Dois anos após o seu lançamento, o centro de tecnologia da Daher Shap’in transforma inovação em compósitos em soluções e “aeronave do futuro” toma forma, em 11.04.25


Em nota no dia 04, a Daher divulgou a comemoração do segundo “aniversário” do Shap’in, seu centro de tecnologia dedicado às aeroestruturas em compósitos do futuro, localizado na unidade da fabricante em Saint-Aignan-de-Grandlieu, perto de Nantes, na França.

Projetado para centralizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) e acelerar a maturidade dos compósitos, o Shap’in dá um novo passo rumo a sua escala industrial. Essa transição é um marco fundamental para a Daher, que visa desempenhar um papel importante nos grandes programas aeroespaciais do futuro, onde esses materiais serão cruciais.
Rumo à industrialização progressiva dos compósitos – com o Shap’in, a Daher está lançando as bases para a industrialização progressiva dos compósitos, combinando inovação e sustentabilidade. Com esses avanços, o grupo está acelerando a maturidade dos compósitos e sua integração gradual em suas fábricas. Essa dinâmica permitirá que a Daher atenda às crescentes demandas do setor aeroespacial para o futuro.

Estruturando a maturidade dos compósitos – para atingir essa ambição, o Shap’in passou dois anos desenvolvendo soluções em automação, conectividade e otimização de fluxos, integrando os imperativos de competitividade e descarbonização. Em conexão direta com as fábricas da Daher na região, esses processos estão sendo testados e otimizados para implantação gradual, iniciando um processo de aceleração que continuará nos próximos anos.

Um ecossistema colaborativo para acelerar a inovação – essa dinâmica de transformação depende da colaboração aberta, apoiada por fontes de financiamento francesas como o CORAC (Council for Civil Aeronautical Research – Conselho de Pesquisa Aeronáutica Civil), o governo francês e a região onde o Shap’in está localizado.

Situado no centro da inovação regional, o centro de tecnologia Shap’in, da Daher, colabora com startups, SME (small and medium enterprises, ou PME – pequenas e médias empresas), fabricantes de aeronaves, instituições acadêmicas e o Instituto de Tecnologia de Genebra (IRT) Júlio Verne para explorar novos processos, testar materiais de ponta e otimizar a fabricação de compósitos. Essas parcerias permitem uma transição mais rápida da pesquisa para a industrialização, contando com uma rede de expertise e recursos tecnológicos avançados.

Soldagem/colagem de compósitos termoplásticos (Thermoplastic composite welding): um avanço tecnológico – entre esses avanços, a montagem sem fixadores (fastener-free assembly) representa um grande avanço tecnológico, permitindo uma redução de até 15% no peso das aeroestruturas – um ganho impossível com os métodos tradicionais. Após a aquisição da empresa holandesa KVE em 2019, a Daher desenvolveu uma tecnologia patenteada de soldagem termoplástica por indução. Em novembro passado, essa inovação foi validada no Shap’in com um demonstrador de estabilizador horizontal fixo para aeronaves, confirmando sua viabilidade industrial pela primeira vez.

“O Shap’in é o ápice de nossas ambições em inovação e industrialização de compósitos. A validação da soldagem termoplástica é um exemplo real de nossa capacidade de transformar um avanço tecnológico em uma solução industrial. Esse avanço abre caminho para uma nova geração de aeroestruturas mais leves e eficientes, adaptadas aos requisitos das aeronaves do futuro”, disse Dominique Bailly, diretor de P&D e chefe do Shap’in.

Um modelo estruturado de reciclagem para compósitos – além dos avanços na montagem, o Shap’in também está repensando todo o ciclo de vida dos materiais compósitos. Em parceria com a fábrica da Daher em Saint-Aignan, o centro tecnológico implementou um processo estruturado de reciclagem em três etapas:
– separação e coleta de resíduos;
– moagem e transformação em pellets (pelotas); e,
– reutilização para a produção de novas peças.

Esse processo foi aplicado na substituição dos pedais (de leme) das aeronaves TBM, da Daher, historicamente feitos de alumínio por pedais feitos de materiais compósitos reciclados. Aprovados pelas autoridades européias, os pedais de composite serão integrados à produção a partir de 2025.

Usinagem de alta espessura (heavy thickness machining): um diferencial – para atender às aplicações mais críticas, o Shap’in também aprimorou sua expertise em usinagem de compósitos (composite machining). Graças a uma máquina de usinagem de alta espessura financiada pelo governo francês no âmbito do programa “France Relance” (Relançamento da França), a Daher agora pode usinar peças compostas com até 2 cm de espessura. Ao dominar esses processos, a Daher se juntou ao seleto grupo de players industriais capazes de atender a esses mercados.

Com o Shap’in, a Daher atingiu um marco em seu crescimento industrial. A capacidade de usinar compósitos de alta espessura abre acesso a mercados onde apenas alguns players globais estão presentes.

Responsabilidade ecológica no centro da inovação – “A aviação mais ecologicamente responsável do futuro dependerá desses processos e materiais inovadores, e estamos nos preparando para essa mudança há mais de 10 anos. O respeito ao meio ambiente está no centro do nosso roteiro tecnológico. Desde o início, a Daher identificou os compósitos avançados como um verdadeiro catalisador – um divisor de águas, abordando os principais desafios de desempenho, redução de peso e taxas de produção para fabricantes de aeronaves. Com o Shap’in, estamos acelerando os esforços para descarbonizar nossos produtos em todo o seu ciclo de vida, do design ecológico à economia circular, com a gestão otimizada da reciclagem de nossos resíduos de produção. Estamos convencidos de que essa abordagem representa um ativo decisivo para toda a indústria”, disse Julie de Cevins, diretora de sustentabilidade da Daher. [EL]