Fabricantes aeronáuticas se concentram nas questões de gerenciamento de carga de trabalho piloto e operações de tripulação reduzida, em 10.10.21


Em artigo na mídia AIN, Mario Pierobon escreve que o gerenciamento da carga de trabalho do piloto é reconhecido como um assunto importante no treinamento inicial e recorrente, assim como o gerenciamento de recursos da tripulação (CRM). As melhorias no gerenciamento da carga de trabalho de piloto ao longo dos anos foram apoiadas por soluções de automação constantemente atualizadas em plataforma de operação de vôo. As fabricantes de aeronaves estão dando continuidade a essa tendência de automação da cabine de comando, com o objetivo de melhorar a eficiência das operações de vôo e o nível de segurança da aviação executiva.

A mais nova aeronave da indústria da avição executiva, o jato cabine larga Gulfstream, o G700, contará com sidesticks de controle ativo (ACS – Active Control Sidestick) na plataforma de vôo Symmetry Flight Deck, da Gulfstream baseada na plataforma aviônica Primus Epic, da Honeywel) e oferecerá um sistema de alerta e alerta de saturação de pista (ROAAS – Runway Overrun Awareness and Alerting System) bem como um sistema de desempenho de pouso preditivo (PLPS – Predictive Landing Performance System). A suíte Symmetry diminui a carga de trabalho dos pilotos, melhorando assim sua capacidade de voar com eficiência através de um sistema de espaço aéreo global cada vez mais complexo.

“A cabine de comando inclui sidesticks de controle ativo laterais e uma grande quantidade de tecnologia de tela sensível ao toque, o que torna mais fácil e intuitivo para os pilotos fazerem a interface com os sistemas da aeronave. Também padrão para o Gulfstream G700 é o PLPS. Esse sistema fornece aos pilotos um aviso prévio de possíveis excursões na pista, para que eles possam ajustar as aproximações ou arremeter”, divulga a Gulfstream.

Do ponto de vista do gerenciamento da carga de trabalho do piloto, a suíte Symmetry permite a partida e o táxi da aeronave em menos de 10 minutos no G700. Além dos controles laterais ativos (ACS) e 10 interfaces de tela sensível ao toque, a Symmetry possui o sistema de visão sintética EVS-III e dispositivos de controle de cursor montados em pedestal, telas duplas de formato amplo e de standby em tempo integral, freio automático (auto-brake) com várias configurações, radar meteorológico tridimensional RDR 4000 3-D e novos assentos ergonômicos para os tripulantes, de acordo com a Gulfstream.

“Com os ACS, o feedback [a resposta] de força ativo fornece uma sensação e referência de controle clássico de avião, e a simulação dos sidestick interligados mecanicamente evita comandos simultâneos dos pilotos. Os ACS são acionados para trás pelo piloto-automático para fornecer indicação visual de comandos de controle aplicados e da posição da superfície, e são ergonomicamente posicionados e orientados para a posição natural de descanso do braço do piloto”, divulga a Gulfstream.

A Symmetry também simplifica a interface com a cabine de comando, reduzindo significativamente o número de interruptores com 10 interfaces de tela sensível ao toque. A redundância da tela sensível ao toque melhora a confiabilidade do despacho, enquanto o software inteligente de reconhecimento de entrada de dados filtra os inputs incorretos com capacidade intuitiva da fase de vôo, de acordo com a Gulfstream.

Enquanto isso, a Airbus está empenhada em estudos sobre padrões operacionais para tripulantes em vôos de longo alcance. Esses estudos estão em andamento e baseiam-se numa tripulação mínima de dois tripulantes por vôo e estão sendo realizados em conjunto com as autoridades regulatórias e cias. aéreas parceiras.

“Com a segurança e a aceitação social sendo as principais prioridades, nossa missão não é avançar com autonomia, mas explorar tecnologias autônomas ao lado de tecnologias em materiais, eletrificação, conectividade e muito mais”, disse um porta-voz da Airbus. “Ao fazer isso, somos capazes de analisar o potencial dessas inovações para melhorar as operações futuras e, ao mesmo tempo, aproveitar essas oportunidades para melhorar ainda mais a segurança das aeronaves, garantindo que os níveis sem precedentes de hoje sejam mantidos”, completou o porta-voz da fabricante francesa.

De acordo com a Airbus, embora as aeronaves totalmente autônomas ainda estejam a muitos anos de distância, os veículos de mobilidade aérea urbana estão se mostrando uma opção valiosa para iniciar a implantação de operações de aeronaves auto-pilotadas.

“Novos veículos de mobilidade aérea urbana como Vahana foram projetados para integrar funcionalidades de auto-pilotagem desde o início. Isso ocorre porque as missões de táxi-aéreo envolvem vôos curtos ponto a ponto ao longo de uma seleção restrita de rotas usando infraestrutura de pouso limitada, tornando os veículos aéreos urbanos ideais para testar operações auto-pilotadas de aeronaves. Embora a tecnologia ainda não esteja madura o suficiente para transportar passageiros, a autonomia nas operações de aeronaves será, sem dúvida, moldada pela auto-pilotagem, voando em demonstrações de táxi como Vahana”, divulga a Airbus.

Não existe um calendário preciso para essas novas tecnologias, que não estão totalmente maduras, de acordo com a Airbus. “Com base na disponibilidade e maturidade da tecnologia, a primeira aplicação potencial de tecnologias autônomas pode ser em operações de único piloto e apenas durante a fase de cruzeiro”, disse o porta-voz da Airbus. [EL] – c/ fontes