Em cerca de 25 dias, “Minuano” TPP envolve-se em dois incidentes de estouro de pneu, pousando em Goiânia/GO (SBNV), com POB 06, e em Cuiabá/MT (SBCY), com POB 01, após decolagem de aeródromo em Confresa/MT, em 31.10.22


No dia 17 de junho passado, o monomotor EMBRAER/NEIVA EMD-720D “Minuano” (PA32) de matrícula PT-RZV (registro de produção sn 720192, fabricação 1985) decolou do Aeródromo Cmte. Juliano Rambo (SBQH), em Confresa/MT, com destino do Aeródromo Nacional de Aviação (SBNV), em Goiânia/GO (a 380 MN a SE – RM 180º), em vôo privado de transporte de pessoal, com seis ocupantes, sendo cinco passageiros e um piloto.

Durante o pouso, na pista 14 (de SBNV), às 18:15Z (15:15LT), ocorreu o estouro de pneu. O avião teve danos leves.

A ocorrência está listada no painel SIPAER, do CENIPA, como incidente de estouro de pneu. No tocante da investigação aeronáutica, o avião foi liberado para o operador. Os trabalhos relativos à ocorrência pelo CENIPA estão finalizados.

Conforme boletins METAR, o tempo no “Nacional de Aviação” (SBNV) era muito bom, em condição VMC, com visibilidade “ilimitada” (de 10 km ou superior), com céu de poucas nuvens com base a 3.000 pés, temperatura de 30ºC e pressão atmosférica (QNH) de 1.015 hPa, com vento sudeste (DV 130º/DM 151º) fraco (3 KT).

METAR SBNV 171700Z 32002KT 9999 FEW030 29/06 Q1016=
METAR SBNV 171800Z 13003KT 9999 FEW030 30/07 Q1015=
METAR SBNV 171900Z 31005KT 9999 FEW040 30/07 Q1015=
METAR SBNV 172000Z 31005KT 9999 FEW040 28/08 Q1015=

Em elevação de 2.733 pés, o Aeródromo (público-estadual) Nacional de Aviação (SBNV), em Goiânia/GO, tem pista (14/32) de 20 x 1.100 m. (com LDA de 900 m. para pista 14, do deslocamento de 200 m. da cabeceira), de asfalto, com resistência de pavimento PCN 8. O aeródromo tem homologação para operação VFR diurna e opera vôos com serviço de informação de tráfego aéreo de aeródromo (com a Rádio “Escolinha”), com expediente de 10:00- 21:00Z (07:00-18:00LT), diariamente, sendo proibida operações (decolagem e pouso) fora dos horários de funcionamento do AFIS. ROTAER informa a presença aviária (urubus) no setor oeste do aeródromo devido à existência de aterro sanitário nas proximidades do circuito de tráfego da pista.

Para operação no aeródromo (SBNV), exista carta VAC, que indica pontos de entrada e saída para o circuito de tráfego, somente autorizado pelo setor oeste do aeródromo, no Portão (de corredor “TRINDADE” (a 7 MN a oeste de SBNV – RM 287º do ARP, no limite da CTR Anápolis – 2) e nas posições “ABADIAS de GOIÁS” (a 7 MN a SW de SBNV – RM 233º do ARP, no limite da CTR Anápolis – 2) e “HIPÓDROMO” (a 4,5 MN a SE de SBNV – RM 166º do ARP, dentro da CTR Anápolis – 2). Para a asa fixa, a perna de vento (pela direita para pista 14, pela esquerda para pista 32) tem altitude mínima de tráfego 3.800 pés (1.067 pés AAL) – para aviões CAT A e B. A saída livrando o eixo de decolagem deve para setor oeste com curvas para direita na operação na pista 14 e para esquerda na operação da pista 32, sendo proibido curvar para para os setores norte, nordeste e leste do aeródromo.

Próximos do “Nacional de Aviação” (SBNV) estão o Aeroporto Santa Genoveva (SBGO), em altitude de 2.453 pés (-280’ sobre SBNV), com pista 14/32, é serviço ATC, a 7,4 MN a leste (RM 115º de SBNV), o aeródromo privado “Águias de Trindade (SDL7), em altitude de 2.739 pés (+6’), com pista 03/21 (asfaltada, de 630 m.), a 3,3 MN a NW-N (RM 330º), e o aeródromo privado “Arnapar” (SWOA), em elevação de 2.625 pés (-108’), com pista 18/36 (de terra, de 860 m.), a 5,8 MN a NW-N.

Todos estes quatro aeródromos estão na CTR Anápolis 2- um espaço aéreo Classe C, do solo até FL065, envolvido lateral e superiormente pela TMA Anápolis (Classe C/FL065-FL145 – Classe A/FL145-FL195).

O vôo, caso executado todo em regra VFR, pouco se altera para chegada em Goiânia via REA (com relação à rota direta) – com uma das possibilidades sendo ingresso pelo Portão “INHUNAS” (a 18 MN a NW de SBNV – RM 172º), seguindo pelo corredor “TRINDADE”, nesta posição (a 7 MN a oeste de SBNV – RM 107º) para seguir para o “Nacional de Aviação” (SBNV).

