Financeira GJC – Global Jet Capital publica suas projeções de mercado de jatos executivos – vendo um mercado balanceado, em 01.11.25
Em post no dia 13 na plataforma online da AIN, a editora da revista mensal da mídia Kerry Lynch repercutiu a publicação do reporte de projeções de mercado de jatos executivos da financeira GJC – Global Jet Capital.
Lynch escreveu que a GJC prevê um crescimento constante do mercado de jatos executivos nos próximos cinco anos, com transações próximas a US$ 40 bilhões em 2025. Além disso, a GJC antecipa que esse crescimento continuará de forma bastante estável nos próximos cinco anos, com uma média de cerca de 4,2% para jatos usados e 2,7% ao ano para jatos novos.
“Estamos vendo um mercado muito bom e equilibrado”, disse Vivek Kaushal, CEO da GJC, para a AIN. “Claramente, viramos a página após a Covid-19, e a história continua a se desenvolver de forma muito positiva e constante”, emendou Kaushal.
No total, a GJC prevê que o volume total do mercado atingirá 3.383 unidades (aeronaves) em 2025 e 3.778 unidades (aeronaves) em 2029, um aumento de 395 unidades (11,7%). Isso se compara a um volume de 3.125 unidades em 2024, com um crescimento em 2025 de 258 unidades (8,3%) e de 653 unidades (20,9%) em 2029 (em cinco anos).
O pico da última década ocorreu com o aumento pós-Covid em 2021, quando as transações de aeronaves usadas dispararam, elevando o volume total de transações para 3.963.
As transações de aeronaves usadas deverão totalizar 2.604 aeronaves (77% do total) neste ano, crescendo para 2.926 aeronaves (77,4% do total em 2029, um aumento de 322 unidades (12,4%), segundo as projeções da GJC.
Já as entregas de aeronaves novas devem atingir 779 neste ano, um aumento de 28 unidades, ou 4,4%) em relação às 746 de 2024, chegando a 852 em 2029, um aumento de 73 unidades (9,4%) sobre 2025.
Em termos de volume financeiro (em US$), o mercado deverá atingir US$ 38,7 bilhões neste ano, dos quais mais da metade (51,9%), US$ 20,1 bi, serão referentes a entregas de novas aeronaves. Isso reflete o equilíbrio entre jatos maiores para aeronaves novas e usadas. Da mesma forma, em 2029, o volume total de transações deverá alcançar US$ 44,2 bilhões, com as entregas de aeronaves novas representando US$ 23,5 bi (53,2%) desse total. O crescimento do volume financeiro será de US$ 5,5 bilhões (14,2%) entre 2025 e 2029. As aeronaves novas terão um aumento de volume financeiro de US$ 3,4 bilhões (16,9%).
“Se você analisar as entregas de aeronaves novas, atingimos o ponto mais baixo em US$ 14,2 bilhões em 2020, e esse valor subiu gradualmente para US$ 19 bilhões em 2024 [um crescimento US$ 4,8 bi, ou 33,8%]. Neste ano, acreditamos que chegaremos a cerca de US$ 20 bilhões, e se considerarmos a proporção entre o ponto mais baixo e o mais alto, de aproximadamente 50% ou um pouco menos de 50%, essa é, na verdade, uma proporção ideal do nosso ponto de vista”, Kaushal disse. Ele mencionou o ambiente de produção com restrições impostas pela Covid-19 e destacou a capacidade da indústria de se recuperar na velocidade em que isso ocorreu. “Acho que isso diz muito sobre a maturidade do setor”, Kaushal afirmou.
Um fator crucial para isso, no que diz respeito às entregas de aeronaves novas, é a carteira de pedidos, que é 62,2% maior do que em 2019, ultrapassando US$ 50 bilhões, com a maioria dos modelos esgotados com mais de dois anos de antecedência. “Tudo isso nos mostra que há estabilidade nessa dinâmica”, Kaushal conclui.
Kaushal também acredita que essa tendência será sustentável, duvidando que o setor sofra um estouro de ‘bolha’ semelhante ao de 2008 e 2009. Kaushal citou o mercado antes da “Grande Recessão” de 2008 e 2009, dizendo que era muito mais “efervescente”. Naquela época, as taxas de produção dobraram de 2003 para 2008, e a relação entre pedidos e faturamento (book-to-bill rate) subiu de 2:1 para 2,5:1.
