Fabricantes tomam medidas para revitalizar o cenário da produção de aeronaves executivas – aeronaves novas e aprimoradas visam atender o futuro da aviação executiva, em 07.12.25


Em post na plataforma online da AIN no dia 01, o colaborador com cargo de editor da mídia Matt Thurber articulou da movimentação atualmente das fabricantes da aviação executiva em programas de desenvolvimento de novas aeronaves.

O post de Thurber tem título “New and upgraded aircraft aim to serve bizav’s future”, com síntese “OEMs have taken bold steps to reinvigorate the business aviation manufacturing scene” (Aeronaves novas e aprimoradas visam atender o futuro da aviação executiva – fabricantes de equipamentos originais tomam medidas ousadas para revitalizar o cenário da fabricação de aeronaves executivas).

Thurber observa que pode parecer que a fabricantes (OEM) de aeronaves diminuíram o ritmo de desenvolvimento de novas aeronaves, mas sempre há muito mais acontecendo nos bastidores do que é à primeira vista. E aponta que não somente ocorreram dois novos anúncios de programas em 2025, incluindo um de uma nova fabricante e um representando um renascimento – Otto Aerospace e SyberJet, respectivamente -, como as fabricantes tradicionais também estiveram bastante ativas.

Thurber encara que o ano de 2025 marcou a culminação da estratégia da Gulfstream Aerospace de atualizar todos os seus modelos, com a certificação do substituto do G650, o G800 (jato de ultralongo alcance derivado do G700, com 8.200 MN), em abril. A Gulfstream também revelou recentemente o G300, um substituto para o G280, com aviônica da Honeywell e janelas ovais semelhantes às dos jatos de nova geração maiores da fabricante, além de uma cabine 60 cm. mais longa. A fabricação da aeronave, que poderá chegar ao mercado no início de 2028, já está em andamento.

Em termos de novas aeronaves executivas que ultrapassaram o limiar de certificação, houve alguma atividade, incluindo o G800, três modelos da linha Cessna Citation, da Textron Aviation, e o Global 8000, da Bombardier – agora o jato executivo mais rápido já certificado, com velocidade máxima de MACH 0,95, o Global 8000 recebeu a certificação da Transport Canada no início de novembro.

A Textron Aviation acelerou o ritmo de atualizações em sua linha de jatos, e os recém-certificados Cessna Citation CJ3 Gen2 e M2 Gen2 agora são equipados com aceleradores automáticos Garmin. Ambos serão seguidos pelas edições Gen3, contando com o sistema da Garmin de pouso de emergência em vôo automático – Autoland – em 2027. Para não ficar atrás, o CJ4 Gen3 está progredindo em testes de vôo, com certificação prevista para 2026. Esse modelo incorporará o novo ‘pacote’ aviônico touchscreen G3000 Prime, da Garmin. Mais recentemente, a nova versão da popular série XLS, com piso de cabine plana, o Citation Ascend,  recebeu aprovação da FAA. A certificação do turboélice monomotor Beechcraft Denali está agora prevista para o próximo ano, após a aprovação de seu motor GE Catalyst em fevereiro de 2025.

Duas atualizações de turboélices monomotores de alto desempenho populares receberam certificação da FAA este ano: o Epic Aircraft E1000AX e o Pilatus PC-12PRO.

O E1000AX recebeu diversas atualizações, incluindo os sistemas de aceleração automática e pouso automático da Garmin, amortecedor de guinada automático, retenção eletrônica de freio (electronic brake hold) e o modem Garmin GDL-60 com conectividade remota PlaneSync. Outras melhorias incluem uma bateria principal de íon-lítio True Blue Power, janelas CoolView para proteção UV (radiação ultravioleta) e blindagem térmica, e comunicação via satélite Starlink opcional com uma antena Starlink Mini instalada permanentemente. Outras opções incluem o recurso Garmin 3D SafeTaxi e o radar meteorológico GWX 8000 StormOptix.

