ANATEL aprova novo prazo para uso da faixa de 3,5 GHz pela tecnologia 5G, em 05.06.22


Conselho diretor da agência atendeu a recomendação de grupo técnico, ANATEL
adia para setembro prazo para implantação do 5G nas capitais brasileiras
Fonte: g1 – 02/06/2022
O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) aprovou, nesta quinta (02), a proposta do grupo técnico para estender até 29 de setembro o prazo para a entrada em operação da tecnologia 5G nas capitais do país.

adiamento foi recomendado pelo grupo que coordena a implantação da internet 5G no país, o GAISPI. O grupo, criado pela ANATEL, é composto também por representantes do Ministério das Comunicações e das empresas vencedoras do leilão.

Em maio, o GAISPI afirmou que a proposta não representa, necessariamente, o adiamento do 5G, mas, sim, a concessão de prazo adicional para cumprimento das obrigações necessárias à ativação da tecnologia. Isso porque, nas capitais onde já houver condições técnicas, o sinal poderá ser disponibilizado antes.

Segundo nota divulgada pela ANATEL, o Conselho diretor aprovou o adiamento diante da falta de equipamentos para fazer a “limpeza da faixa” de 3,5 GHz, que será usada pelo 5G.

Pelo edital do leilão do 5G, a tecnologia deveria estar disponível nas capitais até 31 de julho. Porém, o documento já previa a possibilidade de estender o prazo por 60 dias. Assim, após a aprovação no Conselho diretor, o prazo foi estendido sem necessidade de alterar o edital. Nada muda no prazo de implantação nas demais cidades. Está mantido o cronograma que estabelece a entrada em operação gradualmente até 2029. De acordo com a Anatel, o 5G pode ser implementado antes de setembro nas capitais em que houver possibilidade de antecipação. Nesses casos, não será necessária aprovação do Conselho diretor.

A faixa de 3,5GHz, usada pelo 5G, também é utilizada para transmissão do sinal da TV parabólica. A limpeza é necessária porque o Ministério das Comunicações definiu que a implantação do 5G não prejudicaria as pessoas que assistem TV aberta e gratuita por meio dessa tecnologia de radiodifusão.

Para não haver interferência, o sinal das parabólicas será transferido para outra faixa de frequência, e a faixa de 3,5 GHz será usada somente para o 5G. Kits de recepção do novo sinal das TVs parabólicas serão distribuídos à população.

De acordo com a ANATEL, há a entrega dos equipamentos necessários para isso no prazo original se tornou uma “impossibilidade” para a indústria.

“O lockdown na China, a escassez de semicondutores, as limitações do transporte aéreo e a demora no desembaraço aduaneiro trouxeram impactos ao projeto”, informa a agência em nota.

Para receber a tecnologia 5G, boa parte das capitais e demais cidades também precisarão mudar a legislação municipal para adequar as normas à Lei Geral de Antenas e a um decreto de 2020. O objetivo é atender à necessidade de instalação de, no mínimo, uma antena por 100 mil habitantes.

De acordo com o Ministério das Comunicações, 16 capitais brasileiras já fizeram a adequação legislativa para implementar o 5G ainda em julho. Ainda assim, as empresas de telefonia precisam dos equipamentos para fazer a “limpeza de faixa”.

As capitais com legislações adequadas à nova tecnologia, segundo o ministério, são:

  1. Boa Vista
  2. Manaus
  3. Porto Velho
  4. Fortaleza
  5. Natal
  6. Recife
  7. São Luís
  8. Teresina
  9. Brasília
  10. Campo Grande
  11. Rio de Janeiro
  12. São Paulo
  13. Vitória
  14. Curitiba
  15. Florianópolis
  16. Porto Alegre


Aprovado novo prazo para uso da faixa de 3,5 GHz pela tecnologia 5G
Fonte: ANATEL – 02/06/2022
A ANATEL divulgou notícia no seu portal, no dia 02, de que o Conselho Diretor da Agência aprovou, na quinta (02), a proposta de prazo adicional de 60 dias para início do uso da subfaixa de radiofrequências de 3.300 a 3.700 MHz pelas vencedoras do leilão do 5G em todas as capitais de Estados e no Distrito Federal (DF).

O prazo para liberação da faixa que permite a ativação do 5G era 30 de junho de 2022. O prazo para o cumprimento das primeiras metas (obrigações) de ativação de Estações Rádio Base (ERBs) era 31 de julho de 2022 – sendo uma ERB para cada 100 mil habitantes nas capitais. Com o prazo adicional, essas datas passam a ser 29 de agosto e 29 de setembro deste ano, respectivamente.

