EASA sedia seu primeiro workshop internacional sobre os desafios e processos futuros para certificação de aeronaves movidas por hidrogênio, em 01.01.25


Antecedendo recesso de final de ano, a agência EASA sediou o primeiro workshop internacional sobre os desafios e processos futuros para certificação de aeronaves movidas a hidrogênio, com o objetivo de desenvolver uma abordagem de certificação que tenha o apoio de toda a comunidade.

O workshop, com a participação de mais de 100 pessoas, reuniu todos os cantos da comunidade do hidrogênio, incluindo membros de empresas de células de combustível, academias e institutos de pesquisa, empresas de aviação iniciantes (startups) e fabricantes de aeronaves bem estabelecidas. Também contou com representantes de várias autoridades internacionais, por exemplo, as agências de aviação civil FAA, a CAA-UK (Reino Unido) e JCAB (Japão).

Embora os combustíveis sustentáveis ​​de aviação (SAF) sejam vistos como uma medida imediata para reduzir as emissões de carbono pela aviação, a longo prazo outras fontes de combustível e tecnologias serão necessárias para a sustentabilidade do setor. Tecnologias inovadoras e disruptivas, como o hidrogênio, apresentam respostas possíveis, mas também envolverão mudanças significativas nos projetos de aeronaves. Uma nova abordagem de certificação é aparentemente necessária para garantir que essas aeronaves atendam aos altos padrões de segurança.

As aeronaves movidas a hidrogênio terão um design muito diferente do atual. Uma mudança na abordagem de certificação será necessária devido à complexidade da integração do hidrogênio como combustível, incluindo os limites a serem definidos e as interfaces entre os sistemas da aeronave. Definir a abordagem de certificação correta e a cooperação entre as autoridades é, portanto, crucial.

Embora o uso do hidrogênio como combustível seja um tópico de pesquisa importante no mundo acadêmico, e isso esteja levando a um crescimento constante no conhecimento, o setor de aviação não tem experiência em serviço com essas aeronaves, uma vez que ainda não foram desenvolvidas. Isso representa desafios de segurança, pois há conhecimento limitado dos principais fatores para tornar seguro voar com aeronaves movidas a hidrogênio.

“A mudança para a aviação sustentável é um projeto global que necessita de uma abordagem harmonizada”, disse a diretora de certificação da EASA, Rachel Daeschler. “Todos nós precisamos trabalhar juntos para garantir que a aeronave movida a hidrogênio do futuro, e seu ecossistema, seja segura e sustentável. Para conseguir isso, precisamos garantir que o conhecimento seja compartilhado para que possamos entender completamente todos os aspectos”, prosseguiu Daeschler.

Os participantes do workshop concordaram que, portanto, mais atenção precisa ser dada à aplicação de tecnologias na aviação e à exploração de tijolos tecnológicos, como armazenamento de hidrogênio, e a considerações de aeronavegabilidade, como prevenção de incêndios e explosões, e outros aspectos semelhantes.

A indústria apresentou alguns projetos em andamento e tópicos atualmente sendo explorados, por exemplo, distribuição de peso, distribuição de tanques de combustível, armazenamento de hidrogênio líquido e pilhas e sistemas de células de combustível. Isso tornou ainda mais evidente que os desafios futuros são numerosos e que trabalhar juntos e compartilhar resultados em nível global é, portanto, essencial. As discussões que se seguiram levantaram várias questões principais sobre limites de certificação, aprovações para equipamentos de células de combustível, restrições de peso (para aeronaves pequenas) e muito mais.

O que ficou claro para todos os participantes, de acordo com a EASA, é que os níveis atuais de segurança devem ser pelo menos mantidos.

O envolvimento das autoridades em um estágio inicial foi acordado, mas também o momento certo para essa etapa foi discutido, pois foi considerado que uma certa maturação da tecnologia é necessária para envolver as autoridades de maneira eficaz. O papel dos operadores e quando e como melhor envolvê-los também foi debatido.

Muitos projetos já estão em andamento para dar suporte à transição para novas tecnologias e promover o trabalho em conjunto. Isso inclui os Serviços de Inovação da EASA, bem como programas e iniciativas de Pesquisa da União Européia, como a Clean Aviation e a AZEA – Alliance for Zero-Emission Aviation (Aliança para Aviação de Emissão Zero) como um meio de trabalhar em conjunto e como uma plataforma para compartilhar e disseminar conhecimento. [EL]