ser o mais fraco para os negócios da fabricante.

De acordo com o Santander, os números apresentados são sólidos, em especial na Aviação Executiva, e demonstram significativo aumento na backlog na comparação trimestral. A natureza das entregas dá indicações, para a equipe de análise, fortalecimento da demanda, considerando as entregas mais fortes de jatos executivos. Os dados também aumentam a confiança na entrega da orientação do volume para 2024.

Em relação aos modelos comercializados, o Santander compreende que a demanda por E1s segue forte na América do Norte (principal mercado dos EJets de primeira geração da EMBRAER). Os analistas do banco também apostam na melhora da dinâmica na cadeia de produção para impulsionar os números da aeroespacial.

O Santander indica o nome como outperform, com preço alvo de US$ 38,00 para o ADR.

Para o BTG Pactual, as entregas superaram as expectativas, em especial com entregas da Aviação Executiva em quatro unidades acima da previsão. Ainda que em Aviação Comercial o número reportado tenha ficado uma unidade abaixo do esperado, os dados foram considerados como positivos.

A visão do banco é que a Aviação Executiva apresentou dados bons o suficiente para impulsionar os resultados do primeiro trimestre (tradicionalmente o mais fraco do ano).

O BTG recomenda compra para o nome, com preço alvo de US$ 32,00 para o ADR.