Delta Air Lines e Airbus fazem parceria em energia de hidrogênio, em 21.03.22
A Delta Air Lines e a Airbus assinaram um memorando de entendimento envolvendo colaboração na pesquisa e desenvolvimento de aeronaves movidas a hidrogênio e o “ecossistema” de infraestrutura relacionado, divulgou a cia. aérea americana (com sede em Atlanta) na última quinta dia 17.
Parte do plano Flight to Net Zero (Vôo para Adição Zero) da transportadora para escalar e avançar em tecnologias sustentáveis, o acordo torna a Delta a primeira cia. aérea do EUA a fazer parceria com a Airbus no programa Zero E (Emissão Zero) da fabricante francesa para desenvolver um avião de classe narrowbody (fuselagem estreita) movido a hidrogênio programado para entrar em serviço em 2035.
A Airbus já assinou acordos com três outras cias. aéreas – as transportadoras européias easyJet e SAS Scandinavian Airlines e mais a Air New Zealand – para estudar as necessidades de infraestrutura para futuras aeronaves movidas a hidrogênio.
“Para impulsionar o futuro da aviação sustentável, precisamos acelerar o desenvolvimento e a comercialização de tecnologias potencialmente disruptivas”, disse Pam Fletcher, diretora de sustentabilidade da Delta. “O combustível de hidrogênio é um conceito empolgante que tem o potencial de redefinir o status quo. Esses passos tangíveis estabelecem as bases para a próxima geração da aviação”, comentou Fletcher.
Sob o acordo, a Delta identificará as expectativas de frota e rede e os requisitos operacionais e de infraestrutura necessários para desenvolver aeronaves comerciais movidas por combustível de hidrogênio, divulgou a cia. aérea. As áreas de foco incluem explorar a viabilidade técnica e econômica de aeronaves movidas a hidrogênio, identificar o caminho para a introdução na frota e operações da Delta e avaliar o desempenho potencial da aeronave na frota. Essas considerações incluem limites de alcance de de aeronave, tempo de reabastecimento e compatibilidade do aeroporto, informou a cia. aérea. Outras considerações envolvem avaliar a infraestrutura necessária para desenvolver hidrogênio “verde”, trazê-lo para escala, facilitar sua disponibilidade em aeroportos em todo o país e analisar a regulamentação e os custos. Por fim, a Delta fará parceria com a Airbus na defesa de um futuro descarbonizado na aviação, incluindo caminhos para a produção de hidrogênio, com as principais partes interessadas do setor.
“Para descarbonizar a aviação, precisamos desenvolver os blocos tecnológicos certos e um ecossistema dinâmico de hidrogênio”, disse Julie Kitcher, vice-presidente executiva de comunicações e assuntos corporativos da Airbus. “Através de uma estreita colaboração com parceiros importantes, como a Delta, integraremos a experiência e as necessidades específicas de nossos clientes para garantir que nossa aeronave de emissão zero seja um divisor de águas para o setor aeroespacial sustentável”.
O anúncio se baseia no recente investimento da Delta por meio de seus planos de pensão no fundo TPG Rise Climate, que se concentra no apoio a soluções climáticas em escala. A Delta também se juntou à coalizão First Movers, uma parceria público-privada e plataforma projetada para acelerar e dimensionar o desenvolvimento de tecnologias climáticas inovadoras.
Lançado em setembro de 2020, o programa Zero E (Emissão Zero) da Airbus engloba três possibilidades para plataformas (de aeronaves) movidas a hidrogênio, uma decisão que espera tomar em 2024. Os planos prevêem a fabricante voar em um demonstrador de tecnologia em 2025. No ano passado, os engenheiros começaram a trabalhar para desenvolver um demonstrador terrestre de hidrogênio pronto para ajudá-los a lidar com riscos tecnológicos complexos em torno do ecossistema para energia de hidrogênio, como o volume do combustível e as características criogênicas (baixa temperatura).
O mais novo dos três projetos mostra uma estrutura de asa mista que transportaria até 200 passageiros em vôos que variam de cerca de 2.000 MN, na indicação da Airbus. A fuselagem excepcionalmente larga, na qual a asa se funde com a seção principal da aeronave, forneceria espaço para uma cabine, bem como para armazenamento e distribuição de hidrogênio.
A Airbus também apresentou um modelo de fuselagem estreita mais convencional que transportaria entre 120 e 200 passageiros em setores de cerca de 2.000 MN. O conceito basearia o sistema de propulsão em um par de motores de turbina a gás modificados movidos a hidrogênio líquido armazenado e distribuído por meio de tanques localizados atrás da antepara de pressão traseira. O design apresenta superfícies externas das asas recuadas.
O terceiro projeto é um bimotor turboélice de 100 lugares, apresentando também turbinas a gás modificadas alimentadas por hidrogênio, com capacidade de um alcance projetado de cerca de 1.000 MN. [EL] – c/ fontes