A proposta prevê, ainda, a possibilidade de antecipação da liberação do uso de faixa em determinadas áreas de prestação, conforme avaliação a ser realizada pela Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) e aprovada pelo Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (GAISPI), mediante comunicação ao Conselho Diretor.

A motivação técnica para a aprovação de prazo adicional foi a impossibilidade de entrega de equipamentos pela indústria, para a mitigação de interferências nas estações satelitais, no prazo original. De acordo com a EAF, o lockdown na China, a escassez de semicondutores, as limitações do transporte aéreo e a demora no desembaraço aduaneiro trouxeram impactos ao projeto.

O relator, conselheiro Emmanoel Campelo, ressaltou em seu voto que “por maior que seja o interesse na antecipação da implantação do 5G, em razão de todos os benefícios que trará para a economia e para a sociedade, não pode a Anatel questionar ou deixar de implementar a política pública definida unilateralmente pelo Ministério das Comunicações (MCom), por meio da Portaria nº 1.924/SEI-MCOM, de 29 de janeiro de 2021. Nela, estabeleceram-se diretrizes para os certames licitatórios das faixas de radiofrequências de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz e definiram-se os critérios para a proteção dos usuários que recebem sinais de TV aberta e gratuita por meio de antenas parabólicas na banda C satelital, adjacente à faixa de 3,5 GHz. Cumpre à Anatel, portanto, colocar em prática a política pública instituída, o que inclui a proteção dos usuários da chamada Television-Receive Only (TVRO)”.

O edital do Leilão do 5G já previa que os prazos estabelecidos no cronograma poderiam ser alterados em 60 dias, desde que constatadas dificuldades técnicas para a realização de atividades necessárias para a migração da recepção do sinal de televisão aberta e gratuita por meio de antenas parabólicas na Banda C para a Banda Ku ou para a desocupação da faixa de 3.625 MHz a 3.700 MHz por sistemas do Serviço Fixo por Satélite (FSS).

Adiar 5G é necessário, afirma presidente da ANATEL – postergação é necessária por conta da escassez de equipamentos para limpeza da faixa de 3,5 Ghz
Fonte: Estadão/InfoMoney – 03/06/2022
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Carlos Baigorri, confirmou que a postergação da ativação do 5G nas capitais de julho para setembro foi necessária por conta da escassez de equipamentos para limpeza da faixa de 3,5 Ghz e da ausência de alternativas para contornar esse problema. Além disso, não descartou novos atrasos, embora esse não seja o cenário esperado.

A faixa de 3,5 Ghz está passando por uma limpeza a fim de evitar interferências no tráfego do sinal de 5G com os sinais de TV para antenas parabólicas, que transitam no mesmo espaço. Esse trabalho requer a importação de filtros para adaptação das grandes antenas.

O problema é que a principal fabricante dos equipamentos é a China, que atravessou uma nova onda de Covid e de restrições à circulação nos últimos meses, atrasando o envio dos itens.

A possibilidade de extensão do prazo em 60 dias já era prevista no edital dos lotes de frequências para o 5G, realizado no fim do ano passado pela ANATEL.

A proposta de utilização de uso desse prazo adicional partiu do Grupo de Acompanhamento das Obrigações da Faixa de 3,5 Ghz (GAISPI) após ouvir o relato de problemas das empresas com a importação dos filtros.

“Diante da indisponibilidade de filtros para proteger os sistemas profissionais de TV aberta neste momento, se optou por aprovar a proposta do GAISPI. Não vamos permitir ativar o 5G e derrubar a TV aberta”, declarou Baigorri, em entrevista coletiva à imprensa.

O adiamento foi aprovado por unanimidade na reunião do conselho diretor da Anatel realizado na tarde desta quinta (02). “Está evidente que não existem alternativas para antecipar o cronograma”, completou o presidente da agência reguladora.

Mesmo com a extensão do prazo em 60 dias, Baigorri indicou que o prazo é curto e continua sendo desafiador para garantir a chegada dos filtros e a sua instalação devida.

Eventualmente, o 5G pode ser ativado antes de setembro em capitais onde a limpeza for concluída antes. A importação dos equipamentos continuará sendo monitorada, mas não estão descartados os riscos de novos atrasos.

O edital do leilão das faixas do 5G não prevê, entretanto, a concessão de prazos além desses 60 dias. “Se acontecer alguma coisa, a gente vai ter que ver como é que lida”, disse Baigorri. “O GAISPI vai ter que montar um plano de contingência”, acrescentou Baigorri.

O prazo original para conclusão da limpeza da faixa e liberação para as operadoras era 30 de junho, com ativação do 5G para uso pela população até 31 de julho. Com o prazo adicional, as novas datas passam a ser de 29 de agosto e 29 de setembro, respectivamente, conforme esclarecido pela ANATEL.