Bombardier entrega 138 aeronaves em 2023, com 15 unidades (12%) a mais sobre 2022, prevê novo aumento de entregas em 2024 vendo um forte interesse no Global 8000 (com entrada em serviço prevista em 2025) mas continuando ver como atrativo o Global 7500 (com a opção de retrofit de conversão para o “8000″), em 10.02.24


As receitas da Bombardier em 2023 ultrapassaram US$ 8 bilhões, um aumento de 16% na comparação ano versus ano, impulsionadas pela escalada das entregas de 138 aeronaves executivas – das Famílias Challenger e Global -, com um aumento de 15 unidades (12,2%), divulgou a fabricante canadense no dia 08.

Em 2023, as entregas aumentaram 15 unidades no ano, com as entregas de jatos Challenger aumentando em 13 unidades (26%), para 63 aeronaves, e de jatos Global aumentando em 5 unidades (7,1%), para 75 aeronaves.

Na comparação com o ano de 2022, as entregas desse ano antecedente ainda incluíram três jatos Learjet, cuja linha foi desativada, portanto sobrando 120 aeronaves das Famílias Challenger e Global – portanto nessa base de modelos o aumento nas entregas tendo sido de 18 aeronaves entregues (15%).

As entregas de 2023 ficaram em linha com a meta acima de 138 aeronaves graças às 56 entregas no 4T23 (40,6% do total no ano) no 4T23. Neste último trimestre, foram entregues 24 jatos Challenger (42,9% do trimestre e 17,4% do ano, do total) e 32 jatos Global (57,1% do trimestre e 23,3% do ano, do total). As 56 entregas no 4T23 foram em linha com às 53 entregas no 4T22 (40,3% do total no ano), constituídas por 24 jatos Challenger (45,3% do trimestre e 19,5% do ano, do total) e 29 jatos Global (54,7% do trimestre e 23,6% do ano, do total).

A Bombardier montou estoques durante o ano para garantir que conseguiria cumprir suas metas de entrega, apesar dos problemas na cadeia de suprimentos. Da mesma forma, a fabricante planeja recompor estoque no primeiro semestre do ano, com entregas previstas para serem mais pesadas no segundo semestre de 2024.

A Bombardier espera que as entregas de aeronaves aumentem mais um passo, para entre 150 e 155 em 2024 (o que implicará uma alta sobre 2023 de 8,7% a 12,3, e de 22% a 26% em 2 anos), retornando a níveis não vistos desde 2016. No entanto, a Bombardier espera que a maior parte desse crescimento venha do seu modelo supermédio Challenger 3500, com as entregas de jatos Global permanecendo estáveis, crescendo em 2025.

O crescimento das entregas de jatos Global em 2025 também coincidiria com a entrada no mercado planejada para o Global 8000, de alcance de 8.000 MN e MACH 0,95, sucessor do Global 7500.

O presidente e CEO da Bombardier, Éric Martel, disse que o desenvolvimento da variante evoluída “8000” permanece no cronograma para certificação e entregas iniciais no próximo ano. “Estamos voando muito o avião”, disse Martel. Embora a aeronave tenha gerado um interesse substancial por parte do mercado e clientes, a Bombardier está oferecendo uma opção de retrofit de conversão do “7500”, que, segundo Martel, está mantendo a atividade sólida naquela aeronave, mesmo com a nova versão em desenvolvimento.

Martel disse que a meta de entregas de 150 e 155 aeronaves em 2024 é puramente uma função de equilibrar a produção face às incertezas da cadeia de suprimento.

“Embora tenhamos tudo preparado para atingir nosso objetivo, quero destacar que nosso perfil de entrega para o ano é em grande parte definido pelo ritmo com que recebemos peças de nosso fornecedor”, disse Martel. “Estamos em um ambiente onde continuamos a jogar as cartas que recebemos em vez de planejar um cronograma de produção ideal”, pontuou Martel.

Como tal, a Bombardier projeta que as receitas crescerão para entre US$ 8,4 bilhões US$ 8,6 bi em 2024, com o mercado de pós-venda também contribuindo para este patamar de maior receita.

Embora as entregas tenham aumentado, a Bombardier manteve uma relação book-to-bill [encomenda : entrega-faturamento] de 1:1 durante o ano. A carteira de encomendas caiu de US$ 14,8 bilhões no final de 2022 para US$ 14,2 bilhões em 2023 (diferença de US$ 600 milhões, 4%). Martel disse que a carteira de pedidos, que se estende entre 18 a 24 meses em suas linhas de produtos, nos torna “muito previsíveis para o futuro”.

Além disso, Martel demonstrou otimismo quanto à continuidade das vendas sólidas para este ano, apesar dos “ventos contrários” envolvendo conflitos geopolíticos, no Leste Europeu e no Oriente Médio. “Prevemos bastante atividade agora em todas as nossas plataformas. Olhando para a nossa lista de clientes potenciais e para as pessoas com quem conversamos, [a atividade] permanece forte. Os clientes não estão desaparecendo”, disse Martel, mas salientando que agora pode levar mais tempo.

Em 2023, a Bombardier continuou a expandir as suas receitas de pós-venda e a sua quota de mercado, à medida que colhe os frutos de investimentos significativos que acrescentaram um milhão de espaços em centros de serviços ao longo dos últimos seis anos. O mercado de reposição faturou US$ 1,75 bilhão, um aumento de 16% em relação ao ano anterior e 75% desde 2020. A Bombardier prevê que esse valor continuará a crescer à medida que trabalha em direção a sua meta de US$ 2 bilhões em mercado de reposição em 2025.

No geral, o EBITDA da fabricante canadense cresceu 32% em 2023, para US$ 1,23 bilhões, e o lucro líquido passou de uma perda de US$ 148 milhões em 2022 para um lucro de US$ 445 mi em 2023.

Ao mesmo tempo, a empresa continua a fortalecer as suas bases financeiras subjacentes, com planos de eliminar mais bilhões de Dólares em dívidas nos próximos dois anos. E adiou os vencimentos por 30 meses (2 anos e 6 meses). [EL] – c/ fonte