Eurocontrol define 2022 como “ano de recuperação”, e projeta novo aumento de tráfego em 2023, em 03.01.23
De um início lento em 2022, com cerca de 70% dos níveis de tráfego pré-pandêmia, o tráfego aéreo europeu aumentou em ritmo constante até o final do ano, para um total de 9,3 milhões de vôos, ou 83% do nível apurado em 2019, registrou relatório divulgado recentemente da Unidade de Inteligência de Aviação do Eurocontrol.
E o Eurocontrol espera um fortalecimento ainda maior este ano, projetando um aumento para 92% do nível pré-Covid (um crescimento de 11%).
O desempenho positivo no ano passado ocorreu apesar da invasão russa da Ucrânia, que viu a falta de disponibilidade de espaço aéreo alterar os fluxos de tráfego e afetar significativamente o tráfego na Moldávia e nos Estados adjacentes à Rússia e à Bielo-Rússia, divulga o relatório.
O relatório também projeta uma recuperação desigual entre cias. aéreas, aeroportos, países e provedores de serviços de navegação aérea, bem como fluxos regionais – todos variando entre 70% e 110% dos níveis de 2019, em média.
A demanda reprimida devolveu o balanço da maioria das cias. aéreas a território positivo pela primeira vez desde o início da pandemia, mesmo com o aumento dos preços das passagens e a crise energética levando à piora das condições econômicas em todos os países europeus.
As operadoras de baixo custo, em particular, tiveram uma melhora dramática em 2022, registrando tráfego totalizando 85% dos níveis pré-pandêmicos durante o ano, enquanto as operadoras principais retornaram a 75% dos níveis pré-pandêmicos e os setores regionais atingiram 74% do tráfego de 2019. Enquanto isso, as operações de carga e a aviação executiva continuaram superando os níveis de 2019 em 106% e 116%, respectivamente.
Atrasos e pontualidade se mostraram piores do que em 2019, pois a velocidade da recuperação do verão do hemisfério norte causou escassez de pessoal e capacidade em todo o setor. A pontualidade de chegada e partida totalizou 72% e 66%, ou cerca de 6 a 7 pontos percentuais pior em ambos os casos do que em 2019, enquanto o pico do tráfego no verão totalizou apenas 40 a 50% dos níveis pré-Covid.
O relatório também observou que a conectividade na malha fica significativamente abaixo dos níveis de vôo em praticamente todos os países, destacando o desafio de retornar aos níveis de vôo pré-pandêmicos.
Os mercados domésticos, em muitos casos, continuam atrás das médias gerais de recuperação.
Com as viagens para fora da Europa (74% de 2019) permanecendo mais fracas do que o tráfego intra-europeu (85% de 2019), todos os principais aeroportos da Europa, exceto Istambul, permaneceram com uso reprimido, totalizando movimentação entre 18% e 32% abaixo dos níveis de 2019; no entanto, alguns aeroportos menores que atendem principalmente destinos europeus terminaram o ano perto ou acima dos níveis de 2019.
Sobre a questão da sustentabilidade, o relatório observa que o ritmo da mudança – incluindo investimentos mais agressivos e incentivos mais fortes – precisa ser acelerado para que o setor alcance suas metas de redução de carbono.
O Eurocontrol espera que a indústria se recupere totalmente em 2025 – um ano depois da previsão em junho de 2022, em uma previsão de “cenário base” que considera crescimento econômico fraco, pressões inflacionárias e nenhuma resolução imediata para a guerra na Ucrânia.
Em resumo, o Eurocontrol divulgou que espera que tais pressões em 2023 criem o ano mais desafiador da última década, acrescentando que os atrasos no verão criarão uma “tarefa imensa para todos os atores”, dadas as questões do espaço aéreo envolvendo a guerra da Ucrânia, aeronaves extras no sistema, possível ação industrial, mudanças no sistema e reabertura progressiva dos mercados asiáticos. [EL] – c/ fontes