COMAC certifica na China o jato do transporte comercial de fuselagem estreita C919, em 30.09.22


A COMAC obteve da autoridade de aviação civil chinesa a Certificado Tipo do jato do transporte comercial narrowbody C919, marcando o fim de uma longa, prejudicada por interrupções, campanha de desenvolvimento e da certificação do avião, desde o lançamento do programa em 2009, para assim colocar o avião pronto para o mercado. As autoridades chinesas concederam o certificado Tipo do C919 durante uma cerimônia em Pequim na manhã desta quinta dia 29.

Os planos mais recentes previam a entrega da primeira das cinco aeronaves encomendadas para a China Eastern Airlines até o final do ano, mas matérias na mídia estatal chinesa sugerem um novo adiamento para 2023.

A maior parte de pouco mais de 800 pedidos e compromissos para o C919 veio quase exclusivamente de cias. aéreas e arrendadoras chinesas. Em 2010, mais de uma década antes de completar sua fusão com a AerCap, no ano passado, a GE Capital Aviation Services anunciou pedidos para 10 jatos C919, aparentemente tornando-se o primeiro agente ocidental a cumprir seu interesse no modelo chinês da COMAC. Em 2015, a City Airways, da Tailândia, assinou um acordo preliminar com a ICBC Leasing para receber 10 jatos C919, mas a cia. aérea faliu no ano seguinte.

Projetado para transportar 168 passageiros, o C919 concorre contra os modelos B.737, da Boeing, e A320, da Airbus, dois modelos muito presentes em operação no mercado da aviação chinês e também nas carteiras de encomendas de transportadoras áreas da China.

Várias fabricantes internacionais compuseram joint ventures na China para fornecer e desenvolver produtos do programa C919, incluindo a GE e a Safran (motores), a Collins Aerospace (sistemas de comunicação e navegação), a Honeywell (sistemas de controle de vôo) e a Liebherr Aerospace (trem de pouso e sistemas de gestão).

No entanto, as tensões políticas levantaram questões sobre a viabilidade a longo prazo da participação ocidental no fornecimento de componentes para a aeronave.

Em 2015, o Departamento de Justiça indiciou vários chineses envolvidos no programa sob a acusação de roubar tecnologia de motores de várias fabricantes aeronáuticas, do EUA e Europa.

Em um dos últimos atos do governo Trump em janeiro de 2021, o Departamento de Defesa (DoD) do EUA, em uma lista que incluía a COMAC, divulgou os nomes de outras “empresas militares chinesas comunistas” (CCMC – de Communist Chinese Military Company – Cia. Militar da China Comunista) operando direta ou indiretamente no EUA forçando os fornecedores americanos a interromper as negociações com estas empresas chinesas. No entanto, o governo Biden anexou uma nota ao anúncio, dizendo que, em 03 de junho de 2021, o secretário de Defesa havia removido as entidades listadas da lista de CCMC (de Communist Chinese Military Company – Cia. Militar da China Comunista). No mesmo mês, o OFAC (de Office of Foreign Assets Control, ou Escritório de Controle de Ativos a Estrangeiros), uma unidade do Departamento do Tesouro do EUA, publicou uma nova lista que proíbe o investimento em empresas chinesas de tecnologia de defesa e vigilância, incluindo mais de uma dúzia de empresas de aviação e aeroespacial, bem como a empresa de telecomunicações/fabricação de equipamentos Huawei, noticiou o South China Morning Post em dezembro. Embora o nome da COMAC não tenha aparecido na lista, a medida implicava que o governo americano continuaria a observar a fabricante aeronáutica chinesa de perto. [EL] – c/ fontes