Conflito de tráfego entre Beech G33 decolando (após incursão de pista) e Cessna C182 em aproximação (em vôo de TGL), em convergência, em aeródromo não-controlado, na CTR em Campo Grande/MS, em 29.12.22


No dia 19 de julho, às 18:38Z (14:38LT), o monomotor Beechcraft G33 de matrícula PT-IJX, ingressou na cabeceira 24 da pista do Aeródromo Estância Santa Maria (SSKG), em Campo Grande, no MS, e iniciou a corrida de decolagem no vôo com destino do Aeródromo Fazenda Campo Aliancinha (SNLJ), em Corumbá, no MS, a cerca de 149 MN a NW.

Ao mesmo instante da decolagem do Beechcraft G33 de matrícula PT-IJX, outro monomotor – o Cessna C182N, de matrícula PR-NLH -, fazia aproximação para a cabeceira 06, em treinamento de toque-arremetida (TGL), com este tripulante abortando a aproximação e executando uma arremetida em função da decolagem (em direção convergente) da outra aeronave.

A ocorrência está listada no painel SIPAER, de CENIPA, como incidente de incursão de pista – do Beechcraft G33 de matrícula PT-IJX.

Os trabalhos relativos à ocorrência foram finalizados, com os dois aviões liberados para os operadores.

O G33 (BE33) de matrícula PT-IJX é o aparelho de registro de produção sn CD-1303, fabricação 1972, é propriedade e operado por Pessoa Física, sendo registrado na categoria do transporte privado, com último registro de compra/transferência em novembro de 2020. O avião é aprovado para até quatro passageiros e MTOW de 1.497 kg, para operação VFR diurno. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) é de janeiro de 2021.

O C182N (C182) de matrícula PR-NLH é o aparelho de registro de produção sn 18260741, fabricação 1970, propriedade de Pessoa Física e operado pela Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica do MS, estando registrado na categoria de transporte público da Administração Direta estadual (ADE); o avião tem GRAVAME com “Indisponibilidade/Bloqueio de Transferência/Direito de Uso Judicial/Penhora”. O último registro de compra/transferência é de fevereiro de 2012, o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) é de maio de 2020. O avião é aprovado para até três passageiros e MTOW de 1.338 kg, para operação VFR diurno.

Em elevação de 2.028 pés, o Aeródromo público-estadual Estância Santa Maria (SSKG) tem pista 06/24 de 30 x 1.500 m., asfaltada, com pavimento com resistência para aeronaves com até 5.600 kg, para operação VFR diurna/noturna. O aeródromo conta com a pista principal e mais uma taxiway paralela para acesso do pátio central (em ponto a SE) para as duas cabeceiras, além da seção central da pista. O aeródromo não dispõe de serviço informação de tráfego aéreo e de serviço de controle de tráfego de aeródromo. O circuito de tráfego é compulsoriamente pelo setor NW, devido à interferência de tráfego com o aeródromo privado “Sítio Pouso do Aviador” (SSAY) – a 2,6 MN a SE, em elevação de 1.946 pés (com pista 05/23, de 20 x 1.000 m., de asfalto, para operação VFR diurna). A operação no aeródromo conta com carta VAC e regra para aeronaves procedendo ou com destino setor N/NW estabelecer contato bilateral compulsório com APP Campo Grande para coordenação de tráfego.

Os dois aeródromos – Estância Santa Maria (SSKG) e “Sítio Pouso do Aviador” (SSAY) – estão cada numa ATZ, os dois espaços sendo contíguos, e divisando, no setor NE de SSKG. A ATZ do Estância Santa Maria (SSKG) é de raio de 2,5 MN. Na saída das duas ATZ, uma aeronave deverá contatar obrigatoriamente com o APP Campo Grande.

Adicionalmente, o Estância Santa Maria (SSKG) tem próximos o aeródromo público-municipal “Teruel Ipanema Estância” (SSIE) – a 7,1 MN a SW, em elevação de 1.732 pés (com pista 06/24, de 20 x 1.500 m., asfaltada, para operação VFR diurna). O aeródromo está numa ATZ, de raio de 2,5 MN. A operação no aeródromo conta com carta VAC e regra para aeronaves procedendo ou com destino setor N/NW estabelecer contato bilateral compulsório com APP Campo Grande para coordenação de tráfego.

Distando 8,5 MN a W-NW do Estância Santa Maria (SSKG), está o Aeroporto de Campo Grande (SBCG), em elevação de 1.834 pés, com pista 06/24 (de 45 x 2.600 m.), com serviço de controle de tráfego.

Todos estes aeródromos estão contidos pela CTR Campo Grande, um Espaço Aéreo Classe C, do solo até FL045.

No momento da operação, o tempo no Aeroporto de Campo Grande (SBCG) – a 8,5 MN a W-NW, em elevação de 1.834 pés (- 194 pés) – era excelente – com condição reportada CAVOK – com vento nordeste fraco, temperatura do ar de 30˚C e QNH de 1.018 hPa.

METAR SBCG 191800Z 06007KT 010V130 CAVOK 30/12 Q1018=
METAR SBCG 191900Z 08008KT CAVOK 30/12 Q1018=

A uma saída planejável para o vôo (com destino a NW) seria decolagem seguindo para a posição “ESTUFA” (a 8,6 MN do ARP, RM 092˚), para ingressar na REA “Z” e interceptar e seguir nas REA “B” e “D”, até o Portão “Corguinho” (a 44 MN a NW de SSKG, RM 355˚), para seguir para o destino, e a decolagem da pista 06 sendo a mais vantajosa. Uma alternativa, em favor da decolagem pela pista 24, seria a seguir para posição “FÁBRICA” (a 3,4 MN do ARP, RM 283˚) e seguir para Posição “COTOVELO”, portão da REA “V” para interceptar e seguir na REA “Q” até o Portão “Corguinho” (a 44 MN a NW de SSKG, RM 355˚), para seguir para o destino; esta alternativa cruza quase que a vertical do Aeroporto de Campo Grande/SBCG (a 5,5 MN a NW-RM 316˚ da posição “FABRICA” e a 8 MN a SE- RM 153˚ da posição “COTOVELO”), restando dependendo das condições de tráfego do aeroporto para este sobrevôo.