Diamond assina acordo com Safran para propulsão elétrica do monomotor DA-40, em 30.04.22


Após anunciar planos para produção de monomotor composto DA-40 movido a eletricidade em outubro passado, a fabricante austríaca Diamond Aircraft divulgou que assinou um acordo com a fabricante francesa Safran Electrical & Power para o fornecimento de um sistema de motor elétrico para o modelo com a designação eDA-40.

“Ainda temos que fazer muita avaliação e desenvolvimento”, disse o CEO da Diamond, Frank Zhang, durante a agenda da feira aeronáutica Aero Friedrichshafen, na Alemanha. Zhang prevê o primeiro vôo do eDA-40 até o final do ano e a certificação básica da EASA no final de 2023 ou início de 2024.

O motor elétrico EngineUs, da Safran, fornecerá ao eDA-40 potência de decolagem de 130 kW. O motor será equipado com um sistema integrado de controle do motor, enquanto o gerenciamento térmico será feito por meio de resfriamento a ar, e a alimentação será por uma bateria EPS – Electric Power Systems (sistemas de potência por bateria). Um sistema de carregamento rápido DC irá realimentar as baterias da aeronave em menos de 20 minutos.

A Safran antecipa a certificação do motor elétrico em meados de 2023.

O monomotor DA-40 é um avião de fuselagem de material composto de quatro assentos, empenagem em “T”, de trem fixo, com motorização a pistão Austro Engine AE-300, de 168 HP, turbocomprimido, alimentado por QAv (para a variante DA-40NG) ou Lycoming IO-360M1A, de 180 HP, alimentado por AvGas (na variante DA-40XLT), equipada com hélice tripá da MT, de velocidade constante. A aviônica é Garmin G1000 NXi, com plataforma de vôo dispondo como item opcional do sistema de controle de vôo automático GFC700.
O DA-40 tem 8,06 m. de comprimento e altura de 1,97 m., com envergadura de 11,63 m.

A variante DA-40NG tem peso vazio de 900 kg (1.984 lb.) e MTOW de 1.310 kg (2.888 lb.). A carga-útil é de 410 kg (904 lb.).

O DA-40NG tem capacidade velocidade máxima de 154 KTAS (à 14.000 pés, em regime de máxima potência contínua), altitude máxima de 16.400 pés. O avião tem alcance de 940 MN (com tanques auxilires – com capacidade total de 39 galões/261 lb. ou 147 litros/118 kg) em condição de 60% potência, com consumo de 19,5 litros/h (5,1 galões/hora).

A variante DA-40XLT tem peso vazio de 792 kg (1.746 lb.) e MTOW de 1.200 kg (2.646 lb.). A carga-útil é de 408 kg (900 lb.).

O DA-40XLT tem capacidade velocidade máxima de 143 KTAS (à 14.000 pés, em regime de máxima potência contínua), altitude máxima de 16.400 pés. O avião tem alcance de 830 MN (com tanques auxilires – com capacidade total de 50 galões/301 lb. ou 189 litros/136 kg) em condição de 45% potência. O consumo é de 31 litros/h (8,2 galões/hora), em regime de 60% de potência.

Comparado ao modelo de pistão DA-40 atual, Zhang disse: “Esperamos que os custos operacionais do eDA-40 sejam 40% menores”, disse Zhang. A autonomia será de cerca de 90 minutos.

O eDA-40 também será equipado com aviônicos Garmin G1000 NXi e comercializado como treinador de vôo.

Enquanto isso, a atual linha de produtos da Diamond está crescendo rapidamente. Desde que a chinesa Wanfeng adquiriu a Diamond Aircraft Group, em 2017, as entregas de todos os seus modelos de aeronaves dispararam.

A fabricante austríaca ainda retomou a produção do monomotor DA-20-C1, de dois assentos, que agora está sendo vendido a uma taxa de produção de 20 aviões por ano.

Em 2017, a Diamond Aircraft entregou 137 aviões e subiu para 240 aviões em 2021. Neste ano, o total deve chegar a 300, segundo Zhang, que prevê as entregas chegando a 400 em 2023 e 500 em 2024. E as vendas já estão reservadas para produção até 2023, acrescentou Zhang. “A aviação geral, mesmo após o Covid, realmente se recuperou”, pontuou Zhang.

Na China, a Diamond abriu uma unidade de produção em Qingdao. Com a capacidade de fabricação chegando ao máximo em suas instalações de produção na Áustria e no Canadá, a Diamond está construindo fuselagens do DA-40 completas na China e enviando-as para o Canadá para montagem final. Na China, a Diamond está produzindo aviões para mercados locais, predominantemente para frotas de treinamento, sob um certificado de produção chinês.

Em última análise, Zhang gostaria de ver mais globalização da indústria de aviação geral, com as autoridades de aviação dos EUA, Europa e China aceitando os padrões de certificação umas das outras. Se isso acontecesse, os aviões fabricados pela Diamond na China poderiam ser exportados em vez de apenas atender aos mercados locais. “Cada planta deve estar focada em um modelo”, explicou. A configuração mais eficiente seria a China fazer o DA-40, o Canadá o DA-50 e a Áustria os modelos bimotores. “Precisamos da globalização para conseguir isso”, disse ele. [EL] – c/ fontes