Autoridades e agentes brasileiros debatem futuro dos aeroportos com uso de novas tecnologias de segurança, em 28.10.25


A modernização de mecanismos e tecnologias de segurança nos aeroportos brasileiros foi objeto de discussão durante o evento “Tecnologia e Segurança – O Futuro dos Aeroportos no Brasil”, no dia 16, em Guarulhos (SP).

A iniciativa foi da associação Aeroportos do Brasil (ABR), em parceria com a ANAC e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR), por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC).

O encontro reuniu especialistas, autoridades e representantes do setor aéreo para discutir como as novas tecnologias estão transformando a gestão e a operação dos aeroportos brasileiros, com foco em segurança, eficiência e melhor experiência para os passageiros.

O evento contou ainda com a presença do diretor da ANAC, Tiago Pereira, do presidente da ABR, Fábio Rogério Carvalho, e de representantes de concessionárias e operadores aeroportuários.

A programação técnica trouxe debates e trocas de experiências que reforçam a relevância da cooperação entre poder público e iniciativa privada para o fortalecimento e a modernização da aviação civil brasileira.

A iniciativa faz parte do projeto “Aeroportos +Seguros”, conduzido pela ANAC, e reforça a importância da modernização contínua nos aeroportos do país, com foco em eficiência e uso estratégico da tecnologia.

Em nota no dia 17, o MPOR divulgou o evento.

Representando o MPOR, a diretora do departamento de investimentos da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Luiza Deusdara, reafirmou o compromisso do Governo Federal com a modernização da infraestrutura aeroportuária e o uso de inovações que ampliem a segurança, a eficiência e o conforto dos passageiros. “Para avançar na modernização da infraestrutura aeroportuária, principalmente com o uso de tecnologias inovadoras, é fundamental que o setor público e o privado atuem juntos na construção de modelos de negócio que sustentem esses investimentos, seja por meio do reequilíbrio dos contratos de concessão, que são instrumentos de longo prazo e precisam evoluir para incorporar marcos de inovação, seja pela instituição de políticas públicas de fomento direto”, destacou Luiza.

A diretora do MPOR reforçou ainda que a adoção de tecnologia deve ser vista como aliada da segurança, da eficiência e da confiança, não apenas dos passageiros, mas de todo o ecossistema aeroportuário.

Durante o evento, foram apresentadas tecnologias que já estão sendo implementadas em aeroportos brasileiros, como o bodyscan, scanner corporal que agiliza o processo de inspeção e dispensa revistas manuais em casos específicos, e o raio X dualview, que oferece imagens mais precisas das bagagens, aumentando a segurança e reduzindo o tempo de espera.

Luiza também moderou o painel “Novas Tecnologias – Biometria e eGates”, que discutiu soluções voltadas à automação do embarque e desembarque, como reconhecimento facial e portões eletrônicos inteligentes. Essas ferramentas têm contribuído para reduzir filas, otimizar o fluxo de passageiros e aprimorar a experiência de viagem com mais segurança e confiabilidade.

Para Luiza, o evento é uma importante oportunidade para os setores público e privado aperfeiçoarem práticas. “É um desafio unir as experiências dos setores público e privado para conseguir avanços. Mas, ao mesmo tempo, temos casos de sucessos espalhados pelo mundo: a tecnologia está disseminada, e sabemos que ela funciona”, declarou. 

Os painéis do seminário abordaram temas centrais para o futuro dos aeroportos no Brasil, como o uso da tecnologia para ampliar a segurança operacional, estudos de caso de grandes terminais como Brasília, Viracopos e Guarulhos, inovações em automação e controle de acesso, além da importância da manutenção de equipamentos e do treinamento contínuo dos profissionais do setor.

A ANAC divulgou o evento em nota no dia 20.

Conforme a nota da ANAC, a iniciativa compõe o projeto “Aeroportos+Seguros”, liderado pela Agência, com o objetivo apoiar os aeroportos brasileiros na modernização de seus equipamentos e procedimentos de segurança. A ação já resultou na instalação de equipamentos de inspeção mais modernos nos aeroportos paulistas de Guarulhos e  Viracopos. Os equipamentos foram doados pela Transportation Security Administratation (TSA), do Estados Unidos. Em Brasília (DF), há provas de conceito em andamento com o scanner corporal para o passageiro e equipamentos de raio-x dual view para bagagem de mão. 

Na abertura do evento, o assessor da diretoria da ANAC Luiz Pimenta destacou que os aeroportos brasileiros já são extremamente seguros; o debate é aprimorar ainda mais a segurança desses espaços. “Não estamos inseguros, mas podemos avançar”, Pimenta resumiu.

No curso das discussões, o assessor da superintendência de Regulação Econômica de Aeroportos da ANAC Bruno Falcão enfatizou que os aeroportos brasileiros já são seguros, e que o objetivo é deixá-los ainda melhores. “Às vezes a pessoa pode pensar que os equipamentos estão ultrapassados e entender que são inseguros, mas esse não é o caso. Os aeroportos brasileiros já são muito seguros, o nosso esforço é para elevar ainda mais o padrão”, declarou. 

A questão da infraestrutura dos terminais foi outro destaque apontado pelas concessionárias Inframerica (Brasília – SBBR), GRU Airport (Guarulhos – SBGR) e Aeroportos Brasil Viracopos (Campinas – SBKP). Os representantes apontam que equipamentos mais modernos demandam ajustes com relação ao número de agentes de proteção e ocupam mais espaço em comparação aos tradicionais. “Os equipamentos geraram ganho de eficiência, mas também é importante adaptar a infraestrutura dos aeroportos para receber as novas tecnologias”, acrescentou o gerente de operações do Aeroporto de Viracopos, Wesley Correa, sobre a experiência do terminal.

A capacitação do pessoal que opera os equipamentos de segurança também foi objeto de debate. Para os participantes, a valorização dos Agentes de Proteção da Aviação Civil (APACS) é fundamental, e vai além do salário: é preciso pensar em possibilidades de evolução na carreira, melhores benefícios e redução da rotatividade. “Toda a organização deve ter uma cultura organizacional voltada à segurança, o que é construído pelo exemplo. A aviação é feita por pessoas, e promover a cultura de segurança é responsabilidade de todos nós que estamos no setor”, declarou a superintendente de Pessoal da Aviação Civil da ANAC, Mariana Altoé.

Participantes apontaram que os aeroportos brasileiros precisam avançar na eficiência operacional, aprimorar a gestão de riscos e ter mais rapidez no processamento de passageiros. Equipamentos como o scanner corporal, o raio-x dual view e os equipamentos de tomografia (CT) permitem esse processamento mais rápido, além de serem menos invasivos, o que aprimora a experiência do viajante e reduz atritos durante a inspeção dos passageiros.