EBACE promove painel pioneiro do tema de motorização por energia elétrica e híbrida-elétrica para uma nova geração de aviões, em 28.05.22


A edição 2923 da feira aeronáutica de aviação executiva Européia EBACE ofereceu, na programação de eventos, um pioneiro painel do tema de motorização por energia elétrica e híbrida-elétrica. O evento foi objeto de post de James Wynbrandt na mídia AIN, publicado no dia 24.

O caso da propulsão totalmente elétrica e híbrida elétrica para uma nova geração de aeronaves de asa fixa é economicamente viável, mas a capacidade da bateria e a tecnologia de suporte continuam sendo os principais obstáculos para esse futuro. Assim disseram os líderes de duas plataformas pioneiras no painel de terça dia 24, denominado EBACE Newsmakers Breakfast.

Jean Botti, CEO e CTO da VoltAero, com sede na Itália, e Gregory Davis, presidente e CEO interino da Eviation Aircraft, com sede em Seattle/EUA, se juntaram a um painel de jornalistas para separar as esperanças e a publicidade da propulsão elétrica de aviões da realidade.

A VoltAero está desenvolvendo a Família Cassio de aeronaves híbridas-elétricas, enquanto a Eviation está trabalhando no avião Alice totalmente elétrico.

A VoltAero escolheu um modelo híbrido-elétrico livre de emissões – baterias complementadas por um motor térmico – para aumentar seu alcance e fornecer um backup em caso de problema de energia da bateria, disse Botti. “Chegamos à conclusão de que o melhor compromisso hoje, com o estado das baterias, era o híbrido”, pontuou Botti.

Davis reconheceu que as baterias são “temperamentais” e descreveu a falta de avanço tecnológico e produção como uma situação de “galinha e ovo”, exacerbada pela escala minúscula das necessidades aeroespaciais versus a demanda atual por baterias automotivas.

Abordando questões regulatórias e de certificação que enfrentam essas aeronaves, Davis disse: “Oitenta por cento do Alice é um avião normal”, o que minimizará os obstáculos para certificação (Tipo – TC/CT) e garantirá o acesso ao espaço aéreo. Já Botti observou que o primeiro modelo, o Cassio 330, de quatro lugares, “está chegando à certificação no final do ano”.

Respondendo a perguntas sobre a demanda e aceitação pública de tais plataformas, Davis apontou para o pedido da companhia aérea americana Cape Air, anunciado em abril, para 75 Alices de nove passageiros.

Botti disse que a VoltAero tem 17 pré-encomendas para o Cassio 330 de compradores em países como EUA, Reino Unido e França, e recentemente introduziu um programa de propriedade compartilhada para a aeronave “para envolver pessoas normais e empolgá-las” com a nova tecnologia. Botti também anunciou que a Holanda “acaba de nos selecionar para fazer uma demonstração de transporte de mercadorias por todo o país”.

Desafiado sobre a possibilidade de crescer em grandes empresas, dado o histórico de novos empreendimentos aeroespaciais no último meio século, Davis lançou o objetivo da Eviation em uma luz alternativa: “Trata-se de aeroespacial sustentável, eliminando as emissões de carbono e garantindo que possamos voar em 10, 15, 20 anos sem danificar o meio ambiente. Nós não temos escolha. Temos que fazê-lo e ousamos fazê-lo”.

Botti emendou quanto ao pioneirismo e ao futuro, filosoficamente: “Nunca diga nunca. Há dinheiro no mundo. Se você puder demonstrar um grande conceito que mudará o mundo, eles investirão e iniciarão a bomba, você receberá pedidos e adiantamentos, e os bancos confiarão em você. É uma luta todos os dias, absolutamente, mas não é uma missão impossível”. [EL] – c/ fontes