FAA exigirá gravadores de voz de cockpit (CVR) de 25 horas, adotando a recomendação do NTSB, em 17.03.23


Os reguladores federais, da FAA, aparentemente concordaram com o NTSB, na recomendação para ser requerida (exigida) a instalação de gravadores de voz de cabine de comando (CVR) com capacidade de registro de 25 horas em aviões com matrícula no EUA, após uma série de incidentes que levaram a FAA a realizar uma Cúpula de Segurança nesta quarta dia 15.

“A FAA está empenhada em atender às recomendações do NTSB”, divulgou a agência em comunicado para a mídia AIN, que postou divulgou a notícia no seu site. “Estamos iniciando a regulamentação que exigirá gravadores de voz da cabine para registrar 25 horas de informações. Também estabeleceremos um Comitê de Regulamentação da Aviação para explorar como fazer maior uso dos dados coletados pelo avião e seus sistemas, incluindo monitoramento de dados de vôo [FDM – Flight Data Monitoring] expandido. Congratulamo-nos com quaisquer ferramentas ou recursos que o Congresso queira fornecer para nos ajudar a fazer isso rapidamente”, reproduziu a AIN.

A mudança ocorreu um dia depois que a presidente do NTSB, Jennifer Homendy, emitiu um apelo severo à FAA para atender a sete recomendações do Conselho de Segurança, incluindo o aumento da duração das gravações de CVR de duas para 25 horas. “O fato é que a Europa exige CVR de 25 horas em novas aeronaves há mais de um ano”, observou Homendy. “Nós deveríamos fazer o mesmo. Também recomendamos que adaptemos certas aeronaves em serviço com CVR de 25 horas. Não entendo por que é tão controverso”, Homendy pontuou.

O NTSB continua investigando seis eventos de incursão de pista recentes, desde janeiro, incluindo um evento em Austin, no Texas, em que duas aeronaves do transporte aéreo (um Boeing 767-300 da Fedex e um Boeing B.737-700 da Southwest) chegaram a 30 m. uma da outra, e um incidente em Burbank, na Califórnia, onde outras duas aeronaves do transporte comercial (um Canadair CRJ-900 da Mesa e um EMBRAER E175 da Skywest) chegaram a 300 pés de uma colisão.

Esses casos destacaram os casos de 1.500 a 1.700 incursões de pista por ano no EUA.

O NTSB, de fato, realizou um fórum sobre o assunto em 2017, onde a FAA destacou desvio de piloto e as comunicações do ATC como “principais preocupações”.

“Seis anos depois [desde 2017], o que aconteceu?” Homendy perguntou retoricamente. “Nós temos os dados”, ela completou.

O NTSB também continua investigando incidentes de pista errada ocorridos no ano passado, um envolvendo um avião de carga Boeing 757-200 da FedEx em Tulsa, no Oklahoma, e outro um Boeing 737MAX da United Airlines em Pittsburg, na Pensilvânia.

Outras investigações do NTSB de eventos recentes se concentram em um grave incidente de turbulência, em dezembro, ferindo 25 passageiros, com um Airbus A330 da Hawaiian Airlines, e outro caso em dezembro envolvendo um Boeing 777 da United Airlines que ‘mergulhou’ de 2.000 pés para 775 pés em direção ao mar do Oceano Pacífico antes que os pilotos conseguissem recuperar o controle do jato.

Em 2021, o NTSB emitiu um relatório com 25 recomendações relacionadas com turbulência, mas, de acordo com Homendy, todas permanecem abertas.

“Muitas vezes vimos o governo federal e a indústria agirem após um acidente, depois que vidas foram perdidas, uma vez que as manchetes são feitas”, disse Homendy. “Este é um momento realmente desafiador para a indústria”, ela observou. “A indústria está se recuperando da pandemia durante a qual várias pessoas, incluindo meus amigos, se aposentaram ou foram demitidas. Uma nova força de trabalho está chegando e precisa ser adequadamente treinada. Alguns que ficaram de fora durante a pandemia também precisam de retreinamento e nosso espaço aéreo – o mais complexo do mundo – está prestes a ficar ainda mais congestionado [com] drones, mobilidade aérea avançada, ainda mais lançamentos e reentradas no espaço comercial”, discorreu Homendy. [EL] – c/ fontes