EMBRAER posta resultado 3T23 com receita líquida de R$ 6,3 bi (alta anual de 29%) e lucro líquido ajustado de R$ 167,1 mi (alta anual de 34%), e mantém projeções para o ano, que incluem a entrega de até 200 aeronaves, em 07.11.23


Fonte: InfoMoney – 06/11/2023
A EMBRAER (EMBR) registrou lucro líquido ajustado de R$ 167,1 milhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 34% ante igual intervalo de 2022. O Ebitda ajustado da companhia ficou em R$ 736,7 milhões entre julho e setembro, alta de 51,8% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada ficou em 11,7% ante os 10% do terceiro trimestre do ano passado. Já o EBIT ajustado somou R$ 496,6 milhões, alta anualizada de 91%, com margem de 7,9% contra 5,3% no terceiro trimestre do ano passado.

Considerando o resultado atribuído aos acionistas, houve lucro de R$ 304,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 160,4 mi reportado um ano antes. No critério não ajustado, o Ebitda da Embraer somou R$ 660,4 milhões ante um resultado de R$ 282,1 mi um ano antes. A margem Ebitda foi de 10,5% no terceiro trimestre de 2023 ante 5,8% no igual intervalo de 2022. No critério não ajustado, o EBIT chegou a R$ 420,3 milhões ante R$ 56,6 mi um ano antes.

No trimestre, a receita líquida atingiu R$ 6,296 bilhões, sendo 29% superior a um ano antes e em linha com o trimestre anterior.

Isso se deu devido aos maiores volumes na aviação comercial, que teve 57% de aumento, na comparação anualizada, uma alta explicada principalmente pelo maior número de entregas. A unidade de Defesa e Segurança cresceu 30%, enquanto a aviação executiva e serviços e suporte apresentaram expansões de 18% e 15%, respectivamente.

A carteira de pedidos firmes da EMBRAER encerrou o terceiro trimestre de 2023 em US$ 17,8 bilhões, o maior nível em um ano, impulsionado pelo aumento das vendas na aviação comercial, que passou de US$ 8,0 bilhões para US$ 8,6 bilhões em relação ao segundo trimestre, com 42 aeronaves vendidas em 2023. A backlog da unidade de aeronaves executivas atingiu US$ 4,3 bilhões, destacando que a demanda continua sustentada, apontou a EMBRAER. Já a backlog da unidade de Serviços & Suporte atingiu US$ 2,8 bilhões no trimestre, o maior volume já registrado nessa unidade de negócios.

A fabricante brasileira divulgou, nesta segunda dia 11, que não alterou suas projeções para o ano, que incluem a entrega de até 200 aeronaves em suas operações de aviação comercial e executiva.

EMBRAER segue com problemas na cadeia de suprimentos e espera 4T23 “intenso” para cumprir guidance
Assim como final do ano passado, a EMBRAER volta a viver o ‘fantasma’ de ter de entregar em prazo curtíssimo um número expressivo de aeronaves para cumprir o guidance do ano.

Apesar das dificuldades, a fabricante garantiu, durante a teleconferência de resultados do 3T23, realizada nesta segunda dia 06, a manutenção das estimativas para 2023.

“Ainda estamos enfrentando desafios na cadeia de suprimentos e temos trabalhado incansavelmente com nossos fornecedores para mitigar esses problemas. Por último, reforçamos que nossas projeções operacionais e financeiras para o ano permanecem inalteradas”, disse Francisco Gomes Neto, CEO da EMBRAER. “Sabemos que temos um desafio pela frente quanto ao nível de entregas. Portanto, podemos esperar um 4º trimestre intenso devido principalmente às restrições na cadeia de suprimentos”, Gomes Neto acrescentou mais à frente durante a apresentação a analistas.

Para se ter uma ideia do quanto a EMBRAER precisar “correr contra o tempo” nesse final de ano, na unidade de aviação comercial, a fabricante anunciou que entregou no ano 39 aeronaves – o guidance de 2023 é de entrega entre 65 a 70 aeronaves neste segmento, uma diferença de 26 a 31 aeronaves (73%). Já na unidade da aviação executiva, no ano foram entregues 66 aeronaves, ante estimativa de 2023 entre 120 a 130 aviões, uma diferença de 54 a 64 aeronaves (89%). No conjunto, com 105 aeronaves entregues, a diferença para o guidance de 185 a 200 aeronaves é de 80 a 95 aeronaves (83%).

“Tivemos sim alguns atrasos de aeronaves. Esperávamos entregas um pouco maiores no 3º trimestre, que acabaram indo para o 4º trimestre, por falta de motores e a gente pretende recuperar no trimestre (4T23)”, garantiu Antonio Garcia, CFO da EMBRAER, acrescentando que “a situação é ainda volátil”.

Na teleconferência, a EMBRAER reconheceu ainda que as entregas totais do ano podem ficar na parte debaixo do guidance, sem afetar, no entanto, os indicadores financeiros. “A gente ainda está vivendo uma situação atípica, a mesma que a gente viveu a um ano atrás”, comentou Garcia.

Francisco Gomes explicou que conforme os produtos chegam atrasados na linha de produção da companhia, isso acaba afetando a eficiência da produção e, por consequência, as margens.

“A cadeia de suprimentos melhorou em relação a 2022, mas ainda há desafios em alguns segmentos, o que, de novo, aumenta a concentração de entregas no final do ano, o que faz com que gente seja menos eficiente na produção, e mais custos com horas extras para reposicionamento das linhas – e isso acaba afetando as margens também”, ressaltou o CEO.

Francisco Gomes destacou ainda as campanhas de venda da aviação comercial no 3T23. “A nossa expectativa é que novas ordem sejam anunciadas durante o 4T23”, apontou.