C210L pousa forçado no rio Jutaí, nas proximidades de Santa Isabel do Rio Negro (no AM), na região dos índios Yanomamis, em 17.09.21

Na tarde desta quinta dia 16, o monomotor Cessna 210L Centurion de prefixo PP-JCS (registro de produção sn 21060984, ano de fabricação 1975), da Voare Táxi Aéreo Ltda. (de Boa Vista/RR), com apenas um piloto, pousou forçado rio Jutaí, nas proximidades do município de Santa Isabel do Rio Negro, no AM, pela região dos índios Yanomamis.

O pouso forçado se deu por pane de motor. O piloto foi resgatado e foi levado à sede de Santa Isabel do Rio Negro.

Em informações o secretário de Cultura e Turismo de Santa Isabel do Rio Negro, Régis Goes, em rede social, o piloto Felipe Adolira conseguiu pousar em um rio após o problema mecânico. O avião fazia transporte de funcionários e cargas para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) que atua no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami.

As primeiras informações são que chovia muito na região no momento do vôo e do suposto problema.

Atualização: o monomotor da Voare realizou um pouso de emergência sobre o rio Jutaí, no Amazonas, na tarde desta quinta (16). O avião atende o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, em Roraima e no Amazonas.

Em nota, a empresa de táxi aéreo responsável pela aeronave informou que o piloto estava sozinho a bordo e foi resgatado sem ferimentos. O avião afundou.

O responsável pela empresa, Renildo Lima, informou ao G1 que, nesta quinta, pela manhã, foram realizados cerca de oito vôos de Boa Vista (RR) para São Gabriel da Cachoeira (AM) para trocar equipes médicas de saúde indígena. Por volta de 15:00, quando estava retornando sozinho para Boa Vista, o piloto teve que realizar o pouso de emergência, nas proximidades da cidade de Santa Isabel do Rio Negro. O piloto foi socorrido por moradores de uma comunidade indígena. Por volta de 16:00, o piloto foi localizado pela empresa e resgatado para São Gabriel da Cachoeira. Segundo a nota, o piloto encontra-se bem.

Registrado na categoria do transporte público não-regular, o avião pertence e é operado pela Voare, com último registro de compra/transferência em outubro de 2013. O avião é aprovado para capacidade de 5 passageiros (máximo), e MTOW de 1.724 kg, e operação VFR noturno. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) foi emitido em novembro de 2019, enquanto o Certificado de verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tinha validade até novembro.

São Gabriel da Cachoeira (UTC-4) é uma localidade remota às margens do rio Negro, com várias terras indígenas, com a Venezuela ao norte e Colômbia a oeste. O aeródromo público (SBUA) dista 450 MN a W-NW de Manaus (SBEG) e 420 MN a SW de Bova Vista (SBBV). Em altitude de 249 pés, tem pista 05/23 de 45 x 2.600 m., asfaltada, com resistência de pavimento PCN 47, para operação VFR e IFR, diurna e noturna.

Em São Gabriel da Cachoeira, existem cadastrados oito aeródromos privados, sendo sete operados pela FUNAI, todos para operação VFR diurna, com as seguintes características:
– Assunção do Içana (SWAK) – em altitude de 492 pés, com pista 06/24 de 30 x 950 m., de terra (com resistência de piso para aeronaves com até 2.500 kg), a cerca de 80 MN a NW-N de SBUA, operado pela FUNAI.
– Santo Atanázio (SWAZ) – em altitude de 394 pés, com pista 17/35 de 30 x 900 m., de piçarra (com resistência de piso para aeronaves com até 2.500 kg), a cerca de 145 MN a W-NW de SBUA, operado pela FUNAI.
– Pari-Cachoeira (SWPC) – em altitude de 377 pés, com pista 13/31 de 30 x 1.200 m., de piçarra (com resistência de piso para aeronaves com até 2.500 kg), a cerca de 170 MN a W-NW de SBUA e 30 MN a SW-W de SWAZ, operado pela FUNAI.
– Taraquá (SWTR) – em altitude de 246 pés, com pista 02/20 de 30 x 1.000 m., de terra (com resistência de piso PCN 7), a cerca de 95 MN a W-NW de SBUA e 30 MN a SW-W de SWAZe 75 MN a leste de SWPC, operado pela FUNAI.
– Anamoim (SWAO) – em altitude de 335 pés, com pista 14/32 de 23 x 1.000 m., de piçarra (com resistência de piso para aeronaves com até 2.500 kg), a cerca de 120 MN ao norte de SBUA, exclusivamente para operação de aeronave pertencente ou explorada pela FUNAI, operado pela FUNAI.
– Uapui-Cachoeira (SWUK) – em altitude de 249 pés, com pista 18/36 de 30 x 900 m., de piçarra (com resistência de piso para aeronaves com até 2.500 kg), a cerca de 155 MN a NW de SBUA, operado pela FUNAI.
– Querari (SWQE) – em altitude de 492 pés, com pista 18/36 de 30 x 850 m., de asfalto (com resistência de piso para aeronaves com até 2.500 kg), a cerca de 185 MN a NW de SBUA e 40 MN a SW-W de SWUK, operado pela FUNAI. Está na divisa com a Colômbia.
– Cucuí (SWKU) – em altitude de 272 pés, com pista 16/34 de 30 x 1.200 m., de asfalto (com resistência de piso PCN 13), a cerca de 80 MN a ao norte SBUA.

O município de Santa Izabel do Rio Negro, também às margens do rio Negro, com aeródromo público SWTP, dista 120 MN a leste-sudeste de São Gabriel da Cachoeira (SBUA) e 300 MN a NW de Manaus (SBEG). O aeródromo (SWTP) tem pista 09/27 de 30 x 1.200 m., de asfalto, com resistência de pavimento PCN 8, para operação VFR diurna, em em elevação de 223 pés.

O rio Jutaí corre ao sul de São Gabriel da Cachoeira e Santa Izabel do Rio Negro.

Atualização: o CENIPA listou o acidente no painel SIPAER, do tipo “falha de motor em vôo”, registrado no horário de 17:05Z.

Na súmula factual inicial, o avião (com apenas o piloto) decolou do Aeródromo de Santa Isabel do Rio Negro (SWTP), no AM, por volta das 16:45Z, com destino de uma pista não-cadastrada conhecida como Missão Mariauá (ZZZZ), localizada no mesmo município (de Santa Izabel do Rio Negro), para efetuar a partir desta o transporte de passageiros. Com cerca de 20 minutos de vôo, em cruzeiro, houve falha do motor e o piloto realizou uma amerissagem no rio Mariauá. A aeronave teve danos substanciais, mas o piloto saiu ileso.