EASA assumirá a liderança na descarbonização da aviação européia – até 2050, 70% do combustível fornecido nos aeroportos europeus deverá ser SAF e a tancagem será desencorajada, em 17.09.23
A agência de segurança na aviação EASA terá a responsabilidade geral de monitorar o progresso da indústria da aviação no alcance da neutralidade de carbono até 2050, na sequência da aprovação pelo Parlamento Europeu, nesta semana, das novas regras e metas no regulamento do programa de aviação ReFuelEU Aviation.
Entre as medidas que serão aplicadas estão medidas para dissuadir os operadores de abastecimento completo (tancagem) para evitar a compra de querosene de aviação (fóssil) JET-A1 em alguns aeroportos, evitando a operação de aeronaves mais pesadas, com maior consumo, e o consequente aumento da poluição causada por queima de combustível. A EASA irá agora promover e medir a utilização de combustível de aviação sustentável (SAF) e monitorar a redução resultante nas emissões de dióxido de carbono (CO2).
A iniciativa ReFuelEU Aviation estabelece metas para percentagens mínimas de SAF a serem utilizadas como mistura com combustível de aviação em vôos a partir de 2025.
O primeiro relatório sobre o que se espera ser o aumento da disponibilidade e utilização de SAF será publicado no quarto trimestre do ano.
“Os combustíveis de aviação sustentáveis são atualmente a solução mais promissora para colocar o transporte aéreo no caminho da descarbonização e o ReFuelEU é um marco na promoção da adoção do SAF”, disse Luc Tytgat, diretor executivo interino da EASA. “Esta legislação coloca a EASA no centro do esforço para reduzir as emissões de CO2 da aviação. Atribuir esta tarefa à EASA também envia a mensagem clara de que a sustentabilidade não pode ocorrer à custa da segurança na aviação. Devemos estar seguros de forma sustentável”, completou Tytgat.
O objetivo é que 70% de todo o combustível fornecido nos aeroportos da União Européia seja SAF até 2050. Desse total, a fração 35% deverá ser de combustíveis sintéticos de aviação que têm maior potencial para reduzir as emissões. O âmbito do novo regulamento cobre pelo menos 95% de todo o tráfego que parte dos aeroportos europeus.
O parlamento europeu (da UE) também instruiu a EASA a tornar as medidas de redução de carbono transparentes para os cidadãos europeus através de um esquema de rotulagem ambiental que deixe claro o impacto ambiental de cada vôo. A idéia por detrás desta medida é que os passageiros possam tomar decisões informadas se desejarem reservar vôos com operadores empenhados em reduzir o seu impacto nas alterações climáticas. Os operadores de aeronaves europeus poderão optar por fornecer dados operacionais como parte da base para o cálculo das emissões de CO2. Estes dados serão então verificados pela EASA. [EL] – c/ fonte