Hoje, essas relações estão muito mais estáveis, próximas de 1:1. “Temos um setor que está em uma dinâmica realmente estável; novos modelos estão sendo lançados, o que é empolgante, e a demanda é muito sólida”, afirmou Kaushal. “Temos grandes corporações, temos indivíduos com patrimônio líquido ultra-elevado que planejam com anos de antecedência e fazem pedidos. Essas não são pessoas que fazem compras por impulso”, sustentou Kaushal
Essa maturidade agora se reflete no mercado de aeronaves usadas. Aeronaves semi-novas, com menos de cinco anos de uso, e qualquer aeronave de “alta qualidade” não têm dificuldade para serem vendidas, afirmou Kaushal. Mas isso está acontecendo de forma organizada e estável: “Não estamos vendo guerras de lances e, ao mesmo tempo, estamos vendo ciclos de venda muito rápidos”.
Quando a GJC recebe uma aeronave com cinco anos de uso ao final do contrato de leasing, “ela geralmente é vendida em 60 dias após o início do nosso processo de marketing. Estamos vendo um mercado realmente forte”, Kaushal revelou.
Kaushal observou que o mercado deve ultrapassar US$ 40 bilhões em 2026 ou 2027 em vendas totais. As novas entregas devem ultrapassar 800 aeronaves no próximo ano, observou Kaushal, com crescimento em todos os segmentos do mercado de aviação executiva e, particularmente, no setor de fretamento.
Falando sobre o equilíbrio, espera-se agora que as fabricantes de equipamentos novos-originais (OEM) entreguem cerca de 3,5% da base instalada, em comparação com os cerca de 8% em 2008.
“Quando comparamos apenas os números absolutos, não há comparação, pela nossa perspectiva, considerando o cenário de utilização e a natureza global da base instalada atual. Os níveis de produção atuais não são apenas sustentáveis, mas, a longo prazo, apresentam potencial de crescimento”, argumentou Kaushal.
Ele também observou que, no início dos anos 2000, os contratos de compra de aeronaves eram transferíveis, criando um mercado ativo de negociação de posições de entrega. “Havia pessoas fazendo pedidos especulativos simplesmente porque acreditavam que poderiam negociá-los com lucro. Isso não acontece mais. Esse tipo de mercado especulativo e volátil não existe mais”, Kaushal observou. Ele afirmou que esse foi um fator crucial para a onda de cancelamentos de pedidos. Hoje, os cancelamentos são mais pontuais. “Não se vê nada na escala do que acontecia naquela época”, observou Kaushal.
Além disso, a cadeia de suprimentos está controlando a velocidade com que as empresas podem aumentar a produção. “Acredito que a cadeia de suprimentos será uma restrição significativa. Existem, obviamente, problemas na cadeia de suprimentos, mas eles não são tão generalizados quanto eram há três anos”, apontou Kaushal.
Em relação às tendências atuais do mercado, a GJC observou uma mudança no comportamento dos clientes, que agora percebem a necessidade de um planejamento a longo prazo para a aquisição de uma aeronave. “Os prazos de entrega são tão longos que não dá para simplesmente chegar e sair com uma aeronave novinha em folha. Na verdade, você não verá essa aeronave por um bom tempo”, Kaushal destacou. “Mesmo para uma aeronave usada, se alguém realmente deseja uma aeronave com um determinado pedigree — determinada época, desempenho e interior — leva tempo e clareza sobre o que se quer. Portanto, vemos esse processo se tornando muito mais orientado ao planejamento. Nossos clientes estão nos procurando com antecedência para financiamento e pagamentos antes da entrega”, observou Kaushal.
A GJC também está observando “uma resposta extraordinária ao nosso produto de leasing operacional. Ele está ganhando cada vez mais força fora do EUA, à medida que as pessoas percebem o valor de se proteger completamente contra o risco de valor residual e, ao mesmo tempo, realizar pagamentos fixos de leasing, tornando-se uma forma altamente previsível de gerenciar o ciclo de propriedade da aeronave”, finalizou Kaushal. [EL] – c/ fonte
