FAB intensifica monitoramento aéreo e intercepta mais de 4 mil aeronaves desde 2019 até julho deste ano, com uma tendência de queda desde 2022, em 13.08.24
Em nota no dia 08, a FAB divulgou que, nos últimos anos, por meio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), tem intensificado suas ações de inteligência e monitoramento do espaço aéreo nacional, reforçando a soberania do país com operações 24 horas por dia. Por meio do emprego contínuo de radares, satélites e aeronaves especializadas, a FAB tem atuado de forma incisiva para coibir tráfegos aéreos ilícitos e garantir a segurança do território brasileiro.
O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é o responsável pelo planejamento, coordenação e execução das Ações de Força Aérea voltadas para a Tarefa de Controle Aeroespacial, conduzindo os meios aéreos necessários para identificação, coerção ou detenção dos tráfegos voando no Território Nacional.
Em 2024, até o início de julho, três aeronaves cumpriram a ordem de pouso obrigatório emitida pela Defesa Aérea, enquanto que entre 2019 e 2024, houve 20 casos (0,50% das interceptações) em que foi necessário o uso de disparos durante as interceptações.
Os Estados com o maior número de interceptações em 2024 foram Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo, sendo as principais razões para essas ações a identificação e averiguação de aeronaves suspeitas.
Ao longo dos últimos cinco anos – de 2019 a 2023 -, os números de aeronaves interceptadas têm refletido a intensidade de um trabalho preventivo e integrado entre os órgãos de segurança pública. Foram interceptadas 3.813 aeronaves entre 2019 e 2023, e até julho deste ano o total sobe para 4.020 interceptações.
As interceptações de aeronaves registradas desde 2019:
– 843 aeronaves interceptadas em 2019,
– 984 aeronaves interceptadas em 2020
[aumento de 141 interceptações, ou 16,7%, média acumulada de 913,5 interceptações/ano],
– 1.147 aeronaves interceptadas em 2021
[aumento de 163 interceptações, ou 16,6%, média acumulada de 991,3 interceptações/ano, ou +8,5%],
– 435 aeronaves interceptadas em 2022
[redução de 712 interceptações, ou 62,1%, média acumulada de 852,3 interceptações/ano, ou -14%],
– 404 aeronaves interceptadas em 2023
[redução de 31 interceptações, ou 7,1%, média acumulada de 762,6 interceptações/ano, ou -10,5%], e,
– 207 aeronaves interceptadas até julho de 2024.
Até julho de 2024, a FAB interceptou 207 aeronaves, seguindo uma tendência de queda em relação aos anos anteriores, desde 2022. Extrapolando a parcial de 207 aeronaves até julho, o ano de 2024 poderá registrar cerca de 355 interceptações no ano (de 2024), implicando uma redução de 12,1% sobre 2023.
De acordo com o coronel-aviador Leonardo Venancio Mangrich, vice-chefe do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA) do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a redução no número de interceptações é um indicativo claro da eficiência das ações. “Temos utilizado uma ampla gama de meios e informações provenientes de diversos órgãos de segurança pública e fiscalização para identificar e agir contra tráfegos aéreos ilícitos de maneira preventiva. Ao focarmos em pontos estratégicos e utilizarmos dados de inteligência, estamos conseguindo diminuir a necessidade de interceptações, o que mostra que o trabalho preventivo está sendo extremamente efetivo”, disse o coronel Venancio Mangrich.
Ainda de acordo com o coronel Venancio Mangrich, um dos principais recursos utilizados nesse trabalho é a aeronave de fabricação nacional EMBRAER E-99 (plataforma do ERJ-145), de controle e alarme em vôo, que tem sido fundamental em diversas operações de vigilância. “A presença constante e estratégica dessas aeronaves, aliada a tecnologias avançadas, tais como a utilização de Inteligência Artificial (IA), permitiu uma redução significativa no número de aeronaves interceptadas. Essa queda, no entanto, não reflete uma diminuição dos esforços da FAB, mas sim a eficácia das ações preventivas e de dissuasão”, finalizou o coronel Venancio Mangrich.
Essas operações fazem parte de um esforço contínuo da FAB para garantir que o espaço aéreo brasileiro esteja seguro e sob vigilância constante, com vistas à soberania do País contra qualquer tipo de ameaça aérea.
A interoperabilidade entre os sistemas civil e militar é vital para a eficácia da interceptação. Em muitos casos, o primeiro sinal de uma potencial ameaça vem dos controladores de tráfego aéreo civil, que então coordenam com os Centros de Operações Militares (COPM) existentes nos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA). Este sistema integrado permite uma resposta rápida e coordenada, minimizando o tempo de reação e aumentando as chances de uma interceptação bem-sucedida.
A interceptação segue um processo rigoroso que começa com a detecção de uma aeronave não identificada, ou suspeita, dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA). O controle de tráfego aéreo (civil ou militar) tenta entrar em contato com a aeronave para determinar sua identidade e intenções. Se não houver resposta, ou se a resposta for considerada insatisfatória, são enviados “caças” interceptadores para identificar visualmente a aeronave. Caso a aeronave não responda às tentativas de comunicação e continue a se comportar de maneira suspeita, o próximo passo é o tiro de aviso – um passo antes da detenção em vôo. Este tiro é uma medida dissuasiva, destinada a mostrar à aeronave que ela deve obedecer às ordens emitidas. Este tiro é gravado e auditado para garantir a transparência e a conformidade com as leis em vigor.
A Instrução ICA-100-12, de “Regras do Ar” – tem, no capítulo 4 – de “Regras Gerais”-, item 4.8 , de “Interceptação”, com o Anexo D (“Interceptação de aeronave”) reservado para os procedimentos que devem ser cumpridos por uma aeronave que estiver sendo interceptada e os métodos de interceptação