DECEA promove o sistema brasileiro SAR, em 29.06.22


Por ocasião da celebração do Dia da Aviação de Busca e Salvamento, o DECEA postou nota de divulgação deste recurso, do intenso trabalho de bastidores envolvendo uma rede integrada que monitora possíveis incidentes 24 horas por dia para esta operação específica.

Conforme a nota, cabe ao Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC), localizado no CINDACTA I (Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), com sede em Brasília (DF), verificar o sinal de alerta e transmiti-los aos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáuticos (ARCC), ou SALVAERO, situados em Brasília (DF), Curitiba (PR), Recife (PE) e Manaus (AM) – e/ou Marítimo (SALVAMAR), que assumem a missão de prestar o Serviço de Busca e Salvamento (SAR – Search and Rescue).

As missões de busca e salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional, sobre o mar territorial e ainda em uma ampla área de águas internacionais do Atlântico. Por força de tratados internacionais, o Brasil é responsável por essas missões em uma área de mais de 22 milhões de km², quase três vezes a extensão continental do país (de 8,5 milhões de km²).

O ARCC/SALVAERO tem a responsabilidade de coordenar as operações de busca e salvamento em sua respectiva área de jurisdição por meio de dados recebidos do BRMCC, órgãos de controle de tráfego aéreo ou por demanda do público em geral. Após o acionamento de todo esse sistema, podem ser acionados aeronaves, embarcações e grupos de solo para a missão de busca e salvamento.

A rapidez na distribuição e na precisão das informações dos alertas, oriundos de aeronaves ou embarcações, que são recebidos pelo sistema COSPAS-SARSAT, são determinantes para que os Centros de Coordenação e Salvamento cumpram a sua missão e possam localizar e resgatar o mais rápido possível os sobreviventes.

“A aptidão técnica para a execução de uma tarefa é de fundamental importância para se maximizar a probabilidade de sucesso. Dentro da atividade de Busca e Salvamento isso ganha um peso ainda maior por estarmos tratando de vidas que podem estar em potencial estado de perigo. Logo, todos os elos responsáveis, seja pelo planejamento, coordenação e execução das missões de Busca e Salvamento devem se manter constantemente treinados e em condições de atuar 24 horas por dia, 7 dias por semana”, afirma o chefe da Divisão de Busca e Salvamento (DSAR) do DECEA, major-aviador Bruno Vieira Passos.

De acordo com o Anuário SAR 2021 elaborado pelo DECEA em relação aos casos com a participação da FAB, foram resgatadas 50 vítimas com vida. No ano de 2021 foram registrados 2.089 casos, sendo 2.066 resolvidos nas buscas por comunicações e 23 envolveram operações de buscas com o emprego de mais de 615 horas de vôo.

O relatório aponta ainda que o BRMCC recebeu 1.268 sinais de alerta, dos quais 15 (1,2%) foram reais e 858 (68%) foram sinais falsos de alerta.

Outro fator frequente responsável por esses números são os acionamentos equivocados das balizas de emergência (Transmissores Localizadores de Emergência – ELT e EPIRB), equipamentos embarcados na grande maioria das aeronaves e embarcações que são acionados em casos de emergência por uma ação voluntária ou por um impacto sofrido. O sinal captado por satélites é transmitido aos SALVAERO através do BRMCC.

De acordo com o major-aviador Vieira, os proprietários de aeronaves e embarcações que possuem balizas de emergência ELT e EPIRB ou localizadores pessoais (PLB) devem fazer o cadastro das balizas pelo sistema INFOSAR, um serviço simples, rápido e gratuito. “Desde janeiro de 2016, quando o sistema entrou em funcionamento, 8.192 usuários registraram suas balizas, dos quais tiveram exclusões, atualizações de dados e inserções no sistema de registro”, esclarece o oficial.

A evolução tecnológica é de extrema importância para aumentar a eficiência nos processos das atividades de naturezas diversas. “Quando colocamos a tecnologia para atuar a nosso favor dentro da atividade de busca e salvamento, conseguimos tornar o processo mais eficiente e consequentemente melhorar os resultados. Temos como exemplo os equipamentos embarcados das aeronaves e das embarcações que emitem um sinal de localização em situações de perigo e/ou emergência de forma manual ou automática”, pontua o major-aviador Vieira.

O DECEA tem priorizado o trabalho de conscientização através de campanhas de divulgação para destacar a importância do registro das balizas pelos proprietários de aeronaves e embarcações. “Isso reduz muito o tempo de resposta e aumenta sobremaneira a probabilidade de sobrevida das vítimas.  A cada dia que passa a tecnologia nos auxilia mais a termos não só uma condição de utilização dos meios de forma mais segura, como também a respondermos de forma mais eficiente a uma condição de emergência”, afirma o major-aviador Vieira.