ATR, Braathens Air e Neste aceleram processo de certificação de operação 100% SAF, em 16.09.21


A ATR e a Braathens Regional Airlines (BRA), transportadora aérea sueca sediada no Aeroporto de Bromma Stockholm, estão buscando acelerar um processo de certificação de combustível de aviação de operação de combustível sustentável 100% em aviões ATR em cooperação com a empresa de combustível finlandesa Neste.

A cooperação é parte da ambição da BRA de reduzir pela metade o uso de combustível fóssil até 2025 e ser completamente livre até 2030, e “se tornar a primeira companhia aérea líquida zero do mundo 10 anos à frente de qualquer outra companhia aérea”, observou o presidente da BRA, Per Braathen, durante cerimônia de anúncio da nova cooperação entre ATR, BRA e Neste nesta quinta. “Trata-se de salvar o planeta. Mesmo sendo uma pequena companhia aérea, podemos fazer a diferença”, disse Per Braathen.

A pandemia Covid-19 impactou enormemente os negócios da companhia aérea, já que o governo sueco solicitou a suspensão das operações por vários meses e todas as aeronaves permaneceram no solo por mais de um ano. A crise não deve ser usada para frear os esforços de descarbonização, Per Braathen frisou. “É absolutamente vital que a aviação vá ainda mais longe para se descarbonizar. É o que queremos e o que nossos passageiros e o público em geral esperam”, disse Per Braathen. “SAF não é o fim [nos esforços de descarbonização da companhia aérea e da indústria], mas por enquanto é a solução para se tornar zero líquido”, emendou Per Braathen.

O presidente da transportadora sueca destacou que o SAF tem um preço premium, custando atualmente cerca de três vezes mais que o querosene fóssil padrão. No entanto, ele afirmou que tanto ele quanto sua base de clientes estão dispostos a pagar o preço mais alto.

A nova cooperação entre ATR, BRA e Neste segue o empreendimento Perfect Flight (Vôo Perfeito) em 2019, no qual todos os aspectos de um vôo da BRA com ATR72-600 com 72 passageiros foram otimizados, incluindo o uso de uma mistura de 50% de combustível convencional (QAv) e 50% de SAF, na proporção máxima permitida pela regulamentação em vigor. Isso levou a uma economia de 46% nas emissões de CO2, em comparação com um vôo padrão da BRA (com 100% de QAv).

Espera-se que um turboélice ATR voando com 100% SAF em um motor e 50% no outro forneça uma redução de emissões de 64% nas emissões de CO2. Um ATR voando em uma das rotas típicas da BRA e utilizando 100% SAF (em ambos os motores) reduziria as emissões de dióxido de carbono em 82%, observaram os parceiros.

Alcançar a “marca de 80%” e um percentual de certificação SAF maior são cruciais, disse o CEO da ATR Stefano Bortoli. “Tenho que encontrar uma solução, não para 2050, mas para 2030, por enquanto”, enfatizou. Bortoli descreveu a BRA como a “parceira ideal para embarcar neste projeto: “Esta é uma companhia aérea que está claramente comprometida com a aviação sustentável e se dedica a empurrar os limites do que é alcançável”.

A Braathen declinou a responder ao questionamento da mídia AIN ou informações de data, dos vôos e local dos testes, argumentando que “isso é confidencial neste momento”. [EL] – c/ fontes