DECEA participa do GT de Enlace de Dados Operacionais do Painel de Comunicações da ICAO, em 31.12.23
Conforme notícia postada no dia 11, o DECEA divulgou a sua participação, entre os dias 04 e 08, na sexta Reunião Conjunta das Equipes de Projetos do Grupo de Trabalho Data Link Operacional do Painel de Comunicações ICAO.
O Grupo de Trabalho realiza estudos específicos, aprovados pelo Painel de Comunicações, visando facilitar a coordenação a nível mundial da implementação das aplicações sobre enlace de dados. Como responsável por aspectos operacionais e estratégicos relativos aos sistemas de comunicações aeronáuticas, o GT elabora e revisa conceitos e requisitos contidos nos SARP (Standard and Recommended Practices – Práticas Recomendadas e Padrões) e nos Manuais da ICAO, especialmente aqueles decorrentes do desenvolvimento de novas tecnologias e/ou adequações operacionais advindas de lições aprendidas durante os processos de implementação e uso dos sistemas de comunicações pelos Estados.
Todos os assuntos tratados são de interesse do SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro).
Dentre eles, o Manual Global Data Link Operacional, que permite a defesa de interesses nacionais e a preparação para eventuais ajustes técnicos, operacionais, estruturais e conceituais referentes à evolução da provisão dos serviços data link no país, para melhor clareza e gerenciamento das comunicações aeronáuticas e redução da carga de trabalho, elevando a segurança das operações.
Outro tema é o Manual PBCS (Comunicações e Vigilância Baseadas em Performance), com vistas a eficiência e efetividade na implementação desse conceito na FIR Atlântico (SBAO) para a maior eficiência na utilização do espaço aéreo por meio da redução das separações entre aeronaves, do consumo de combustível e de lançamento de gases poluentes na atmosfera. Há ainda, futuramente, potencial identificação de expansão para o espaço aéreo continental para evolução contínua do gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil.
Questões de requisitos de desempenho de comunicações e vigilância também são muito significantes já que suportam o desenvolvimento global sobre o tema e oportunizam o reconhecimento de adequações para a performance do data link nacional.
O acompanhamento do desenvolvimento do tema comunicações por voz por satélite e da estruturação do respectivo manual potencializa o reconhecimento da conveniência de implementação do serviço no Brasil para maior disponibilidade e resiliência dos meios de comunicação, especialmente em espaços aéreos remotos.
Dentre outros trabalhos desenvolvidos, o Brasil tem sido um dos protagonistas para viabilização de etapas do planejamento estratégico data link operacional global previsto no Plano Global de Navegação Aérea e para validação e desenvolvimento de requisitos de performance de comunicações.
Na ocasião, o capitão-especialista em comunicações Marcelo Mello Fagundes e o capitão-engenheiro Celdo Souza da Silveira, submeteram três artigos e uma apresentação, aprovados pela ICAO, tratando do status de implementação de aplicações e conceitos data link Ar-Terra e Terra-Terra no Brasil, dos resultados estatísticos do desempenho do enlace de dados empregado no espaço aéreo continental e no espaço aéreo remoto/oceânico e de estatísticas de utilização de mensagens CPDLC na FIR Amazônica (SBAZ).
De acordo com o chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, brigadeiro do ar André Gustavo Fernandes Peçanha, “a participação efetiva do Brasil em fóruns internacionais data link impulsiona o SISCEAB no desenvolvimento e implementação de tecnologias e conceitos que empregam sistemas por enlaces de dados para lidar com a crescente demanda por utilização do espaço aéreo no Brasil, mantendo a regularidade e a fluidez da aviação e a eficiência e segurança do controle de tráfego aéreo”.
Segundo o capitão Fagundes, “a cultura data link no Brasil tem crescido significantemente ao longo dos últimos anos, com a operacionalização da Comunicação de Dados entre Órgãos ATS, das Autorizações por Data Link, do Serviço Automático de Informação por Enlace de Dados, da Vigilância Dependente Automática por Contrato e das Comunicações entre Controladores e Pilotos por meio de Enlace de Dados no espaço aéreo oceânico e continental e com o plano de implementação do PBCS na FIR Atlântico”, pontuou.