CCR foi ausência sentida em leilão do aeroporto de Congonhas/SP, mas é favorita para novas concessões em 2023, diz Brasdeco BBI, em 19.08.22


Fonte: InfoMoney – 19/08/2022
Uma ausência sentida no leilão de aeroportos da véspera da 7ª rodada da ANAC foi a CCR (CCRO3). A companhia era uma das principais candidatas para arrematar o bloco SP/MS/PA/MG, que incluía o aeroporto de Congonhas e outros 10 aeroportos menores, mas desistiu de sua participação às vésperas do certame, não entregando propostas para este.

A espanhola AENA arrematou o ativo, com esta já tendo demonstrado forte interesse em sua localização estratégica. Hoje, a empresa opera seis aeroportos no Nordeste do país, de modo que a aquisição é interessante para sua expansão de portfólio.

Para o Bradesco BBI, o resultado do leilão do aeroporto de Congonhas confirmou que a CCR tomou a decisão adequada de não participar. A AENA venceu o leilão do bloco com um lance agressivo de R$ 2,45 bilhões, implicando um prêmio de 231% sobre a taxa mínima de concessão. Os analistas do banco destacam que a AENA já se tornou a maior operadora de aeroportos privados do Brasil com 24 milhões de passageiros esperados em 2022, superando a CCR com 14 milhões de passageiros.

Mesmo assim, dito isso, em 2023 o governo federal deve leiloar dois grandes aeroportos no Rio de Janeiro – Santos Dumont (centro) e Galeão (internacional) –, com um tráfego anual combinado de passageiros de aproximadamente 22,6 milhões (pré-pandemia).

“A nosso ver, a CCR é a candidata favorita a vencer este leilão, pois a empresa tem escala para fazer um lance competitivo e também exposição geográfica às regiões Sudeste e Sul do Brasil. Enquanto isso, a AENA precisará digerir seu novo bloco de aeroportos. A ausência de outros players globais, como Fraport e aeroporto de Zurique, também sugere que a CCR pode não enfrentar uma concorrência acirrada por esses ativos em 2023”, avaliam os analistas.

Os analistas apontam ainda acreditar que, com ou sem novos aeroportos, a divisão da CCR Airports ganhou escala suficiente para fazer um IPO [abertura de mercado] e/ou vender uma participação minoritária nesta subsidiária para desbloquear valor e financiar sua estratégia de crescimento.

O BBI segue com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para as ações da CCR, com preço alvo de R$ 16,00, ou potencial de alta de 13% em relação ao fechamento da véspera.