A Pilatus Aircraft foi a primeira OEM a utilizar o pacote de aviônica Garmin G3000 Prime, e o PC-12PRO inclui plataforma de vôo com cinco telas sensíveis ao toque, que substitui a aviônica Honeywell Apex do PC-12NGX. Assim como muitos outros turboélices de alto desempenho, o PC-12PRO é equipado com acelerador automático e o sistema de pouso automático da Garmin, mas também oferece 45 kg a mais de capacidade de carga, opções adicionais de cabine e pinturas especiais.

Em desenvolvimento, o progresso continua no jato cabine larga de ultra longo alcance o Falcon 10X da Dassault Aviation, que será o de maior porte e com maior alcance da fabricante francesa, com certificação e entrada em serviço previstas apenas para o final de 2027.

O próximo lançamento da Honda Aircraft é o Echelon, que promete desempenho de jato de médio porte em um jato leve. A Honda Aircraft já montou a asa metálica do novo jato Echelon em sua sede em Greensboro, na Carolina do Norte (EUA), e a próxima etapa será a montagem da fuselagem de material composto, que foi terceirizada. Com o design característico do HondaJet com o motor montado sobre a asa, o Echelon promete o desempenho de um jato de porte médio em um jato leve.

Enquanto isso, a fabricante brasileira EMBRAER manteve-se discreta no desenvolvimento de novas aeronaves, mas na feira de aviação executiva americana NBAA-BACE, em outubro, o presidente e CEO da unidade EEJ – EMBRAER Executive Jets, Michael Amalfitano, admitiu a fabricante está estudando ativamente a possibilidade de entrar no mercado de jatos executivos de cabine larga, juntando-se as suas linhas de jatos leve e médios – Phenom e Praetor, respectivamente. Nenhum detalhe adicional foi divulgado, embora Amalfitano tenha afirmado que a EMBRAER não terá pressa em desenvolver tal projeto.

Uma apresentação verdadeiramente inédita ocorreu em junho, quando a Otto Aerospace revelou o Phantom 3500, projeto no qual seus projetistas vinham trabalhando nos últimos três anos.

Projetado para oferecer o desempenho de um jato supermédio em um jato leve, certificado pelo regulamento PART-23, com um peso máximo de decolagem (MTOW) de 8.618 kg (19.000 lb.), o Phantom 3500 possui um volume de cabine superior 800 pés³ (cerca de a 22,5 m³), muito maior do que o de jatos leves típicos, com dimensões internas também significativamente maiores: a altura da cabine é de 6,4 pés (1,98 m.) e a largura de 7,5 pés (2,29 m.), maiores até mesmo do que a média dos jatos supermédios, de acordo com a Otto. Com um alcance IFR pela regra NBAA de 3.200 MN (5.925 km) com quatro passageiros, o jato terá sua altitude de cruzeiro mais eficiente em FL510. O jato será equipado com 2 turbofans Williams International FJ44-4.

Uma característica interessante, única, do Phantom 3500 são suas janelas, ou melhor, a ausência delas. Com exceção de uma janela de observação obrigatória na saída de emergência do banheiro traseiro, as paredes da cabine são aerodinamicamente lisas para promover o fluxo laminar (assim como as asas), e não há janelas na cabine. Os passageiros poderão observar o mundo exterior através de câmeras externas, com imagens projetadas em grandes telas 4K nas paredes e no teto da cabine.

Outra surpresa deste ano foi o retorno do programa SyberJet, trazido pelo ex-CEO da Nikola, Trevor Milton, que adquiriu o programa há dois anos. Com uma célula do SJ-30-2 (atualmente fora de produção, com um fracasso comercial) alongada de 1,2 m., o jato equipado com motores maiores, novos sistemas aviônicos desenvolvidos internamente e controles de vôo fly-by-wire. com capacidade para nove passageiros e custo de US$ 14 milhões, o modelo derivado foi designado SJ-36. O primeiro vôo do SJ-36 está previsto para 2027, com certificação da FAA em 2032. [EL] – c/ fonte