Convenção da associação de pilotos de Cessna Citation (CJP) promove segurança, com uso de FOQA, em 01.11.22
A convenção da CJP – Citation Jet Pilots (associação de pilotos de jatos Cessna Citation) da Associação de Proprietários e Pilotos de Cessna Citation deste ano aconteceu nesta última semana de outrubro (a partir do dia 27), com mais de 560 participantes, muitos tendo viajado para o evento pousando Aeroporto Executivo de Georgetown, ao norte de Austin, no Texas (EUA), em mais de 160 jatos Citation.
A CJP hoje conta com .427 membros que operam 916 jatos Citation. Como métrica do desempenho em segurança de vôo, nos últimos dois anos houve zero incidentes ou acidentes envolvendo membros e seus aviões.
Com a segurança como foco principal da CJP e de sua CJP – Safety and Education Foundation (Fundação de Instrução e Segurança), o primeiro dia completo da convenção começou com um painel de segurança.
O presidente do Comitê de Segurança do CJP, Charlie Precourt, egresso da NASA (ex-comandante de ônibus espacial) e proprietário de um Cessna Citation CJ1+, liderou a primeira sessão, com o tema “The Quest for Safety” (“A Busca pela Segurança”). Isso incluiu uma discussão sobre práticas de segurança pelo diretor do programa de frota da operadora de compartilhamento NetJets Robert Switz e o diretor de segurança da FSI – FlightSafety International Mark Kleinhans.
Switz descreveu como a NetJets desenvolveu seu programa de garantia de qualidade de operações de vôo (FOQA – Flight Operations Quality Assurance) e como este programa contribuiu para o recorde de segurança “estelar” da operadora. “FOQA foi um divisor de águas para nós”, resumiu Switz.
Um exemplo recente de como o FOQA ajudou a NetJets a melhorar sua operação foi durante as aproximações visuais no aeroporto de Truckee Tahoe (KTRK), na Califórnia, em altitude de 5.901 pés. A análise do FOQA mostrou que muitos vôos estavam enfrentando problemas como alertas de proximidade de terreno e de excessiva razão de descida e de aproximações desestabilizadas.
Como resultado, a NetJets criou o seu próprio procedimento de aproximação visual com base em critérios de design de aproximação padrão com instruções detalhadas, como limitações de velocidade para atingir um raio de curva desejado. “Isso reduziu drasticamente nossos alertas FOQA”, disse Switz, e a NetJets está publicando cartas semelhantes para outros aeroportos com elementos presentes de maior risco.
“Não há razão para nós [CJP] não podermos fazer isso”, pontuou Precourt para a iniciativa da NetJets.
“Sabemos pelos dados da indústria que mesmo pilotos proficientes podem encontrar situações para as quais não estão preparados”, disse Kleinhans, da FlightSafety (FSI). “Precisamos de nossos clientes preparados para o mundo real”, emendou Kleinhans.
Para isso, a FlightSafety está trabalhando com a GE Digital para capturar dados de vôo e de treinamento e fornecer análises que ajudem a identificar ameaças e perigos. “Nós analisamos o que o treinamento faz e como inocular nossos pilotos”, Kleinhans explicou.
Alguns resultados de todo esse trabalho são o novo programa FOQA do CJP, trabalhando com L3Harris e CloudAhoy, e sua iniciativa Safe To Land (segurança para pouso). Este novo programa FOQA é concebido especificamente para lidar com a alta taxa de excursões de pista em operações de jatos do transporte privado e executivo.
“Os dados mostram que cerca de 35% de todas as perdas de casco são de excursões de pista”, disse Precourt, para prosseguir: “Essa é uma grande área para focarmos. Estamos trabalhando duro para fazer nossa parte para reduzir essas linhas de tendência”.
Os membros da CJP puderam participar de uma sessão de instrução (ground school) de duas horas, do programa Safe To Land (segurança para pouso), que poderá ser creditado no próximo curso completo do programa, que estará disponível no próximo ano.
Na sessão da manhã do segundo dia da convenção (28), o presidente e CEO da Textron Aviation, Ron Draper, abordou os problemas da cadeia de suprimentos que estão desafiando os fabricantes de aeronaves e suas organizações de serviços. “A cadeia de suprimentos está difícil há um ano e meio”, revelou Draper, para prosseguir: “Está se nivelando, mas vai levar algum tempo até que seja substancialmente melhor”. Draper reconheceu que a Textron teve que desacelerar parte de sua produção devido à escassez de componentes, incluindo matérias-primas para longarinas de asas e atrasos nas entregas de motores. “No lado do mercado de reposição”, disse Draper, “[estamos] trabalhando muito duro para obter respostas para todos os clientes”.
Neese quadro, em resposta, segundo Draper, a Textron tomou medidas durante desde a pandemia para gerenciar sua cadeia de suprimentos, fazendo pedidos significativos com fornecedores à medida que a demanda aumentava, na medida em que alguns fornecedores questionavam o tamanho dos pedidos. A Textron também enviou especialistas em cadeia de suprimentos a fornecedores e, em alguns casos, técnicos para ajudar a reforçar uma força de trabalho enxuta. “Estamos trabalhando de tudo para melhorar a situação”, Draper disse, para finalizar: “A atuação [componentes] tem sido um problema, então compramos uma empresa de fomento, de estímulo”. [EL] – c/ fontes