Fraport Brasil apresenta estudo de avaliação da pista do Salgado Filho, em POA, e previsão de retomada das operações a partir de outubro, com pista operacional de 1.700 m., em 18.07.24


No dia 17, a Fraport Brasil-Porto Alegre postou nota para divulgação do estudo de avaliação da pista (pouso/decolagem) do aeroporto Salgado Filho (SBPA), na capital gaúcha de Porto, e a apresentação do mesmo para autoridades do governo federal.

Segundo a nota, no dia 16 (à tarde), a Fraport Brasil apresentou ao Governo Federal o estudo de avaliação da pista do aeroporto Salgado Filho e a projeção de retomada das operações. A reunião ocorreu no Palácio do Planalto com representantes do MPOR (Ministério de Porto e Aeroportos), da ANAC e mais da Casa Civil e da Secretaria Extraordinária para Reconstrução do RS. Pela Fraport, participaram Stefan Schulte, CEO global da Fraport AG, Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil, e executivos da concessionária/operadora aeroportuária.

Os resultados de um conjunto de testes para avaliação da integridade do pavimento, após a submersão da pista por 23 dias (fato inédito na aviação mundial), elaborados ao longo dos últimos 45 dias, apontaram para necessidade de reconstrução parcial da pista (pouso/decolagem).

O Salgado Filho (el. 30 pés) tem pista (11/29) de 45 x 3.200 m. (sem restrições para distâncias operacionais de pouso e decolagem), de asfalto, com resistência de pavimento PCN 72 e resistência de subleito média, e pressão admissível de pneus máxima média (de até 1,75 MPa, ou 254 psi). A pista tem RESA nas duas cabeceiras, de 150 x 240 m. A cabeceira 11, em elevação de 11 pés (-19 pés/5,8 m. do ARP), tem locação nas coordenadas 29°59’40”S/051°10’59”W, enquanto a cabeceira 29, em elevação de 30 pés, tem locação nas coordenadas 29°59’42”S/051°08’59”W, uma diferença de 19 pés (5,8 m.). A faixa de pista tem dimensões de 280 (=45+235) x 3.320 (=3.200+120) m.

A pista é dotada de luzes de cabeceiras, luzes laterais (bordos) de alta intensidade a cada 60 m. ao longo do comprimento, e mais luzes laterais das pistas de táxi; na cabeceira 11, existem luzes da zona de contato de alta intensidade e sistemas de luzes de aproximação com flash, categoria II (ALSF-2) – a pista 11 dispondo de procedimento de aproximação ILS CAT-II. As duas cabeceiras são dotadas de sistema de luzes de indicação de rampa de aproximação de precisão PAPI.

A pista (11/29) foi estendida em 2022, com aumento de comprimento de 920 m. Anteriormente, a pista (asfaltada) tinha comprimento de 2.280 m. (antes com largura de 42 m., e duas SWY de 60 e 70 m., com pavimento resistência de pavimento PCN 62 e resistência de subleito baixa, e pressão admissível de pneus máxima média, depois com largura de 45 m., com RESA de 90 m., com pavimento resistência de pavimento PCN 74 e resistência de subleito alta, e pressão admissível de pneus máxima média); a cabeceira 11, em elevação de 11 pés (-1 pé/30,5 cm. do ARP), tem locação nas coordenadas 29°59’40”S/051°10’59”W, enquanto a cabeceira 29, em elevação de 11 pés, tem locação nas coordenadas 29°59’41”S/051°09’34”W.

Assim, o aumento do comprimento se deu com deslocamento da cabeceira 29.

Dados de perfil geométrico longitudinal da pista mostram que a pista original de 2.280 m. é em nível (tangente); o prolongamento com deslocamento da cabeceira 29 (pista 11) tem um gradiente (em aclive – upslope) nos últimos 800 m. – mais pronunciado nos últimos 600 m., um desnível de 14,2 pés/4.345 m. (0,724%), de com rampas variadas de 0,8% em 250 m. e de 0,60% nos 350 m. finais (finalizado na cabeceira 29, ponto de maior elevação da pista).

Conforme a nota da Fraport, na parte antiga da pista (de 2.280 m.), em 2.000 m., placa de concreto que fica na base da estrutura foi preservada. Porém, as camadas superiores, até o pavimento, foram comprometidas. Será necessário retirar em torno de 45 cm da camada de asfalto (em trecho de 2.000 m.) para a intervenção de recuperação.

Na parte nova da pista (com um comprimento adicionado de 920 m.), inaugurada em 2022, uma extensão de 500 m. ficou submersa, porém, com impacto menor. Será necessária a recuperação da camada de asfalto, com a retirada e recuperação em torno de 15 cm desse trecho.

As cabeceiras da pista, que apresentam diferentes composições no solo, foram preservadas.

As faixas preparadas, localizadas ao lado da pista e fundamentais para a operação de vôos, não foram comprometidas.

A iluminação da pista, tanto lateral como central já foram recuperadas e estão em condições para pousos visuais, assim que as subestações de energia elétrica, que foram comprometidas com a enchente, forem recuperadas. A substituição de peças e componentes para viabilizar a recuperação e reutilização das subestações já foi iniciada no início de julho.

Para uma operação parcial de pouso e decolagem, a Fraport idealizou como necessário a liberação de 1.700 m. da pista. Para que isso aconteça, a Fraport atuará para a pronta recuperação desta parcela da área.

Foi anunciado também, em conjunto com o Governo Federal, que a retomada da operação no aeroporto ocorrerá em outubro, com 50 vôos diários. Para dezembro, se planeja a completa recuperação do aeródromo.

O “Salgado Filho” (SBPA) tem capacidade pista para 36 movimentos/hora.

Finalizando a nota de esclarecimentos, a Fraport divulgou que as obras de recuperação da estrutura do aeroporto, incluindo a pista (pouso-decolagem) têm custo estimado de R$ 700 milhões.

 A Fraport Brasil reitera que desde o dia 03 de maio, quando as operações de vôo foram suspensas, esteve presente e atuando para a salvaguarda do aeródromo. Quando foi possível acessar as áreas afetadas, começou o processo de limpeza e avaliação dos equipamentos e infraestrutura.

Enquanto aguardando o fim dos 45 dias de testes, que resultou no diagnóstico, a Fraport se adiantou e foi em busca de parceiros e fornecedores para que, assim que tivesse o estudo em mãos, pudesse iniciar os trabalhos de recuperação. Com esses avanços foi possível retomar, desde o dia 15, o atendimento aos passageiros para procedimentos de check-in, despacho de bagagens, embarques e desembarques no aeroporto, enquanto os vôos seguem ocorrendo a partir da Base Aérea de Canoas (BACO/SBCO), a 3,3 MN do Salgado Filho (SBPA). A operadora informa que seguirá atuando para acelerar o processo de retomada e recuperação de toda a infraestrutura aeroportuária, enquanto segue em diálogo aberto com o Governo Federal para que o contrato de concessão seja reequilibrado e possibilite a conclusão das obras.

“A Fraport Brasil reforça o compromisso com o cumprimento do contrato de concessão firmado com a ANAC e a pronta recuperação do Rio Grande do Sul. Em breve devolveremos à sociedade gaúcha um dos melhores aeroportos do Brasil”, é a mensagem de Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil.