Dassault avança o programa Falcon 10X, para montagem da primeira aeronave neste ano e entrada em serviço em 2027, e trabalha para expandir mercado do “6X”, em 24.02.24


Em meio à cobertura da feira aeronáutica Singapore Airshow, a editora da revista mensal AIN Kerry Lynch postou (no AIN on Line), no dia 21, artigo para divulgar a presença da fabricante francesa Dassault na feira assim como atualizar o andamento do programa do jato cabine larga de 19 passageiros Falcon 10X, cuja certificação é planejada para a entrada em serviço em 2027.

Uma vez certificado, com o Falcon 10X  a Dassault lançará no mercado seu modelo Falcon de maior porte e mais longo alcance, colocando-o no segmento hoje dividido entre os modelos Bombardier Global 7500 e do Gulfstream G700.

Lynch escreveu que o cronograma de certificação do Falcon 10X ficou aquém da meta original de 2025. Para um histórico recente, Lynch lembrou que, durante a Convenção e Exposição Européia de Aviação Executiva (EBACE) em Genebra, em maio passado, o CEO e presidente da Dassault Aviation, Éric Trappier, indicou algum ceticismo sobre o cronograma de 2025, apontando para problemas de fornecedores e os efeitos da Covid mais prolongados do que o previsto.

Com evento presente, Lynch escreveu que, no entanto, Carlos Brana, vice-presidente executivo de aeronaves civis da Dassault Aviation, disse para a AIN que, apesar do atraso no cronograma do programa Falcon 10X, “o desenvolvimento está indo bem”, à medida que os planos para montar a aeronave neste ano prosseguem”, ainda segundo Brana, “estamos começando a fabricar as peças. No momento, tudo está indo conforme o planejado, mesmo que o cronograma tenha atrasado um pouquinho”.

Alimentado por dois turbofan Rolls-Royce 10X produzindo 18.000 lbf., o Falcon 10X terá capacidade de voar MACH 0,925. O jato terá uma cabine de 9 pés e 1 polegada (277,40 cm)  de largura e 6 pés e 8 polegadas (203,56 cm) de altura, maior do que qualquer um dos jatos executivos produzidos especificamente como modelo executivo em serviço atualmente.

Com maior alcance, o Falcon 10X abre novas opções de pares de cidades, como Nova York (EUA) a Xangai (na China) ou Hong Kong (China), e Los Angeles (EUA) a Sydney (Austrália). O alcance mais longo permite à Dassault lançar uma oferta mais ampla no mercado da Ásia-Pacífico, à medida que continua a expandir a sua presença na região (APAC).

“A Ásia-Pacífico faz parte do mundo onde o crescimento é importante”, disse Brana. “Ainda há um grande crescimento. Com o nível de industrialização que está chegando, as pessoas precisarão de meios de transporte específicos para os negócios, e a aviação executiva tem tudo a ver com isso”, Brana prosseguiu.

Ele destacou a importância da Singapore Airshow – o maior evento da região Ásia-Pacífico – para gerar interesse no portfólio Falcon, à medida que a Dassault busca construir ainda mais sua base no mercado em crescimento.

A Dassault está usando a Singapore Airshow como “trampolim” para lançar uma turnê de demonstração de três semanas pelo Sudeste Asiático, Austrália e Nova Zelândia de seu mais novo lançamento no mercado, o Falcon 6X. Apresentado na exibição estática ao lado de um Falcon 2000LXS, o “6X” marca sua estréia na Singapore Airshow cerca de seis meses depois de receber as aprovações da EASA e da FAA e logo após entrar em serviço.

O jato supermédio Falcon 2000 provou ser o best-seller da Dassault até agora, com vendas em países asiáticos como Japão, Coréia e Indonésia. “É uma plataforma que nossos clientes apreciam por causa de seus clientes, devido à sua confiabilidade e versatilidade”, disse Brana.

Embora a variante Falcon 2000 LXS possua um alcance de 4.000 MN, Brana observou que o portfólio da família Falcon crescente proporcionará uma rede mais ampla para operadoras na Ásia com o alcance de 5.500 MN do “6X”, que pode conectar a Europa à Ásia e, finalmente, ao “10X”.

À medida que inicia o desenvolvimento (aprimoramento) do “6X”, a Dassault continua trabalhando em aprovações como aproximações rampadas (rampa acentuada) e envolvendo o aproveitamento do recurso HUD, disse Brana, paralelamente com processos de certificação adicionais em países como China, Índia e Canadá. Com as incertezas em torno do cronograma para a aprovação chinesa do “6X”, Brana disse: “Preferimos começar mais cedo”. Ao mesmo tempo, a fabricante francesa também continua a construir a carteira de pedidos do “6X”, que se estende até 2025.

Em 2023, as entregas da Dassault caíram para 26 jatos Falcon, seis a menos (-18,8%) do que em 2022, e abaixo 25,7% das 35 unidades previstas na orientação de negócios no início do ano passado. A fabricante apontou problemas na cadeia de abastecimento para as entregas prejudicadas e que continua trabalhando com os fornecedores para ajudá-los a “sair da situação difícil … e deixar as coisas para trás”, disse Brana. “As coisas não estão fáceis, mas estão melhorando e, esperançosamente, em um ritmo rápido”, completou Brana.

À medida que trabalha para expandir seu portfólio de produtos (aeronaves), a Dassault está ampliando sua rede de serviços. A fabricante planeja abrir seu próximo centro de serviço de 150.000 pés² (13.935 m²) nas instalações de Kuala Lumpur em março. Essa instalação substituirá o espaço existente na cidade malaia e fornecerá capacidade suficiente para abrigar de 10 a 15 jatos Falcon, ao mesmo tempo que acomodará seus modelos mais recentes. A instalação na Malásia já recebeu aprovação da FAA para manutenção de linha no “6X”. [EL] – c/ fonte