Em dois dias consecutivos, FAB intercepta dois aviões em vôo clandestino em espaço aéreo brasileiro, em RO (procedente da Bolívia) e no PR (procedente do Paraguai, via MS), em 17.04.24


Conforme notícia postada no dia 10 no seu portal institucional, a Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou, nas proximidades de Rondônia (RO), o avião bimotor modelo EMBRAER/NEIVA EMB-810D Seneca III, de matrícula PT-RQY, ingresso clandestinamente no espaço aéreo brasileiro, oriundo da Bolívia.

Sob coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), aeronaves de defesa aérea A-29 “Super Tucano” foram acionadas no momento em que o tráfego ilícito foi detectado pela rede de radares do Sistema de Defesa Aérea Brasileiro (SISDABRA), tendo sido interceptado às 13:30 (horário de Brasília), ie, 16:30Z (12:30LT).

Durante a realização das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA) na “aeronave suspeita”, foi determinada pela Defesa Aérea a realização mudança de rota e de pouso obrigatório em Cacoal (RO), a 218 MN a SE de Porto Velho, e 44 MN a SE de Ji-Paraná, e 21 MN a NW de Pimenta Bueno, também em RO.

Após descumprir estas determinações, o tráfego ilícito foi submetido ao Tiro de Aviso (TAV), a fim de que fossem cumpridas as ordens emanadas. Nesse momento, a aeronave interceptada optou por realizar um pouso forçado em área de difícil acesso, nas proximidades do município de Rondolândia (MT), a 36 MN ao norte de Cacoal e 27 MN a leste de Ji-Paraná, e 425 MN a NW de Cuiabá (MT).

Em solo, os ocupantes suspeitos colocaram fogo na aeronave e fugiram do local.

O comandante de operações aeroespaciais, tenente-brigadeiro do ar Hudson Costa Potiguara, comentou sobre o sucesso da operação de interceptação. “É com grande satisfação que o COMAE, junto à Polícia Federal, anuncia o êxito em mais uma missão de interceptação, em que interrompemos o fluxo de uma aeronave clandestina. Isso mostra a prontidão na rastreabilidade de tudo que está entrando no Brasil”, concluiu o oficial-general.

As ações fazem parte da Operação Ostium, interligada ao Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), com o objetivo de coibir ilícitos transfronteiriços, na qual atuam em conjunto a FAB e Órgãos de Segurança Pública (OSP), em cumprimento ao Decreto nº 5.144 de 16 de julho de 2004.

Conforme RAB, o EMBRAER/NEIVA EMB-810D Seneca III com matrícula PT-RQY é o aparelho com registro de produção sn 810472 e ano de fabricação 1982. O aparelho é registrado na categoria do transporte privado, com proprietário/operador Pessoa Física, com último registro de compra/transferência em março de 2023; o avião era aprovado com 6 assentos (para cinco passageiros e um piloto, com tripulação mínima requerida de 1 piloto) e MTOW de 2.155 kg, para operação IFR diurna/noturna. Não há GRAVAME no registro do avião. O avião tinha Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) com validade até fevereiro (10/02/24) – levando à suspensão do Certificado de Aeronavegabilidade (CA).

Na véspera (dia 09), a FAB interceptou, pela manhã, nas proximidades de Londrina (PR), um avião monomotor modelo Cessna 182, com matrícula PT-CPR, ingresso no espaço aéreo brasileiro oriundo do Paraguai. A FAB identificou o vôo da “aeronave suspeita” na fronteira do Paraguai com o Brasil, na região do Mato Grosso do Sul. Sob coordenação do Comando de Operações Aéreas (COMAE), duas aeronaves de defesa aérea A-29 “Super Tucano” e o avião radar EMBRAER E-99 foram empregados na missão, realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF).

Ao ingressar no espaço aéreo brasileiro, sem Plano de vôo, o avião passou a ser monitorado pelo COMAE e pela PF.

A partir de então, os pilotos de defesa aérea seguiram os protocolos das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), a aeronave foi classificada como “suspeita”, conforme previsto no Decreto 5.144, de 16/06/2004, e foi constatado que estava com matrícula clonada.

Na sequência das MPEA, foi determinado pelo piloto do A-29 pouso obrigatório em Londrina, no noroeste do PR. O avião monomotor não cumpriu a ordem e fez um pouso forçado numa faixa de terra numa plantação de laranja nas proximidades de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), junto da divisa PR-SP, a 88 MN a NE de Londrina, e 45 MN a SE de Marília e 46 MN a SW de Bauru, e 170 MN a noroeste de São Paulo, por volta das 11h. No pouso, o avião teve a ruptura da fuselagem, numa seção da cauda junto da cabine.

Em terra, a Polícia Federal assumiu as Medidas de Controle de Solo (MCS), quando o piloto foi detido e a carga que transportava apreendida.

Um suspeito, de 30 anos, tentou fugir pela mata, mas foi localizado pelo helicóptero da PF que acompanhava a ocorrência e preso. No avião foi encontrada uma carga de droga de 565 kg de cocaína.

Segundo a Polícia Federal, o vôo do monomotor Cessna teria saído do Paraguai e tinha como destino o interior de São Paulo. De acordo com as investigações, o avião possivelmente é clonado, uma vez que o verdadeiro teria sido inutilizado em operação da PF na terra indígena Yanomami em maio de 2023. O piloto era habilitado desde 2021, foi preso em flagrante por tráfico internacional de drogas e encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Marília/SP.

A ação também fez parte da Operação Ostium, interligada ao Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF). O objetivo é coibir ilícitos no espaço aéreo brasileiro, no qual atuam em conjunto a FAB e Órgãos de Segurança Pública.

Na notícia da operação, pela FAB, no mesmo dia, o comandante de operações aeroespaciais, tenente-brigadeiro do ar Hudson Costa Potiguara comentou sobre o êxito da operação. “Mais uma vez, o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro mostrou sua eficiência em cumprimento à Operação Ostium, que é justamente encarregada para impedir tráfego ilícito de adentrar ao país. Nesse caso, juntamente com a Polícia Federal, ela foi muito bem conduzida e tivemos o sucesso, que nem sempre será o Tiro de Detenção. O êxito é o impedimento dessa aeronave de prosseguir de forma ilícita”, concluiu o oficial.