FAA e indústria arrumando uma ‘bagunça’ em que se transformou a ativação da rede 5G Banda C no EUA, na avaliação de veterano jornalista de aviação com classificação da situação pela ALPA, em 18.01.22

Em mais um recente artigo na mídia AIN na matéria do advento da rede 5G banda C no EUA e possíveis efeitos adversos para a aeronáutica, nesta sexta dia 14 – Industry, FAA Scramble To Clean Up FCC 5G ‘Mess‘ -, o veterano jornalista de aviação Mark Huber avalia que a FAA e a indústria da aviação lutam para limpar a “bagunça” que tornou-se a ativação do sistema no país e que parece cada vez mais improvável que interrupções significativas no espaço aéreo nacional sejam evitáveis a partir de 19 de janeiro, quando as operadoras de telefonia móvel AT&T e Verizon começarem a ativar seu serviço de 5G Banda C.
Na quinta dia 13, a FAA publicou quase 1.500 NOTAM restritivo para operação de certas aeronaves em aeroportos e heliportos quando a interferência da rede 5G em rádio-altímetros puder ser problema.
Os NOTAM publicados levaram a ALPA apontar: “Os NOTAM proíbem as aeronaves de operar em condições meteorológicas adversas em mais de 90 aeroportos com serviço de passageiros e ainda mais aeroportos com serviço de carga em todo o país – impactando severamente as operações em todo o sistema de aviação”. Huber ainda reproduz da manifestação da ALPA: “A orientação operacional emitida pela FAA para mitigar a implantação mal pensada da 5G no setor sem fio garantirá que nossos pilotos mantenham um alto nível de segurança. No entanto, cancelamentos de vôos e interrupções operacionais serão uma realidade enquanto trabalhamos para limpar a bagunça feita pela FCC [Federal Communications Commission]”.
Huber pontua que esse esforço de “limpeza” aumentou significativamente nas últimas duas semanas.
Na quinta dia 13, a Aerospace Industries Association (AIA) observou esse progresso. “A indústria da aviação tem os engenheiros mais experientes e talentosos do mundo”, disse o presidente da AIA, David Silver. Huber ainda reproduz da manifestação do presidente da AIA: “ainda tem muito trabalho a ser feito para resolver esses problemas na aviação comercial e começar a abordar os problemas da aviação geral e dos helicópteros. Esperamos que o setor de telecomunicações agora compartilhando seus dados e chegando à mesa para considerar quais mitigações podem ser feitas com urgência seja um passo na direção certa”.
Os principais técnicos especialistas de aviação, em conjunto com a FAA, desenvolveram uma ferramenta que calcula “zonas de proteção” específicas por tipo de aeronave em torno de torres de celular, em aeroportos e heliportos, com base em especificações técnicas da indústria sem fio e dados de localização de torre pela FCC. Mas dados adicionais significativos são necessários antes que a ferramenta possa ser amplamente utilizada. Os técnicos também estão trabalhando febrilmente para projetar um método alternativo de conformidade (AMOC) simplificado para os NOTAM publicados pala FAA para a questão e para avaliar o desempenho atual de modelo de rádio-altímetro no ambiente de rádio-frequência da Banda C e projetar filtros específicos para a frota de aeronaves e, a longo prazo, criar um padrão para novos rádio-altímetros.
Huber opina que, neste momento, a FAA está fornecendo algum “alívio” regulatório limitado.
Na quinta dia 13, John Shea, diretor de relações governamentais da Helicopter Association International (HAI), disse que a FAA concedeu uma isenção parcial à exigência de funcionamento de rádio-altímetros a bordo de helicópteros aeromédico, permitindo um AMOC que incluirá o uso de óculos de visão em combinação com um holofote externo e comunicação com a equipe em terra.
Especialistas do setor que falaram numa webinar da HAI sobre o tema na quinta (13) alertaram que o caminho a seguir seria difícil em um ambiente altamente dinâmico, já que as operadoras sem fio continuam adicionando centenas de milhares de torres 5G, potencialmente mudando as zonas seguras existentes em torno de aeroportos e helipontos e criando a necessidade de outras zonas de segurança adicionais trimestralmente. E os especialistas também observaram que a FAA está lutando para equilibrar segurança e conformidade regulatória com o ‘tsunami’ de papelada que será gerado pela situação atual. “Ainda não temos certeza de onde isso vai acabar”, disse Nick Kefalas, técnico da Lockheed Martin na parceira Sikorsky, durante a webinar promovida pela HAI.
“Esta situação, onde vidas foram colocadas em risco, era completamente evitável”, disse James Viola, presidente e CEO da HAI. “Apesar de anos de esforços da HAI e outros para chegar a uma solução mutuamente aceitável, os reguladores e operadoras de espectro optaram por ignorar nossas preocupações e seguir esse caminho. Nós da indústria de helicópteros gostamos de internet rápida tanto quanto qualquer um”, disse Viola. “No entanto, a FCC optou por colocar os lucros sobre a segurança pública. Como resultado, a nação agora está em risco”, disse Viola, pela reprodução no texto de Huber.
“No final das contas, alguém vai pagar”, pontua Seth Frick, engenheiro de sistemas de radar da Honeywell e participante da webinar da HAI. “Posso garantir que a indústria da aviação está mantendo um livro-razão aberto e rastreando todos os custos que estão sendo incorridos ao longo desse processo”, disse Firck, pela reprodução no texto de Huber. [EL] – c/ fontes