Catar fecha espaço aéreo temporariamente para “garantir segurança”, em integrante de um conjunto de precauções tomadas “com base nos desdobramentos na região”, em 24.06.25

Fonte: Estadão/InfoMoney – 23/06/2025
O governo do Catar anunciou a suspensão temporária do tráfego em seu espaço aéreo para “garantir a segurança de cidadãos, residentes e visitantes”. A medida faz parte de um conjunto de precauções tomadas “com base nos desdobramentos na região”, em meio ao aumento das tensões entre Irã, Israel e Estados Unidos.
Segundo o comunicado oficial, “as autoridades oficiais monitoram a situação de perto e continuamente, avaliando os desdobramentos em coordenação com parceiros regionais e internacionais”.
O Catar reafirma que “a segurança e a proteção de todas as pessoas em território catariano continuam sendo a prioridade máxima” e garante que não hesitará em adotar as medidas preventivas necessárias para manter essa proteção.
Catar intercepta ataque do Irã a base dos EUA após ofensiva americana
Teerã lançou mísseis como retaliação aos bombardeios de sábado; espaço aéreo foi fechado e vôos cancelados
Fonte: InfoMoney – 23/06/2025
O governo do Catar informou nesta segunda-feira (23) que interceptou mísseis balísticos lançados pelo Irã contra uma base militar dos Estados Unidos localizada em seu território.
A ofensiva iraniana foi uma retaliação direta aos ataques realizados por Washington, no sábado (21), contra três instalações nucleares estratégicas do país persa — Fordow, Natanz e Isfahan.
Segundo fontes ouvidas pela Axios, o Irã lançou 10 mísseis em direção ao Catar e um contra o Iraque. Nenhum deles teria atingido seu alvo.
A Fox News reportou que as defesas do Catar, com apoio norte-americano, conseguiram neutralizar a ameaça antes de qualquer impacto.
O Wall Street Journal já havia antecipado que os Estados Unidos identificaram sinais de que Teerã preparava uma resposta militar e que Doha havia fechado seu espaço aéreo por precaução, cancelando dezenas de voos da Qatar Airways.
Em nota publicada no X (antigo Twitter), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, confirmou que os mísseis iranianos foram interceptados com sucesso pelas defesas aéreas do país. Ele classificou a ação como “agressão descarada” e afirmou que o Catar se reserva o direito de responder “de maneira equivalente à natureza e à escala” do ataque, conforme o direito internacional.
A base aérea de Al-Udeid, que abriga milhares de militares americanos e equipamentos estratégicos, já estava em alerta para possíveis ataques desde o início da nova fase de confrontos entre Israel e Irã.
A agência estatal iraniana Tasnim confirmou que a ofensiva foi conduzida pela Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e descreveu a ação como uma resposta “poderosa e vitoriosa” aos bombardeios norte-americanos.
Três autoridades iranianas disseram à imprensa que Doha foi informada previamente sobre os ataques, em uma tentativa de evitar baixas civis ou militares.
“O Irã não deixará nenhum ataque à sua integridade territorial, soberania e segurança nacional sem resposta”, afirmou a IRGC em comunicado.
A tentativa de ataque ao Catar eleva o temor de uma regionalização do conflito iniciado na semana passada, quando Israel bombardeou instalações iranianas e cidades como Teerã e Esfahan.
A ofensiva foi respondida com mísseis contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. O envolvimento direto dos Estados Unidos ao atacar as usinas nucleares do Irã no sábado ampliou o nível de tensão no Golfo Pérsico.
O Catar abriga a base aérea de Al Udeid, considerada a principal instalação militar dos EUA na região e centro de comando para operações no Oriente Médio e na Ásia Central.
Catar reabre espaço aéreo 6 horas após ataques do Irã a bases dos EUA
Fonte: InfoMoney – 23/06/2025
Seis horas após ataques do Irã a bases do EUA no Catar, a Autoridade Geral de Avião Civil do Catar informou a reabertura do espaço aéreo do país, após o seu fechamento depois de ataques do Irã a bases militares dos EUA. As operações foram retomadas normalmente, segundo afirmou a autoridade em postagem na rede social X.
Logo após os ataques, o governo do Catar anunciou a suspensão temporária do tráfego em seu espaço aéreo para “garantir a segurança de cidadãos, residentes e visitantes”. A medida fez parte de um conjunto de precauções tomadas “com base nos desdobramentos na região”, em meio ao aumento das tensões entre Irã, Israel e Estados Unidos.
Mais cedo, diversas companhias aéreas, como Qatar Airways, Emirates, Etihad e FlyDubai tiveram operações suspensas, caso da Qatar, ou com rotas alteradas, caso das outras companhias. Outros países do Golfo Pérsico seguiram o exemplo do Catar e também fecharam seus espaços aéreos no momento, incluindo Bahrein e Kuwait.
Ataques com mísseis e drones trocados entre Israel e Irã já haviam forçado o fechamento intermitente de partes do espaço aéreo do Oriente Médio, interrompendo a aviação civil e gerando alertas globais sobre graves riscos de sobrevôo, de acordo com relatórios da provedora de inteligência em segurança OpsGroup. O tráfego na região passou a ser desviado por meio de redirecionamentos altamente congestionados.
Um Boletim Informativo de Zonas de Conflito da EASA, de 13 de junho, recomendou evitar operação de vôos sobre o Irã, Iraque, Israel, Jordânia e Líbano “em todos os Níveis de vôo” devido a operações militares ativas.
A FAA emitiu uma orientação paralela afirmando para “provável risco crítico para aeronaves operando em qualquer altitude no espaço aéreo entre Israel e o Irã devido a armamento ofensivo, às respostas subsequentes da defesa aérea e a resíduos resultantes”.
O conflito se intensificou no início de 13 de junho, quando Israel lançou ataques aéreos contra instalações nucleares e militares em todo o Irã. Segundo o OpsGroup, aproximadamente 200 caças israelenses participaram dos ataques coordenados. O Irã respondeu mais tarde naquele dia com ataques com mísseis balísticos e drones contra Tel Aviv. As autoridades israelenses declararam que as operações continuarão por várias semanas e que atualmente detêm “controle total sobre os céus de Teerã”.
Os países vizinhos começaram a reabrir seu espaço aéreo, mas sob restrições.
Líbano, Síria e Jordânia retomaram as operações de vôo em 15 de junho. A Jordânia passou a exigir que todos os vôos em chegada disponham de 30 minutos adicionais de combustível, até 21 de junho.
Com o corredor aéreo entre Israel e o Irã efetivamente fechado, as aeronaves estão sendo redirecionandas para o norte, via Mar Cáspio, ou para o sul, via Egito e Arábia Saudita.
Imagem OpsGroups/AIN
O OpsGroup observa que ambas as opções estão severamente congestionadas. “Muitos setores correm o risco de sobrecarga”, afirmou o grupo, aconselhando as tripulações a monitorar o TCAS, preparar as transferências de frequência com antecedência e esperar níveis elevados de interferência de GNSS.
O tráfego nas Regiões de Informação de Vôo (FIR) de Atenas e Nicósia também passaram a sofrer atrasos nos slots, em meio aos vôos com destino à Europa buscando alternativas.
A situação foi classificada por autoridades e operadores como volátil, e novas mudanças no acesso e nas rotas do espaço aéreo consideradas prováveis na medida da continuidade do conflito entre Israel e o Irã.
Os operadores são incentivados a consultar fortemente os informes NOTAM oficiais e recursos de monitoramento de conflitos em tempo real, como o “safeairspace.net”:
https://safeairspace.net/