Com as finanças controladas e na linha para atingir metas, Bombardier pondera novos produtos e tecnologias, em 27.02.22


Motivada pelo atual momento de estar a caminho de cumprir suas metas financeiras para 2025, a fabricante de aeronaves executivas canadense Bombardier acredita que terá flexibilidade nesse momento para aumentar os investimentos em novos produtos em potencial, disse o presidente e CEO Éric Martel nesta quinta dia 24, conforme notícia da mídia especializada AIN.

Falando durante o Dia do Investidor edição 2022 (Investor Day 2022), da Bombardier com o mercado financeiro, Martel forneceu uma visão geral do progresso que a fabricante fez no ano passado em relação às metas estabelecidas ao se reorganizar como uma organização de aviação executiva “pura”. Esses objetivos incluíam, com o aumento da escala de fabricação, redução dos custos na produção do programa do jato Global 7500, aumentar as receitas no negócio pós-venda, produzir ganhos de produtividade de US$ 400 milhões e desalavancar o balanço patrimonial. Por meio dessas metas, a Bombardier divulga que está a caminho de atingir sua meta de receita de US$ 7,5 bilhões, lucro de US$ 1,5 bi e fluxo de caixa livre de US$ 500 milhões até 2025.

No ano passado, a Bombardier registrou receita de US$ 6,1 bilhões, lucro de US$ 600 milhões e fluxo de caixa livre de US$ 100 mi, e alcançou progresso importante em todas as suas metas.

Portanto, a fabricante projeta em 2022, sobre 2021, um aumento de receita de US$ 1,4 bi (23%), um aumento de lucro de US$ 900 mi (150%) e a elevação do fluxo de caixa livre de US$ 400 mi (400%).

Quanto ao programa Global 7500, Martel lembrou que a Bombardier reduziu seus custos de produção da aeronave (a principal aeronave do portfólio) em 40% entre a primeira e a 50ª entrega e está conseguindo mais 20% de redução nos custos no lote da 50ª e da 100ª aeronave do entregue no mercado, com centésimo aparelho estando previsto para entrega em breve. “Em 2021, transformamos este programa em um contribuinte positivo do EBITDA, e as perspectivas são ainda melhores para 2022, pois continuamos nos beneficiando da melhoria da curva de aprendizado”, disse Martel, acrescentando que “esse jato executivo está sendo extremamente bem recebido [no mercado]”.

Jean-Christophe Gallagher, vice-presidente executivo de serviços e suporte e estratégia corporativa da Bombardier, destacou o progresso da fabricante em direção as suas ambições de gerar US$ 2 bilhões em receitas de pós-venda até 2025 e que representem cerca de 27% das receitas gerais da Bombardier. Gallagher disse que este é um fluxo de receita importante porque é previsível e mais imune às desacelerações do setor.

Para atingir essa meta, a Bombardier deve capturar cerca de 50% dos serviços do negócio de pós-venda de suas frotas, que atualmente combinam cerca de 5.000 aeronaves. A Bombardier já viu um salto nesse negócio, respondendo por pouco menos de US$ 1 bilhão, representando 35% das receitas potenciais do mercado de reposição, em 2020 e chegando a US$ 1,24 bi, representando 39%, em 2021.

A Bombardier prevê maiores ganhos à medida que continua a implantar mais instalações de serviço online em todo o mundo – quatro grandes expansões no EUA, Cingapura, Austrália e Inglaterra/Londres devem ser inauguradas somente neste ano. Gallagher não descartou expansões adicionais, incluindo potenciais aquisições, pois busca reduzir ainda mais sua dependência de unidades de serviço autorizadas e se deslocar para novas regiões geográficas.

Pertinentemente a outros objetivos, a Bombardier reduziu sua dívida geral em US$ 3 bilhões, economizando mais de US$ 225 milhões em pagamentos de juros, abriu uma reserva de tempo de 36 meses de vencimento de dívida, dando tempo e espaço para executar do plano operacional, informou Martel. A Bombardier também já identificou US$ 250 milhões em reduções de custos, mais da metade dos US$ 400 milhões previstos para o final do próximo ano. Como resultado, isso está aumentando a flexibilidade para investimentos futuros, juntamente com uma maior redução da dívida, disse Martel.

“Temos que continuar evoluindo. Estamos aproveitando o tempo para avaliar nossos próximos movimentos com cuidado e ser estratégicos em nossos planos”, afirmou Martel. A sustentabilidade influenciará seus futuros produtos, destacou Martel aos investidores, enfatizando que uma parcela significativa de seu orçamento de pesquisa e desenvolvimento é destinada a tais iniciativas. Mas, Martel acrescentou: “também há espaço para explorarmos ainda mais nossos investimentos em tecnologia do Global 7500 e integrá-los ao nosso portfólio, como fizemos com o Challenger 3500”.

Apresentado em setembro como a próxima iteração da Família Challenger 300/350, o “3500” foi bem recebido pelo mercado, segundo Martel, para o executivo apontar que haverá “esse tipo de investimento”.

Com as atualizações da Família Global e a desativação do programa Learjet, muitos analistas apontam o Challenger 650 como a próxima aeronave possível a ser atualizada. Mas Martel continuou: “Eventualmente a Bombardier enfrentará a decisão – e será uma discussão de alocação de capital – sobre em que e qual plataforma queremos desenvolver. O gatilho aqui para nós é claramente o que nossos clientes esperam daqui para frente”.

A Bombardier está monitorando o desenvolvimento de novas tecnologias, como eletrificação, e buscando aerodinâmica refinada para produzir eficiências e possibilidades mais sustentáveis, revelou Martel, para emendar: “vamos ver quais tecnologias estão maduras o suficiente”. Quanto ao momento – timing – o mercado vai ditar este movimento, mas Martel acrescentou: “até 2025, teremos essa flexibilidade. Estamos em um bom lugar. Se precisarmos, teremos flexibilidade e capacidade para responder à nossa concorrência e poderemos oferecer o que nosso cliente procura”. [EL] – c/ fontes