Disponibilidade de SAF aumenta lentamente na Europa, em 09.06.23
Embora o combustível de aviação sustentável (SAF) possa fornecer a melhor solução de curto prazo para a descarbonização da aviação, isso ainda envolve uma indústria nas fases iniciais de desenvolvimento de produto, apontou post da mídia AIN repassando o atual momento, em meio da cobertura da feira da associação da aviação executiva européia EBACE, que aconteceu em maio.
Na verdade, o primeiro SAF produzido comercialmente ocorreu há menos de uma década, destaca a mídia, historicamente.
“Está na infância”, observou Daniel Coertzer, CEO da divisão internacional Titan Aviation Fuels, com sede em Genebra, para o artigo da AIN. “O primeiro SAF foi vendido há apenas alguns anos. Ainda não podemos assumir ou competir com o negócio de combustível de aviação que existe desde a Segunda Guerra Mundial”, completou Coertzer.
De fato, apesar do SAF representar atualmente uma porcentagem mínima do suprimento geral de combustível de aviação, é uma indústria que está crescendo, mas com inúmeras demandas sendo colocadas sobre ela na forma de metas e mandatos.
Na Europa, foram impostas obrigatoriedades no uso de SAF em países como França, Suécia e Noruega, enquanto o Reino Unido planeja adotar combustível com mistura de 10% de SAF até 2030. Outros programas em toda a União Européia em consideração exigem que todos vôos com origem em aeroportos maiores pelo bloco seja uma mistura com proporção mínima de SAF.
“Os mandatos são um pouco diferentes, mas têm o mesmo resultado, que é encorajar a aceitação [do SAF] porque você tem uma das duas opções: você compra o SAF factualmente ou paga uma multa, efetivamente”, disse Matthew Whitton, vice-presidente de abastecimento terrestre e aéreo para a Europa da distribuidora World Fuel Services.
De acordo com o rastreador da indústria e consultoria de sustentabilidade 4Air, o SAF agora está disponível de forma consistente para clientes de aviação executiva e geral em aproximadamente 17 aeroportos na Europa:
– oito no Reino Unido, incluindo os aeroportos de Farnborough, Biggin Hill e Luton;
– três na França, incluindo Paris/Le Bourget;
– quatro na Itália;
– em Amsterdã/Schiphol, na Holanda; e,
– em Viena, na Áustria.
A distribuidora norte-americana AEG Fuels – que tem uma marca de distribuição de SAF maior na Europa do que no EUA – observou que educar os usuários é fundamental. “Vimos esse problema com alguns locais: eles encontram o SAF e não podem dispor porque ninguém sabe como comprá-lo”, disse Marc Ramthun, diretor administrativo de vendas e suprimentos de aviação executiva. “Nós temos esse ótimo produto, mas se ninguém conseguir encontrá-lo, não fará bem a ninguém”, completou Ramthun.
Na semana da feira EBACE, a World Fuel Services anunciou um novo acordo com a produtora líder de SAF Neste, que aumentará o número de aeroportos europeus em que a World Fuel fornece SAF, de 13 para 40. A distribuidora (sediada no EUA) prevê um aumento de 20 vezes em suas entregas de SAF neste ano ante o ano 2022.
“Estamos entusiasmados por ter criado uma estrutura que nos permite fornecer SAF de forma mais confiável aos nossos clientes em toda a Europa, de maneira oportuna e conveniente”, disse Duncan Story, vice-presidente de fornecimento de aviação da World Fuel para a região. “Estamos confiantes de que este acordo e uma colaboração mais profunda com a Neste servirão para acelerar nossa capacidade de apoiar os clientes em suas ambições de descarbonização em todo o mundo”, acrescentou Duncan.
No entanto, alguns registros indicam que os suprimentos SAF na Europa ainda são bastante limitados em comparação com o EUA.
“O remanescente para obrigatoriedade no plano Refuel EU [de nova política de uso de combustível, da União Européia] faz com que os fornecedores fiquem em espera para ajudá-los a atender a esses futuros requisitos de mistura ou pelo menos até que tenham uma melhor clareza sobre eles”, disse o presidente da 4Air, Kennedy Ricci. “Também há algumas operadoras que se atrasam para esperar que as obrigatoriedades as levem adiante”, apontou Ricci.
O uso do SAF pela aviação executiva também enfrenta obstáculos adicionais na concorrência com as transportadoras do transporte comercial, que possuem acordos de distribuição existentes para grandes quantidades de combustível. “A demanda é alta em relação à oferta do produto”, disse Whitton. Embora existam alguns cortes existentes para suprimentos SAF da aviação executiva, “tem sido difícil encontrar as moléculas”, disse Whitton, vp de abastecimento terrestre e aéreo para a Europa da World Fuel Services.
Além da questão de pouca disponibilidade, outro fator-desafio é o atual custo do SAF. Segundo fontes, o combustível com SAF misturado pode custar US$ 2/galão ou mais do QAv-JET-A (puro). Para um jato de alcance ultralongo, isso poderia adicionar US$ 800/hora aos custos operacionais.
“Muita gente adoraria usar [SAF], mas simplesmente não é viável torná-los competitivos no preço”, disse Coetze, CEO da Titan Aviation Fuels, para emendar: “Se eles cotarem um fretamento e precisarem contar com combustível definido [na precificação], o cara que não depende de combustível definido pode entrar com uma margem muito melhor”.
À medida que a produção de SAF aumentar, esse “delta” de preços diminuirá e colocará os preços do SAF mais em pé de igualdade com o combustível convencional.
As principais empresas de combustíveis continuam a canalizar seus esforços para melhorar suas instalações atuais e desenvolver novas para aumentar a produção. “Acho que todos eles estão realmente se preparando para investir seu dinheiro e sabem que esse é o futuro”, acrescentou Coetzer.
Em termos de maior produção, para maior oferta e disponibilidade (com a maior produção, pela escala, caminhando para redução de preço), após a tão esperada expansão de sua refinaria SAF em Cingapura, a Neste está atualmente em processo de atualização e expansão de suas instalações em Roterdã, na Holanda, o que aumentará consideravelmente sua produção SAF até 2026.
A produtora de combustível sustentável Cepsa anunciou recentemente uma parceria para estabelecer uma grande refinaria na Espanha que deverá entrar em operação em 2026 com uma produção de 500.000 toneladas por ano. [EL] – c/ fonte