Entidades/organizações da aviação geral/executiva prometem emissões líquidas de CO2 até 2050, em 12.10.21


As principais organizações de aviação executiva estão expandindo um esforço global iniciado há uma década para diminuir o impacto da indústria sobre o meio ambiente, incluindo uma nova meta de atingir emissões líquidas de CO2 zero até 2050. Lideranças da indústria anunciaram as metas intensificadas durante um painel de discussão em um café da manhã para a mídia nesta terça dia 12 na programação da convenção anual da aviação executiva americana NBAA-BACE.

As metas estabelecidas no Compromisso da Aviação Executiva sobre Mudanças Climáticas (BACCC – Business Aviation Commitment on Climate Change) de 2009 – uma iniciativa da IBAC – International Business Aviation Council (Conselho Internacional da Aviação Executiva), NBAA – National Business Aviation Association  (Associação Nacional da Aviação Executiva, do EUA) e a GAMA – General Aviation Manufacturers Association (Associação de Fabricantes da Aviação Geral) – incluíram aumentar a eficiência do combustível em 2% ao ano entre 2010 e 2020, reduzindo as emissões de carbono em 50% até 2050, e alcançar um crescimento neutro em carbono até 2020.

“Estou extremamente orgulhoso de dizer que a indústria está no caminho certo para atingir ou superar essas metas”, disse o presidente e CEO da NBAA, Ed Bolen, no café da manhã na mídia que deu início à convenção. “Esta é uma prova do valor de uma parceria unificada entre operadoras, fabricantes, abastecedores, prestadores de serviços e muitos outros. Com nosso foco e determinação coletivos, podemos alcançar a neutralidade de carbono em nossas vidas”, falou Bolen.

“Se olharmos para onde estávamos em 2005, éramos 16 toneladas métricas [cúbicas] em emissões”, disse Bolen. “Esperávamos chegar a oito [toneladas]. Poderíamos descer até quatro [toneladas métricas] e estamos baixando rapidamente para zero porque estamos fazendo esses avanços em outras áreas. E assim, como resultado do progresso que fizemos na última década, como resultado das ferramentas que vemos em nossa caixa de ferramentas … seremos carbono líquido zero em 2050”, disse Bolen.

É importante que as fabricantes de aeronaves executivas estejam alinhadas com os objetivos da indústria, acrescentou Nicolas Chabbert, vice-presidente sênior da divisão de aeronaves da Daher. “É provavelmente uma condição da nossa sobrevivência”, disse Chabbert.

Além de atingir as emissões líquidas de carbono zero, outra meta expandida é continuar a aumentar a eficiência do combustível em 2% ao ano entre 2020 e 2030. O combustível de aviação sustentável (SAF) terá um papel fundamental para atingir essas metas, mesmo com seu prêmio de preço atual de cerca de US$ 1,40 sobre o JET-A/QAv regular no Texas, por exemplo. Mesmo com esse prêmio, “não é um número ultrajante”, disse a presidente da NBAA, Elizabeth Dornak, para emendar: “É administrável”.

O aumento da produção, disponibilidade e uso de SAF são fundamentais para o esforço, assim como as compensações de carbono.

Assim como os avanços em tecnologia, com os líderes da aviação executiva apontando para winglets, otimização aerodinâmica, propulsão elétrica e de hidrogênio, compostos, ligas avançadas e tecnologia traçando as rotas mais eficientes em termos de combustível como algumas das áreas onde melhorias adicionais poderiam ter um impacto.

O presidente e CEO da GAMA, Pete Bunce, disse estar confiante de que a indústria pode atingir seus objetivos conhecendo a análise e a ciência que foi incluída em um estudo de 2008 liderado pela Bombardier como parte da iniciativa do compromisso BACCC e desde então foi atualizado várias vezes, inclusive para as metas mais recentes da indústria. “A quantidade de ciência investida nisso é realmente impressionante”, acrescentou Bunce.

Bunce enfatizou a rápida evolução da eficiência aeronáutica. “À medida que mistura de maior proporção de combustível de aviação sustentável (SAF) for aprovada para produção/fornecimento, poderemos otimizar ainda mais a eficiência do combustível por meio de avanços tecnológicos para atingir nossos objetivos ambientais”, disse Bunce. “Nossa indústria também tem um histórico comprovado de capitalização de inovações na infraestrutura de controle de tráfego aéreo para reduzir ainda mais as emissões. Além disso, melhorias dramáticas nos recursos de aviônica e comunicação de dados aumentarão as contribuições operacionais para reduzir as emissões. Quando combinados com os novos designs empolgantes que empregam propulsão elétrica distribuída, hidrogênio e aeronaves híbridas e SAF, estamos confiantes de que a inovação nos manterá marchando em direção aos nossos objetivos líquidos zero”, completou Bunce.

Outras iniciativas de sustentabilidade foram postas em prática na convenção NBAA-BACE deste ano, incluindo um programa totalmente novo de compensação de carbono que o tornará um dos maiores eventos neutros em carbono do mundo, de acordo com a NBAA. Além disso, quase 100 expositores assinaram uma “promessa verde” para limitar sua “pegada” (marca) ambiental. O SAF também está disponível durante a convenção, no Aeroporto Executivo Henderson e no Aeroporto Internacional Harry Reid de Las Vegas, inclusive por meio de uma opção de reservar e reivindicação de direito de compensação – o programa Book-and-Claim, em que uma operadora, não atendida pelo seu pedido, reclama o não-atendimento com a reivindicação de reserva de abastecimento em outra aeronave requerendo QAv/JET-A com a troca para SAF disponível, entre unidades de abastecimento da fornecedora – para os operadores que viajaram para a convenção sem dispor de SAF nos aeroportos de origem.

“Usando as ferramentas que discutimos – SAF, novos sistemas de propulsão, operações, tecnologia, infraestrutura e medidas baseadas no mercado – este é o nosso compromisso hoje”, acrescentou Bolen.

Sustentabilidade tem sido a palavra em voga a ser vencida, nos últimos anos, à medida que um forte advento de Mobilidade Aérea Avançada, híbridos movidos a bateria e combustíveis alternativos disputam o domínio em um mercado em rápido crescimento. O aumento da otimização aerodinâmica por meio do uso de materiais compostos mais novos e mais leves, superfícies aerodinâmicas ativas e revestimentos superficiais começaram a afetar cada faceta da linguagem de design de aeronaves do futuro. A cada ano, os protótipos parecem se tornar cada vez mais delgados, arredondados e lisos. Livres das restrições tradicionais dos motores a pistão e à turbina, os sistemas de propulsão elétrica podem ser distribuídos para obter o máximo de eficiência, muitas vezes resultando em asas finas e leves com sistemas de hélice suavemente alargados dentro. [EL] – c/ fontes