Bombardier se prepara para incrementar entregas de aeronaves após trimestre (3T22) mais suave, em 03.11.22


As entregas da Bombardier caíram duas unidades (8%), para 25 aeronaves, no terceiro trimestre, mas a fabricante experimentou um salto de 20% no volume nos negócios de pós-venda, com o resultado final sendo receita de US$ 1,5 bilhão, estabilizada com o resultado trimestral de um ano antes.

Ao mesmo tempo, a Bombardier manteve uma relação book-to-bill [encomenda : faturamento/entrega] de 1,3:1, aumentando a carteira de pedidos (backlog) ao final do trimestre de US$ 300 milhões, para valor total de US$ 15 bilhões.

A fabricante canadense liberou da produção dois jatos Global a menos (15,4%), para um total de 13, no trimestre, mas as entregas de jatos do modelo Challenger aumentaram em quatro unidades (50%), para uma dúzia. E refletindo o fim da produção do modelo, neste trimestre já houve entregas de jatos Learjet, quando no 3T21 foram entregues quatro jatos do modelo.

Assim, no 3T22 foram entregues 25 jatos, sendo 13 Global e 12 Challenger, ante 23 aeronaves, sendo 11 Global, 8 Challenger e 4 Learjet.

A despeito do presidente e CEO da fabricante Éric Martel ter atribuído o resultado como um terceiro trimestre sazonalmente mais leve, a Bombardier prevê um quatro trimestre (4T22) mais forte com pelos menos 47 entregas, e em linha com sua projeção de pelo 120 entregas no ano. E os planos permanecem na estruturação para incrementar a taxa de produção em 15% a 20% em 2023.

De olho na cadeia de suprimentos – para a qual Martel disse não estar isento de desafios –, a Bombardier está “bem equipada para enfrentar qualquer condição de mercado à nossa frente”, afirmou o executivo. E que a Bombardier não apenas se preparou para atender às necessidades de produção, mas junto com a base de uma carteira de pedidos (backlog) equivalente a dois anos de produção, mas poderá manter as metas em caso de uma retração. Martel também disse que a Bombardier tem “boa visibilidade sobre o que temos que alcançar para cumprir nosso compromisso” e acrescentou que isso inclui o aumento de produção planejado.

No mercado pós-venda (de reposição), a Bombardier faturou US$ 372 milhões no trimestre, um número que a fabricante atribui parcialmente ao aumento das horas de vôo, mas também ao esforço conjunto para expandir sua rede com novas instalações.

Martel participou de uma conferência com analistas do mercado para apresentação do resultado financeiro trimestral de Miami, na Flórida (EUA), onde inaugurou o mais novo e agora maior centro autônomo da Bombardier no Aeroporto Executivo Opa Locka, em Miami, na segunda dia 31, antecedendo a inauguração de uma expansão no Aeroporto Biggin Hill, em Londres (Inglaterra), em algumas semanas.

Enquanto isso, a Bombardier continuou diminuindo a sua dívida líquida, com redução de quase US$ 500 milhões desde o início do ano, para US$ 4,5 bilhões – um valor que a fabricante canadense inicialmente pensava que alcançaria em 2025. Martel enfatizou que a redução da dívida continua sendo sua principal prioridade.

Martel também se disse encorajado pelo salto de 48% no EBITDA ajustado para US$ 210 milhões no terceiro trimestre.

Apesar de uma série de trimestres com book-to-bill bem além de 1:1, a direção da Bombardier prevê que a razão voltará para 1:1 à medida que a produção aumenta. Este é um nível que a Bombardier originalmente considerou em sua meta de negócio no início deste ano com planos de “manter a carteira de pedidos que você tem”, disse Martel, observando que, embora a Bombardier tenha desfrutado de uma book-to-bill maior neste ano, isso é “como estamos planejando nossos negócios para frente”. No entanto, Martel reconheceu o potencial de uma taxa ainda maior caso ocorra uma grande retração – de uma recessão econômica -, mas reiterou que Bombardier se preparou para esse cenário entre a carteira de pedidos que está montada, a redução da dívida e o crescimento de seus negócios de serviços. [EL] – c/ fontes