Cessna C172N tem incidentes de falha de comunicação em vôo em dois dias consecutivos, na jurisdição da Terminal de Londrina/PR, para viagem de Presidente Castelo Branco/PR para Guaíra, no PR divisa com Paraguai, em 24.03.22


No dia 26 (fev.), o monomotor Cessna C172N de prefixo PT-MUN (registro de produção sn 17272479, fabricação 1979), decolou do aeródromo Pousada das Águias (SSXO), no município de Presidente Castelo Branco, no PR, com destino no aeródromo de Guaíra (SSGY), no município de Guaíra, no PR, por volta das 19:30Z (16:30LT), para vôo privado com um piloto a bordo. Por volta das 20:09Z (17:09LT), ou seja, com 39 minutos de vôo, houve falha de comunicação entre a aeronave e o Controle de Terminal (APP) Londrina. Após várias tentativas sem sucesso, a aeronave retornou para pouso, no aeródromo Pousada das Águias (SSXO), sem outras anormalidades.

No dia seguinte (27), o monomotor novamente decolou do aeródromo Pousada das Águias (SSXO), com destino do aeródromo de Guaíra (SSGY), por volta das 12:00Z (09:00LT), somente com piloto. Após a partida (decolagem), às 12:10Z (09:10LT), houve novamente falha de comunicação, com o piloto acionando o código (de emergência por falha de comunicação) 7600 no transponder e prosseguiu vôo para o destino, em Guaíra (SSGY), ponde pousou por volta das 13:06Z (10:06LT), ie, 54 minutos de vôo, sem outras anormalidades.

As duas ocorrências estão listadas (separadamente) no painel SIPAER, do CENIPA, como incidente do tipo associado a falha/mau funcionamento de sistema/componente (SCF-NP). No tocante da investigação aeronáutica, o avião foi liberado para o operador.

O avião é de propriedade e operação de mesma Pessoa Física, registrado na categoria do transporte privado (TPP/RBAC-91), com último registro de compra/transferência em janeiro de 2019. O avião é aprovado para capacidade de até três passageiros (e um piloto), com MTOW de 1.043 kg, e operação VFR diurno/noturno. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) foi emitido em fevereiro de 2019 enquanto o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tem validade até dezembro.

O aeródromo de Guaíra (SSGY) dista cerca de 123 MN a SW do aeródromo (privado) Pousada das Águias (SSXO). Na divisa PR-MS e do Brasil-Paraguai, o aeródromo de Guaíra (SSGY) situa-se na FIR Curitiba/SBCW (jurisdição do CINDCATA-II), em um Espaço Classe “G” da superfície até FL145. O aeródromo fica dentro da ZIDA (Zona de Identificação de Defesa Aérea) Continental – uma faixa, basicamente, de 100 MN a partir da divisa brasileira, ao longo do contorno do território brasileiro, na qual todas as aeronaves que decolam, pousam ou transitam devem satisfazer procedimentos especiais de identificação e notificação para fins de defesa aérea e segurança da fronteira nacional, sendo compulsória a apresentação de Plano de vôo, independente das regras de operação do vôo; procedendo de Pousada das Águias (SSXO), a partir do limite da ZIDA são cerca de 90 MN até o aeródromo de Guaíra (SSGY).

O aeródromo (privado) Pousada das Águias (SSXO), por sua vez, dista cerca de 13 MN a NW do Aeroporto Silvio Name Junior (SBMG), no município de Maringá/PR, situando-se na CTR Maringá (de raio de 15 MN de SBMG, do solo até 4.500 pés, sendo um Espaço Classe “D”), que por sua vez está sob e contornada pela TMA Londrina (do FL045 até FL145, sendo Espaço Classe “D”. O aeródromo está quase na projeção do Portão “Castelo Branco”, da REA “J” (a 1,7 MN a SE). O corredor “J” presta-se para a saída até o Portão “Paranavaí” (na interseção com a REA “L”, e vertical do aeródromo de Paranavaí/SSPI), no limite da TMA Londrina, para seguir para Guaíra (SSGY), a 111 MN a SW, para uma rota de 136 MN, com Umuarama no través, em Espaço aéreo Classe G do solo até FL145.

Em elevação de 2.812 pés, o aeródromo (privado) Pousada das Águias (SSXO) tem pista (12/30) de 18 x 1.341 m. de asfalto, aprovada para operação VFR diurna/noturna. Para operação no aeródromo, aeronave em partida (e aproximação) é requerida de compulsório contato bilateral com APP- Londrina, independente do setor que procedam ou se destinam, e caso negativo o contato com o APP quando no solo para decolagem, a aeronave deverá manter-se no circuito de tráfego (em Espaço Classe “D”) até contato bilateral com este órgão ATC.