Filme sintético aplicado à fuselagem da Lufthansa Technik e da BASF, para redução de arrasto e redução de consumo de combustível), é certificado pela EASA para aplicação em variantes do B.777, em 22.12.22


A Lufthansa Technik recebeu Certificado de Tipo Suplementar (STC/CST) da EASA para a instalação de “filme” (película) Riblet AeroSHARK em duas variantes do Boeing 777.

Desenvolvido em conjunto pela Lufthansa Technik e pela BASF, o Riblet AeroSHARK é uma estrutura de superfície composta por nervuras (ribs) microscópicas (disso a designação Riblet) que reduz a resistência ao atrito do revestimento de fuselagem de aeronave, diminuindo assim o consumo de combustível e as emissões de carbono em 1%.
No caso específico, o AeroShark significa uma redução anual de cerca de 400 toneladas de querosene e mais de 1.200 toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) em um Boeing 777-300ER. No B.777F (com a fuselagem mais curta derivada do B.777-200), espera-se que o AeroShark forneça uma economia anual de cerca de 370 toneladas de combustível e 1.170 toneladas de emissões de dióxido de carbono.

Com a aprovação, os clientes de lançamento – Lufthansa Cargo (B.777F) e Swiss International Air Lines (B.777-300ER) – podem começar a aplicar a modificação em suas frotas B.777. As primeiras modificações estão programadas para início de janeiro.

A Swiss e a Lufthansa Cargo equiparão sucessivamente todos os seus doze B.777-300ER e onze B.777Fs com o AeroSHARK, e serão, portanto, as primeiras cias. aéreas de passageiros e carga em todo o mundo a otimizar uma sub-frota completa com os filmes AeroSHARK. Uma vez que todos os Boeing 777 da Lufthansa Cargo e da SWISS tenham recebido a modificação AeroSHARK, estes jatos reduzirão a pegada de carbono do Grupo Lufthansa em mais de 25.000 toneladas anualmente.

Um primeiro B.777-300ER equipado com AeroSHARK (matrícula HB-JNH) da Swiss completou o programa de testes de vôo para a certificação agora recebida, e já iniciara operações comerciais diárias em outubro usando uma autorização especial – “Permit-to-Fly” ou “Permissão para Voar” – temporária do Escritório Federal Suíço de Aviação Civil (FOCA), válido apenas para esta única aeronave.

A modificação AeroSHARK no B.777-300ER de matrícula HB-JNH começou no final de agosto e culminou nos vôos demonstração de segurança operacional e operação do Boeing 777 para certificação (STC) com a EASA, em 08 e 09 de setembro. Após estes vôos de demonstração para a EASA, foram várias semanas de avaliação dos dados coletados e outros documentos, como valores medidos de simulações de fluxo. Depois de concluir recentemente a revisão de todos os documentos enviados, a EASA finalmente concedeu o STC/CST para o sistema AeroSHARK no B.777F e -300ER.

“A aprovação do AeroSHARK para as variantes do Boeing 777 é um passo importante na distribuição desta nova tecnologia para maior sustentabilidade no transporte aéreo”, disse Soeren Stark, CEO da Lufthansa Technik. “Com nossa parceira BASF, agora podemos dar suporte a nossos clientes em transformar sub-frotas inteiras mais amigáveis ao ambiente. Além disso, pretendemos realizar o uso da nova tecnologia para outros tipos de aeronaves”, acrescentou Stark. “Somos a única empresa MRO no mundo a oferecer essas soluções para reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO₂ para aeronaves comerciais. Estamos naturalmente muito orgulhosos disso”, completou Stark.

“A realização de tal projeto só é possível através da cooperação em parceria e grande confiança na experiência de cada parte. Juntos, conseguimos desenvolver uma solução sob medida que combina ação econômica e sustentabilidade em igual medida”, explicou o dr. Uta Holzenkamp, diretor da divisão de revestimentos da BASF e nesta posição também responsável por ‘filmes’ funcionais. “Com o filme funcional Novaflex Sharkskin, estamos ajudando nossos clientes a atingir suas metas individuais de sustentabilidade e, dessa forma, tornar a aviação mensuravelmente mais ecológica”, disse Holzenkamp.

A Lufthansa Technik e a BASF pretendem desenvolver o AeroSHARK de forma consistente para outros tipos de aeronaves e superfícies maiores, para que no futuro possam apoiar as companhias aéreas em todo o mundo a atingir suas metas de emissões. Nos cálculos iniciais do modelo, a tecnologia de revestimento sintético – Shark skin ou “pele de tubarão” – em seu estágio máximo de expansão poderia até evitar emissões de CO2 na escala de até 3%. [EL]