C182P pousa forçado após falha de motor (perda de potência) em vôo curto na região metropolitana de Belém/PA, em 01.01.23


No dia 22 de junho (de 2022), por volta das 16:10Z (13:10LT), o monomotor Cessna C182P de matrícula PT-ILH decolou do Aeródromo privado “Chácara Paraíso” (SNYP), em Benevides, no PA, com destino do Aeroporto Val de Cans – Júlio Cezar Ribeiro (SBBE), em Belém/PA, apenas 11,5 MN a SE, em vôo do transporte privado, com dois ocupantes (um passageiro e um piloto).

Durante a subida, a aeronave apresentou perda de potência, tendo sido efetuado um pouso forçado. O avião teve danos substanciais, os dois ocupantes saíram ilesos.

A ocorrência está listada no painel SIPAER, do CENIPA, como acidente de falha de motor em vôo. No tocante da investigação aeronáutica, o avião foi retido para exame e os trabalhos relativos à ocorrência pelo CENIPA estão em andamento.

O Cessna C182P de matrícula PT-ILH é o aparelho de registro de produção sn 18261438, fabricação 1973, com proprietário e operador Pessoa Física, estando registrado na categoria do transporte privado, com último registro de compra/transferência em março de 2009. O avião é aprovado para até três passageiros e MTOW de 1.338 kg, para operação VFR diurno. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) foi emitido em junho de 2017, o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tem validade até dezembro. No RAB, o avião ora está com CA suspenso por avaria de acidente/incidente.

Ao momento do vôo, o tempo no “Val de Cans”/”Júlio Cezar Ribeiro” (SBBE) – em elevação de 56 pés -, era muito bom, com condição reportada CAVOK, com vento sudeste fraco-moderado, temperatura elevada de 30ºC e perssão atmosférica de 1.011 hPa:

METAR SBBE 221500Z 16007KT CAVOK 29/22 Q1012=
METAR SBBE 221600Z 13007KT CAVOK 30/21 Q1011=
METAR SBBE 221700Z 13011KT 9999 SCT039 31/22 Q1010=

O Aeródromo privado “Chácara Paraíso” (SNYP) situa-se no CTR-Belém (um Espaço Classe C do solo ao FL025. O aeródromo opera VFR diurno, com pista (12/30) de 18 x 960 m., asfaltada, com pavimento com resistência para aeronaves com até 5.000 kg, em elevação de 69 pés. Dada a proximidade com o Val de Cans – Júlio Cezar Ribeiro (SBBE) e o antigo Brigadeiro Protásio (SBJC), que foi desativado, as regras requeridas para operação no “Chácara Paraíso” (SNYP) são da obrigatoriedade de apresentação de Plano de Vôo e do contato com APP-Belém independentemente do setor que uma aeronave proceda ou se destine e com a APP-Belém ou Torre-Belém antes do início da decolagem.

A circulação de vôo em regra VFR na TMA-Belém é feita por meio de corredores (REA), que foram esquematizados considerando a atividade do Aeroporto Brigadeiro Protásio/SBJC (a cerca de 2 MN a SE do Val de Cans/SBBE), que operava apenas vôos VFR diurno. Hoje, após a desativação do “Brigadeiro Protásio” (SBJC), o circuito de REA está mantido, apenas com adoção da designação “Posição” para o ponto correspondente ao aeroporto – posição “Aeródromo Júlio Cesar”. A carta VAC do Val de Cans (SBBE) ainda hoje indica o “Brigadeiro Protásio” (SBJC), inclusive a ATZ (que, presume-se, tenha sido incorporada pela ATZ Val de Cans).

Um vôo do “Chácara Paraíso” (SNYP) para o “Val de Cans”/“Júlio Cezar Ribeiro” (SBBE), a depender de instrução do órgão do controle, poderá ser feito em rota direta, para os pontos de entrada no circuito de tráfego, ou eventualmente ser conduzido pelo corredor “E”, a partir da entrada pelo Portão 4/posição “MARITUBA” (4 MN a SW de SNYP e 8,3 MN a NE-E de SBBE) e até posição “Aeródromo Júlio Cesar”.