DECEA participa de Painel de Requisitos e Performance ATM da OACI, no Canadá, em 22.04.25


Em nota no dia 17, o DECEA divulgou que representantes do seu Subdepartamento de Operações (SDOP) participaram do 46º Ciclo de Reuniões do Painel de Requisitos e Performance ATM, entre os dias 07 e 11 de abril, em Montreal, no Canadá. O evento, promovido pela OACI, tem por objetivo desenvolver conceitos, concepções operacionais e normas importantes para dar suporte ao desenvolvimento do Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM) Global.

Dentre os desenvolvimentos, pode-se mencionar aqueles que suportam a implementação de serviços de Informação de Vôo e Fluxo em um Ambiente Colaborativo (FF-ICE – Flight and Flow Information for a Collaborative Environment) que substituirá o Plano de Vôo atual (FPL2012) e de Operações Baseadas em Trajetórias.

O FF-ICE é um conceito desenvolvido no painel da OACI dentro da modernização dos sistemas de gestão de tráfego aéreo, que consiste em um intercâmbio de informações entre sistemas de controle de tráfego aéreo, companhias aéreas, aeroportos e outras partes interessadas da aviação. Esse conceito foi pensado para que haja uma evolução do atual modelo de plano de vôo para um modelo onde é possível o envio e atualização de informações de vôo e de fluxo de forma digital, contínua e colaborativa durante todas as fases de um vôo.

Já as Operações Baseadas em Trajetórias trata-se de um conceito em que todas as partes envolvidas (pilotos, controle de tráfego aéreo, operadores de aeronaves) trabalham a partir de uma trajetória acordada e previsível no espaço e no tempo (trajetória 4D) que serve como a principal referência para planejar, coordenar e gerenciar os vôos.

Durante o encontro foi deliberado sobre a pertinência do desenvolvimento de um conceito global sobre HAO – High Altitude Operations (operações em alta altitude), com base em uma visão holística. HAO são operações realizadas por aeronaves que voam em altitudes muito superiores às da aviação comercial tradicional, geralmente acima do espaço aéreo controlado convencional, em geral acima de 60.000 pés (cerca de 18.000 m.). Essas operações envolvem aeronaves tripuladas ou não tripuladas (como balões estratosféricos, aeronaves pseudo-satélites — HAPS: High-Altitude Pseudo Satellites) empregadas em missões de observação da Terra, comunicações, pesquisa científica, monitoramento ambiental, defesa, dentre outras aplicações.

“O Brasil contribui muito no desenvolvimento dos critérios de elaboração de conceitos e normas relevantes para a área de Gerenciamento de Tráfego Aéreo da OACI pela grandeza das implementações que acontecem no país e pela capacidade técnica de nosso pessoal. Além disso as reuniões são um caminho para se adquirir conhecimentos técnicos e especializados junto aos outros provedores e prestadores de serviço de navegação aérea alinhando as necessidades do DECEA aos padrões e melhores práticas internacionais. Outro fator essencial é o estabelecimento de Planos Regionais de tais implementações na Região da América do Sul”, afirmou o representante do Brasil, coronel aviador Diego Henrique De Brito, escolhido para liderar o trabalho global sobre o tema.