Com mais de 2.000 casos registrados em 2024, MPOR e Polícia Ambiental reforçam campanha contra soltura ilegal de balões não-tripulados, uma prática que coloca em risco a segurança da aviação, o meio ambiente e áreas urbanas, em 19.07.25


Em nota postada no dia 18, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) divulgou que, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental de São Paulo, intensificou a campanha de conscientização sobre os perigos causados pela soltura ilegal de balões não-tripulados. A prática criminosa compromete a segurança da aviação civil, representa ameaça ao meio ambiente e oferece riscos às áreas urbanas.

Segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), somente em 2024 foram registrados mais de 2 mil casos de interferência de balões não-tripulados em operações aéreas no Brasil, com destaque para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Os dados alarmantes sobre a interferência desses balões em vôos revelam os riscos reais enfrentados pela aviação civil.

Diante desse cenário preocupante, Raquel Nascimento Rocha, coordenadora de Segurança Operacional e Carga da SAC, chama a atenção para as consequências dessas ocorrências: “Esses balões podem forçar pilotos a realizar manobras evasivas inesperadas ou alterar rotas, causando atrasos, cancelamentos e, em casos graves, acidentes que colocam vidas em risco”, alerta Raquel.

Para ampliar a eficácia da campanha e combater a soltura ilegal de balões não-tripulados, a Polícia Militar Ambiental de São Paulo atua em diversas frentes estratégicas, que envolvem tanto ações preventivas quanto repressivas. De acordo com o 1º tenente Aurélio Alexandre Teixeira, porta-voz do Comando da Polícia Ambiental de SP, o trabalho da corporação ocorre em três eixos principais:
– prevenção educativa, com palestras em escolas, comunidades e campanhas nas redes sociais;
– patrulhamento e monitoramento para coibir solturas; e,
– operações conjuntas com a Polícia Civil, Ministério Público e Justiça para desmantelar locais ilegais de produção e armazenamento.

“As regiões periféricas de São Paulo, Campinas e São José dos Campos são as mais críticas. O monitoramento próximo aos aeroportos é realizado pela ANAC e pela FAB, por meio de radares e postos de observação”, explica Teixeira.

No Rio de Janeiro, a soltura de balões tem gerado grande preocupação, especialmente nas proximidades do Aeroporto Santos Dumont (SDU/SBRJ). Somente neste ano, mais de 120 balões foram avistados na região, colocando em risco a operação aérea e a segurança da população. Em 2023, cerca de 20 balões caíram dentro do pátio do aeroporto. Um deles chegou a pegar fogo e lançar rojões.     

Vale destacar que soltar balões é crime previsto no artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais, com pena de detenção de um a três anos. Identificar os responsáveis nem sempre é simples, já que grupos organizados utilizam observadores para escapar da fiscalização. Por isso, as denúncias anônimas são fundamentais. Os principais alvos são galpões de produção, que precisam ser desativados antes do lançamento dos balões. Somente nos primeiros seis meses de 2025, a Polícia Ambiental aplicou mais de 25 autos de infração ambiental relacionados à prática, com multas que somam mais de R$ 380 mil.