Em vôo clandestino (sem PLN), Seneca II com 465 kg de cocaína é interceptado pela FAB no MS e obrigado a pousar em Campo Grande, em 23.03.22


Fonte: g1 – 20/03/2022
O avião bimotor EMBRAER EMB-810C Seneca II de prefixo PT-EET foi interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB) na madrugada deste domingo (20), no Mato Grosso do Sul. Dois A-29 “Super Tucano” e uma aeronave E-99 da FAB foram empregados na missão, realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF).

O avião estava sendo monitorado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e pela PF e, ao ingressar no espaço aéreo brasileiro, passou a estar sujeita às medidas previstas no Decreto 5.144, de 16/07/2004.  Durante todo o processo de interceptação, o piloto da aeronave ilícita cooperou seguindo as ordens do piloto de Defesa Aérea. Foi comandada a mudança de rota e a aeronave foi escoltada pelos A-29 “Super Tucano” até Campo Grande (MS), para pousar no Aeroporto de Várzea Grande (SBCG), onde a Polícia Federal aguardava para realizar as Medidas de Controle de Solo.

O avião transportava 465 kg de cocaína, que eram transportados até o interior de São Paulo.

Para realizar com êxito a missão, a FAB utilizou as aeronaves A-29 com todas as suas capacidades de emprego noturno e a aeronave EMBRAER E-99 realizou o Alerta Aéreo Antecipado ou AEW (Airborne Early Warning) com tecnologia que permite detectar outros aviões, distinguindo, a grandes distâncias, entre aeronaves amigas ou inimigas. O emprego desta tecnologia é indispensável em um cenário de operações aéreas, em face da flexibilidade de posicionamento da aeronave juntamente com a capacidade de detecção de tráfegos à baixa altura, permitindo realizar a cobertura radar das áreas de interesse do Comando da Aeronáutica (COMAER), além do controle das aeronaves, independentemente da estrutura de Comando e Controle existente no solo.

Para o COMAE, realizar uma interceptação como esta, em período noturno, demonstra, mais uma vez, a prontidão e a operacionalidade da Força a qualquer hora do dia ou da noite.

As ações fazem parte da Operação “Ostium” para coibir ilícitos no espaço aéreo brasileiro, na qual atuam em conjunto a FAB e Órgãos de Segurança Pública, em cumprimento ao Decreto nº 5.144.

Segundo a PF, o avião já havia sido detectado na região por órgãos governamentais por não apresentar Plano de Vôo, além de estar na rota conhecida para o tráfico de drogas.

Conforme o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião – matrícula PT-EET, registro de produção sn 810049, fabricação 1976 – é de propriedade de duas Pessoas Física, sendo uma terceira Pessoas Física o operador. O avião está registrado na categoria do transporte privado, com último registro de compra/transferência em dezembro de 2020, estando ora com comunicação de venda. O avião é aprovado para capacidade de até cinco passageiros e MTow de 2.073 kg, para operação IFR diurna/noturna. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) foi emitido em outubro de 2019 e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tem validade até outubro.

Avião chegou no 11/03 e ficou oito dias em Varginha/MG
Fonte: g1 – 21/03/2022
O avião interceptado pela FAB ficou por oito dias no aeroporto de Varginha (SBVG), no sul de MG (a 135 MN a SW de Belo Horizonte/SBBH, e 120 MN a oeste de Juiz de Fora), antes da viagem em que foi interceptado, no MS, sendo obrigado a pousar em Campo Grande, na na madrugada de domingo (20).

De acordo com a responsável pelo aeródromo de Varginha, a aeronave chegou às 18:00 do dia 11 de março e deixou o local às 17:45 de sexta (18). A responsável pelo aeródromo ainda disse que o avião estava no aeroporto para reparo/revisão. Ainda segundo a administradora, o avião chegou a Varginha procedente do Rio de Janeiro/Jacarepaguá (SBJR), a 145 MN a SE.

A responsável pelo aeródromo disse que o piloto informou, na partida de Varginha, que teria o destino Alfenas (SNFE), em MG, a apenas 27 MN a NW. A direção do aeródromo de Alfenas disse para matéria do g1 que o avião não pousou no local.

A organização de manutenção responsável por serviço no avião divulgou que o serviço durou dois dias – feitos nos primeiros dias. Os trabalhos realizados na aeronave foram de reparos rápidos, como de limpeza e calibragem de pneus.

A Polícia Federal avalia que o mais provável é que o avião ficou no Sul de MG para manutenção e que as drogas sejam do Mato Grosso do Sul, mais próximo do Paraguai. A droga seria transportada para o interior de São Paulo.

As investigações sobre o caso continuam sendo realizadas pela Polícia Federal.