FAA autoriza Universal Hydrogen para o primeiro vôo com DASH-8 com um motor híbrido-elétrico (com fonte de energia por hidrogênio e eletricidade), em 22.02.23
No dia 06 (fev.), a FAA concedeu à Universal Hydrogen (empresa desenvolvedora de solução de motorização híbrida-elétrica para aeronaves, da Califórnia/EUA) autorização para o primeiro vôo de sua aeronave de teste movida a hidrogênio, a partir do Aeroporto Internacional Grant County (KMWH) do Estado de Washington, no centro-leste americano.
A aprovação da FAA assume a forma de um Certificado de Aeronavegabilidade “especial” – na categoria de aeronave experimental.
A aeronave com a qual a Universal Hydrogen se propõe a examinar seu esquema de propulsão próprio é um avião regional de Havilland DASH-8-300 (originalmente um bimotor turboélice), designado pela empresa como Lightning McClean. O avião tem o motor direito original substituído por um trem de força hidrogênio-elétrico que compreende célula de combustível de hidrogênio, da Universal Hydrogen, e a unidade de propulsão elétrica Magni650, da MagniX (uma empresa com sede em Everett, em Washington). O motor do DASH continuará o original turboélice Pratt & Whitney PW-123, de 2.380 SHP, cuja confiabilidade comprovada compensa as incógnitas da arquitetura hidrogênio-elétrica e oferece redundância crítica para a segurança do vôo. O diretor de tecnologia da Universal Hydrogen, Mark Cousin, comentou: “No caso de falha do motor a hidrogênio, podemos retornar ao solo com segurança com o motor Pratt & Whitney existente”.
A Universal Hydrogen anunciou, no início de janeiro, que havia girado a hélice do motor elétrico movido a célula de combustível de hidrogênio e trem de força MagniX do Lightning McClean pela primeira vez. Ao final do mês, a Universal Hydrogen anunciou que a aeronave modificada estava pronta para começar os testes de solo. Cousin então falou: “Vamos operar o trem de força no solo com a aeronave estática … até a potência máxima. Assim que estivermos satisfeitos com o comportamento do sistema, passaremos para os testes de taxiamento e preparação para o vôo”.
A estratégia de tecnologia da Universal Hydrogen exige o uso de cápsulas modulares inicialmente contendo gás comprimido e eventualmente contendo hidrogênio líquido super-resfriado. A modularidade, na avaliação da empresa, mitiga o risco de vazamento durante as operações de abastecimento de aeronaves.
O apelo do hidrogênio como combustível de emissão de carbono zero deriva em grande parte do fato de que o elemento (hidrogênio) reage com o oxigênio em uma célula de combustível para criar eletricidade, produzindo apenas água como subproduto.
A desenvolvedora de aeronaves “hidro-elétricas” americana-britânica ZeroAvia anunciou, em 19 de janeiro de 2023, que voou com sucesso uma aeronave de teste Dornier Do-228 (um transportador originalmente bimotor turboélice, de 19 lugares), com o motor esquerdo original substituído por um protótipo de trem de força hidrogênio-elétrico da empresa.
Cousin afirmou que não considera a ZeroAvia um concorrente da Universal Hydrogen, apontando que a ZeroAvia está trabalhando em um sistema de propulsão híbrido de bateria de hidrogênio, enquanto a Universal Hydrogen está comprometida total e exclusivamente com a energia do hidrogênio. Além disso, o foco principal da Universal Hydrogen está na cadeia de abastecimento de combustível, e não apenas nas aeronaves.
Cousin comparou a Universal Hydrogen à empresa de café Nespresso, que vende suas cafeteiras a preço de custo, mas obtém a maior parte de seu lucro com a venda das cápsulas de café pelas quais as máquinas se tornam úteis.
Inicialmente, a Universal Hydrogen pretende oferecer conversões de sistemas de propulsão hidrogênio-eletricidade para o avião bimotor turboélice de transporte regional ATR-72 (de até 78 passageiros). Cousin declarou: “Nossa meta atual é ter o que é chamado de Certificado de Tipo Suplementar, que é um certificado que permite a modificação de um avião existente. Nossa meta é ter isso pronto e certificado até o final de 2025”.
Até o momento, a Universal Hydrogen fechou acordos de conversão ATR-72 com vários clientes. As aspirações da empresa são mais abrangentes, no entanto. “Faremos um negócio com a conversão de ATR-72. É um bom negócio. Mas o verdadeiro objetivo é demonstrar ao público aéreo, às companhias aéreas e aos clientes da Airbus e da Boeing que voar aeronaves com hidrogênio – particularmente com essa solução modular que temos para levar o hidrogênio à aeronave e carregá-lo – é uma solução viável para a próxima geração de aeronaves de corredor único”, explicou Cousin. [EL] – c/ fontes