Entre as Serras do Matão e do Roncado, a cerca de 200 MN a oeste de Palmas/TO e 227 MN a leste de Colíder/MT, 245 MN a NE de Sinop/MT, o aeródromo (privado) Cmte. Juiano Rambo (SBQH), em Confresa/MT, em elevação de 728 pés, tem pista (11/29) de cascalho, de 20 x 1.100 m., para operação VFR diurna. O aeródromo está na FIR Amazônica (SBAZ), jurisdição do CINDACTA-IV, mas quase no limite da FIR Brasília (SBBS), jurisdição do CINDACTA-I), a 15 MN na rota DCT SBQH-SBNV).

O avião está registrado na categoria do transporte privado (TPP), com proprietário e operador mesma Pessoa Física, com último registro de compra/transferência em abril de 1986. O avião é aprovado para seis passageiros e MTOW de 1.633 kg, para operação IFR diurna/noturna. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) foi emitido em setembro de 2016, o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tem validade até janeiro de 2023.

No dia 12 de julho, o avião voou do Aeródromo Cmte. Juliano Rambo (SBQH), em Confresa, para o Aeroporto Marechal Rondon (SBCY), em Cuiabá/MT, a 397 MN a sudoeste (RM 242º), apenas com um piloto.

Durante o pouso, às 13:50Z (09:50LT), no “Marechal Rondon” (SBCY), houve estouro do pneu do trem de pouso principal esquerdo, resultando danos leves no avião. Devido à posição final do avião, após corrida do pouso, foi declarada a “impraticabilidade” de operações da pista (17/35) por 35 minutos, no período compreendido entre 13:50Z e 14:25Z (09:50 até 10:25LT), tempo em que o avião foi rebocado para um local seguro, a pista vistoriada e liberada pela administração aeroportuária.

A ocorrência está listada no painel SIPAER, do CENIPA, como incidente de estouro de pneu. No tocante da investigação aeronáutica, o avião foi liberado para o operador. Os trabalhos relativos à ocorrência pelo CENIPA estão finalizados.

Conforme boletins METAR, o tempo no “Marechal Rondon” (SBCY) era excelente, com condição CAVOK, com vento noroeste-norte (DV 330º/DM 348º) fraco-moderado (07/08 KT), temperatura batendo marca de 34ºC e pressão atmosférica (QNH) de 1.016hPa.

METAR SBCY 121200Z 31009KT CAVOK 25/15 Q1016=
METAR SBCY 121300Z 33007KT CAVOK 28/15 Q1016=
METAR SBCY 121400Z 33008KT CAVOK 34/13 Q1016=
METAR SBCY 121500Z 33008KT CAVOK 33/14 Q1015=
METAR SBCY 121600Z 28005KT CAVOK 33/14 Q1015=

Em altitude de 617 pés, o “Marechal Rondon” (SBCY) tem pista 17/35 de 45 x 2.300 m., de asfalto (com resistência PCN 56). As duas pistas contam com sistema de indicação de rampa de aproximação (PAPI), de 3º com MEHT de 71 pés (RWY 17) e 65 pés (RWY 35). O aeroporto conta com serviço de controle de tráfego aéreo de aeródromo.

O aeroporto opera vôos VFR e IFR. Para aeronaves chegando, para operações VFR existe carta VAC e para operações IFR procedimentos de aproximação para as duas cabeceiras – para pista 17, procedimentos VOR e RNAV, para pista 37 procedimentos ILS, VOR e RNAV.

Para aeronaves chegando na TMA, existem ainda corredores de vôo visual (para aeronaves em operação por regra VFR) e rotas de chegada STAR (para operações IFR), sendo uma carta por navegação convencional para pista 35 e três cartas por navegação por satélite (RNAV), duas para pista 17 e uma para pista 35.

O vôo, caso executado todo em regra VFR, pouco se altera para chegada em Cuiabá via corredores visuais. Uma rota seria rota de Confresa (SBQH), no RM 240º, para o Portão “GARIMPO” (a 18 MN a leste – RM 091º – de SBCY), seguir pela REA “B” até a posição “CONDOMÍNIO” (a 6 MN a nordeste-leste – RM 085º – de SBCY) e seguir para tráfego do “Marechal Rondon” (SBCY), para uma distância total de vôo de 400 MN; outra rota seria voar de Confresa (SBQH), no RM 242º, para o Portão “TREVO DO MANSO” (a 14 MN a nordeste – RM 041º – de SBCY), seguir pela REA “A” até a posição “CONDOMÍNIO”, para uma distância total de vôo de 402 MN.

Para operação no aeródromo (SBCY), para as duas cabeceiras, a carta VAC indica tráfego (perna do vento) pelos dois setores (leste e oeste) compativelmente para os pontos de entrada e saída previstos – na posição “CONDOMÍNIO” (a 6,1 MN a nordeste-leste – RM 085º – de SBCY) e na posição “SÃO MATEUS” (a 4,76 MN a sudoeste-oeste – RM 266º – de SBCY). Para a asa fixa, a perna de vento deve ser executada entre 1.600 pés (mín.) e 2.100 pés (máx.) – ie, 983 pés e 1.483 pés AAL. -, com velocidade (indicada) máxima de 180 KT.