Bombardier 1T24: redução de entregas, com mix diferente, e diminuição de receita e lucro, mas aumento da backlog e da book-to-bill, em 13.05.24


A editora da revista mensal AIN Kerry Lynch postou uma nota no dia 25 na plataforma da mídia relativamente aos resultados trimestrais financeiros da Bombardier, com a apresentação ao mercado do balanço 1T24.

Lynch destacou que as receitas da Bombardier caíram 12%, para US$ 1,3 bilhão, com a entrega de duas aeronaves a menos no primeiro trimestre, de 22 para 20 (redução de 9,1%). Mas, ao mesmo tempo, acumulou um aumento de 60% em encomendas no trimestre em relação ao ano anterior, ajudando a aumentar a carteira backlog em US$ 700 milhões (4,9%), para US$ 14,9 bilhões, e resultando uma book-to-bill de 1,6:1.

Além disso, as receitas do mercado de pós-venda da empresa cresceram 13%, para US$ 477 milhões, seguindo a sua tendência ascendente à medida que a presença da Bombardier aumentou significativamente a nível global.

Lynch destacou que a Bombardier prevê que as entregas se apoiarão mais nos jatos modelo Challenger neste ano, com os jatos da Família Global permanecendo estáveis antes de aumentarem sua participação em 2025.

Martel acrescentou que a Bombardier continua no caminho certo para cumprir a sua orientação de 150 a 155 aeronaves entregues para o ano. “Continuamos com uma carteira backlog plurianual e bem diversificada”, disse Martel, para completar: “Temos uma linha de visão clara sobre o que acontecerá no próximo ano e também sobre onde precisamos estar em 2025”.

A redução de US$ 172 milhões (11,8%) da receita, com 20 entregas do primeiro trimestre (2 a menos, ou 9,1%, com relação ao 1T23), também reflete uma mudança no mix das entregas. No 1T24, foram 12 jatos Challenger (60%) e 8 jatos Global (40%), versus 8 jatos Challenger (36,4%) e 14 jatos Global (63,6%). Esta mudança também teve um impacto na lucratividade.

No que diz respeito aos serviços, a Bombardier está no caminho certo com os seus planos de expandir as suas receitas de pós-venda para um negócio de US$ 2 bilhões até 2025, “e não vai parar por aí”, disse Martel. À medida que aumentou a área de seu centro de serviços em 1 milhão de pés2 nos últimos anos, a Bombardier manteve essas instalações ocupadas, atraindo mais da frota existente todos os meses. Além disso, a unidade de monitoramento de integridade Smart Link Plus, da Bombardier, também possui uma “alta taxa de captura”, que Martel disse ser fundamental para seu crescimento orgânico no mercado de reposição.

A Bombardier está ainda mais encorajada com as perspectivas do mercado no futuro, especialmente porque a utilização de aeronaves continua a aumentar. “Na verdade, as aeronaves Bombardier registraram um crescimento de 7% nas horas de vôo em março de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano passado”, disse Martel, para emendar: É um bom sinal que as pessoas tenham permanecido na aviação executiva após a pandemia”.

A atividade no Médio Oriente, na Ásia e na América continua forte, enquanto a Bombardier tem visto sinais de um aumento na Europa, Martel revelou. O ano passado encerrou com uma forte atividade de encomendas do Challenger 3500, mas este primeiro trimestre foi “marcado por uma forte atividade no lado do negócio de cabines largas. Conforme previsto, estamos vendo muita atividade em torno da família Global, uma tendência que deverá continuar em 2024”, disse Martel.

A Bombardier continua a sua desalavancagem – de redução da carga de dívida – de uma “forma constante e metódica”, acrescentou Martel, antecipando cronograma, com capacidade de saldar US$ 100 milhões em dívidas através da utilização de excesso de caixa.

Martel também observou crescimento de margem (EBIT).

Martel também abordou o próximo membro da Família Global, dizendo que o “8000” (versão aprimorada do “7500”) continua no cronograma para início de entrega no segundo semestre de 2025. Enquanto isso, seu antecessor – o Global 7500 – que está em serviço há cinco anos – “está funcionando em todas as frentes, nos resultados financeiro e operacional (“no ar”). Vemos muitos operadores usando [a aeronave] em pernas longas rotineiramente. O modelo já começou a repetir costumes”, observou Martel.

Questionado sobre o novo concorrente em serviço, com as entregas do Gulfstream G700 apenas começando, Martel disse: “É claro que estamos sempre monitorando de perto o que nossos concorrentes estão fazendo, mas o que posso dizer é que vemos um forte sucesso agora mesmo para  o Global 7500 e 8000. Vimos claramente um movimento em direção à nossa plataforma nos últimos meses”. [EL] – c/ fonte