Aviação executiva evita o pior no “apagão” elétrico na Espanha e em Portugal, em 30.04.25


No dia 30, Charles Alcock, editor-chefe da AIN, repercutiu na plataforma online da mídia que a aviação executiva parece ter evitado o pior do “apagão” do sistema elétrica, com cortes de energia, na Espanha e em Portugal, ocorrido no dia 28 (segunda). Com os serviços aéreos se recuperando lentamente do deslocamento de aeronaves e tripulações, as provedoras de serviços de suporte em aeroporto (FBO) nos dois países relataram resultados mistos em termos de lidar com a emergência.

De acordo com dados de tráfego da empresa de análise de mercado WingX, o número de decolagens de jatos executivos de aeroportos espanhóis em 28 de abril foi 24% menor do que nas cinco segundas-feiras anteriores, chegando a 104. Em contrapartida, as decolagens de aeroportos portugueses no pior dia dos cortes de energia foram 3% acima da média do mesmo período, chegando a 26.

Na Espanha, Christine Sastre, que gerencia os FBO da ExecuJet em Barcelona, ​​Girona, Valência e Ibiza, disse à AIN que as operações não foram afetadas pela queda de energia. Da mesma forma, a Universal Aviation Spain afirmou que as operações continuaram em sua base em Madri por 11 horas, utilizando energia de gerador.

No entanto, do outro lado da fronteira, em Portugal, os FBO da ExecuJet no Porto, Lisboa, Cascais e Faro sofreram interrupções nas operações, com o serviço se estabilizando no final do dia 29 (terça). “O impacto variou de atrasos e desvios de voos a apagões de comunicação e interrupções de serviço”, comentou Marisa Andrade, gerente local da subsidiária do grupo Luxaviation. “Em todas as localidades, nossas equipes agiram rapidamente e fizeram o máximo para apoiar os clientes e gerenciar a situação em condições difíceis”, falou Andrade.

A Universal Aviation informou que seu escritório em Portugal teve a energia elétrica restaurada na noite do dia 29. Naquela ocasião, a energia em sua base em Madri também havia sido restaurada.

Os cortes de energia, que ainda não foram totalmente explicados, revelaram o quão expostos os transportes e outras infraestruturas podem estar a interrupções imprevistas. Hotéis e outros estabelecimentos comerciais tiveram dificuldades para atender os clientes, e os trens pararam de circular, impedindo que muitos passageiros de aeronaves e funcionários do aeroporto chegassem ao trabalho.

Na maior parte, os serviços de gerenciamento de tráfego aéreo foram mantidos com energia de emergência. No entanto, os vôos foram interrompidos porque os serviços aeroportuários não puderam funcionar normalmente, com os operadores de aeronaves e suas empresas de apoio também tendo dificuldades para manter as comunicações.

Em maio de 2024, a Luxaviation, empresa controladora da ExecuJet, adquiriu a rede de FBO Sky Valet, com 17 bases na Espanha e em Portugal. O acordo com a operadora aeroportuária Aéroports de la Côte d’Azur expandiu a rede de FBO da ExecuJet para 40 localidades em todo o mundo. 

Um “apagão” de energia de grandes proporções da rede elétrica afeta Portugal, Espanha, e outros países da Europa na manhã do dia 28 (segunda-feira). A geradora espanhola RedElectrica informou que a península ibérica tinha sido afetada. Segundo relatos compartilhados nas redes sociais, a falha também afetou países como Itália, França, Polônia e Finlândia.

Portugal e Espanha foram os mais atingidos pelo “apagão” de grandes proporções que interrompeu serviços essenciais, como transporte ferroviário, metrô, atendimento hospitalar e funcionamento de aeroportos. A falha começou às 11h33 em Portugal, 12h33 na Espanha, às 10:33Z (07:33LT em Brasília), no dia 28, e impactou milhões de pessoas.

Foram ativados planos de reposição do fornecimento de energia elétrica em colaboração com as empresas do setor.

Na Espanha, o blecaute afetou diversas cidades como Madri, Sevilha, Granada, Málaga e Cádiz.

O fornecimento de energia foi quase totalmente restabelecido na madrugada e manhã do dia seguinte (29 – terça). Na Espanha, o operador REE informou que 99,16% da rede estava normalizada, em Portugal, as administradoras de energia E-Redes e REN confirmaram a recuperação total do serviço.

Ainda não foi identificada a origem do apagão. No entanto, as autoridades portuguesas e espanholas descartaram, até o momento, a hipótese de ciberataque. O Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, reforçaram que não há indícios de ação criminosa.

O chefe de operações do sistema da REE, Eduardo Prieto, disse, numa entrevista coletiva, que o sistema eléctrico foi afetado por uma perda drástica na geração de energia no sudoeste da Espanha, o que causou instabilidade no sistema e levou a sua desconexão da rede francesa. Houve perda súbita de cerca de 15 gigawatts de geração elétrica na Espanha, o que representava cerca de 60% da demanda no momento da queda.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, falou em uma “forte oscilação” na rede elétrica europeia como ‘gatilho’, mas sem conclusões definitivas.

Autoridades portuguesas indicaram que o problema teve origem externa à rede nacional. A hipótese de um “fenômeno atmosférico” foi descartada oficialmente pela REN.

Tanto em Portugal quanto na Espanha, reuniões de emergência foram convocadas para acompanhar o episódio.

A Península Ibérica abriga cerca de 60 milhões de pessoas. Ainda não há um número exato de quantos foram impactados, mas os efeitos foram sentidos em praticamente todas as regiões de Portugal e Espanha, com breves reflexos também no sul da França.

Nos aeroportos, operação foi mantida com geradores de emergência em Madri e Barcelona, mas atrasos e suspensões foram registrados.

A operadora de aeroportos espanhola AENA informou que o corte de energia produziu alguns incidentes, mas que foram ativados geradores de contingência.

Para mitigar a falha, a França forneceu 2.000 megawatts de energia para a Espanha via conexões que abastecem a Catalunha e o País Basco. Esse apoio corresponde à capacidade de dois reatores nucleares de porte médio. Segundo o operador francês RTE, o apagão na França foi muito breve e limitado a poucas regiões.

Ao longo dia, surgiram possíveis causas para o “apagão”. Uma causa aventada foi tratar-se de um “fenômeno atmosférico raro” na Espanha causando o apagão que afetou o país, Portugal e outras partes da Europa, de acordo com a Redes Energéticas Nacionais (REN).

Segundo a operadora de energia, a falha na rede elétrica espanhola se deu devido a variações extremas de temperatura que provocaram oscilações anômalas nas linhas de alta tensão (400 kV). Essas oscilações levaram a falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, resultando em perturbações em toda a rede européia interligada.