Aos 55 anos e celebrando 35 anos de listagem na Bolsa brasileira, EMBRAER nunca esteve “tão forte”, diz CEO, em 31.08.24


Fonte: InfoMoney – 29/08/2024
A fabricante de aeronaves brasileira EMBRAER (EMBR) completou 55 anos na semana passada e apesar da ‘idade’ avançada, “nunca esteve tão forte”, afirmou Francisco Gomes Neto, CEO da fabricante.

Gomes Neto falou durante evento na B3 celebrando os 35 anos de listagem da EMBRAER na Bolsa brasileira. E também comemorou o desempenho das ações (EMBR3), que chegaram a R$ 6 na pandemia e ultrapassou os R$ 40 nas últimas semanas, chegando em suas máximas históricas; com o pregão do dia 27, as ações negociadas na BOVESPA – EMBR3 – acumularam desempenho de alta de 104,06% no ano e de 147,11% no período de 12 meses, com alta de 4,29% no mês, com preço de fechamento no dia 28 de R$ 46,65 (preço médio no pregão de R$ 46,50).

Gomes Neto destacou a atual carteira de pedidos da companhia, que ultrapassa USS 21 bilhões: “Isso da mais de três anos de produção e temos outras campanhas em andamento”. Gomes Neto prosseguiu: “Em sua história, a EMBRAER lançou mais de 30 modelos diferentes de aeronaves e entregou mais de 9 mil unidades, em pelo menos 100 países diferentes”.

Gomes Neto relembrou o “ano dificílimo” de 2020, com a pandemia e o fim do acordo com a Boeing para uma joint venture. “Viramos esse jogo. O prejuízo virou lucro”, afirmou o executivo.

“Não contamos com obrigação de compra das nossas aeronaves”, diz vp de aviação comercial da EMBRAER, e que ainda destaca a importância de modelos como os produzidos para o desenvolvimento de novas rotas
Fonte: InfoMoney – 29/08/2024
O CEO da EMBRAER (EMBR), Francisco Gomes Neto, disse que a fabricante “fica feliz” que o governo brasileiro esteja tentando incentivar compras de aeronaves brasileiras por cia. pelas aéreas também brasileiras. “Só uma aérea do Brasil voa com aeronaves da EMBRAER”, destacou Gomes Neto nesta quinta-feira (29).

O vice-presidente de aviação comercial da EMBRAER Rodrigo Souza disse que, ainda assim, a fabricante “não conta com a obrigação de compra de clientes”. E destacou a importância de modelos como os produzidos pela EMBRAER para o desenvolvimento de novas rotas: “Novas rotas não são feitas com aviões de 200 assentos. Aviões de 100 a 150 lugares são ideais para esse tipo de desenvolvimento”. Souza prosseguiu: “O mercado está se reestruturando de uma forma que favorece os aviões da EMBRAER”. Rodrigo destacou a necessidade das aéreas em adicionar aeronaves com capacidade entre 100 e 150 passageiros em seus portfólios, como o modelo E2, o mais competitivo.

A EMBRAER promove que o EJet de segunda geração (E190/195) E2 é uma aeronave de corredor único mais eficiente, com 25% de redução em emissões por passageiro.

“A gente olha também novas tecnologias com propulsão híbrida, célula combustível e hidrogênio. Não são para agora, são para 2030, 2035, 2038, mas nos dá então uma perspectiva também do que a EMBRAER pode desenvolver de novos produtos no futuro”, afirmou Rodrigo alargando o prospecto de produtos de aeronaves e negócios.

Os EJets são o principal produto da aviação comercial da EMBRAER e atingiram 2.200 unidades produzidas.

“A família EJet é uma das mais bem-sucedidas do mundo de todos os tempos no segmento de corredor único. Continua sendo competitiva e aumentando a presença da EMBRAER global”, Souza afirmou. Ele observou que há mais de 80 clientes voando nesses aviões, em mais de 55 países, e que são mais de 1.600 aviões em operação.

“As companhias aéreas não trocam de avião facilmente. Então, ter uma base de clientes forte significa que muitos deles comprarão mais aviões do que eles já têm em EMBRAER”, Souza afirmou.

O executivo disse ainda que as companhias low cost (baixo custo) começam a olhar para aeronaves do porte dos EJet em suas novas estratégias.

Por enquanto, segundo Souza, a EMBRAER não tem planos de curto prazo para produzir aviões de maior capacidade.

Durante a pandemia, sem acordo com a Boeing para uma joint venture e a compra da concorrente pela Bombardier, a aviação comercial da EMBRAER precisou sacrificar margens em uma estratégia agressiva para competir com os outros players. Mas essa abordagem ficou para trás, segundo os executivos da companhia.

“A gente não precisa ser tão agressivo quanto estava sendo antes. Já temos a linha de 2025 basicamente vendida, 2026 uma boa parte e nas novas vendas, desde o ano passado, temos trabalhado para aumentar a lucratividade, aproveitar esse vento a favor de mercado”, afirmou Rodrigo Souza.

EMBRAER passa por um momento inédito na unidade de defesa e segurança – pela primeira vez, os pedidos (backlog) internacionais superaram os nacionais em um movimento visto como globalização da unidade de negócios
Fonte: InfoMoney – 29/08/2024
A unidade de defesa e segurança da EMBRAER passa por um momento inédito, na avaliação da fabricante. Pela primeira vez, os pedidos (backlog) internacionais superaram os nacionais em um movimento visto como globalização da unidade de negócios.

“É um divisor de águas que mostra o quanto estamos internacionalizando a área de defesa da Embraer”, afirmou João Bosco da Costa Junior, CEO da EMBRAER Defesa e Segurança, na manhã desta quinta-feira (29).

Na apresentação, Bosco reforçou que o modelo jato-transportador multimissão C-390 é o principal vetor de crescimento da unidade de negócios hoje. Além de seis aeronaves do Tipo em operação no Brasil, pela FAB, há duas em Portugal e mais um modelo será entregue à Hungria na semana que vem. Holanda, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul também selecionaram a aeronave multimissão. “São Forças Aéreas que são formadoras de opinião”, afirmou Bosco.

O jato-transportador multimissão também disputa contratos na Índia e na Arábia Saudita.

“Na Arábia Saudita existem 40 aviões táticos antigos, já no momento de troca”, explica Francisco Gomes Neto, CEO da EMBRAER. Na Índia, existe potencial de entrada de 80 aeronaves e a empresa contratou um parceiro local para fortalecer sua presença. Caso o contrato seja fechado, a EMBRAER teria que fabricar 50% do conteúdo do avião localmente, como manda a legislação indiana.

“O Estados Unidos, por óbvio, é um mercado que a EMBRAER Defesa e Segurança quer penetrar. É um mercado que o ano passado investiu US$ 900 bilhões em Defesa. Então qualquer player de Defesa no mundo não pode estar fora desse mercado”, complementou Bosco. “A gente entende que um mix de frota, cargueiros estratégicos somado a cargueiros táticos – e aí entra o C-390 – traria uma capacidade, uma versatilidade muito grande para a operação da força aérea americana E é dessa forma que nós estamos tentando vender e penetrar com o C-390 no Estados Unidos”.

Francisco Gomes Neto, Rodrigo Souza e João Bosco da Costa Junior falaram em evento na B3 celebrando os 35 anos de listagem da EMBRAER na Bolsa (mercado de ações) brasileira.