Frenesi do mercado da aviação executiva avançando para 2022, segundo líderes do setor, em 18.02.22
Após um frenético 2021, o setor de aviação executiva está mostrando sinais de que o mercado superaquecido está chegando a 2022, apresentando oportunidades, mas desafios em fornecimento, força de trabalho e manutenção, concordaram os participantes de um webinar da NBAA (associação americana de aviação executiva).
O presidente e CEO da NBAA, Ed Bolen, iniciou o webinar “News Hour” (Hora das novidades) de quarta (16) sobre as perspectivas da aviação executiva para 2022, observando que os líderes do setor reconhecem que “nossa indústria está sendo levada ao limite de várias maneiras”, mas ainda tem “muitas coisas interessantes à nossa frente”. Bolen observou que este ponto na indústria ocorre quando a NBAA comemora seu 75º aniversário.
O presidente e CEO da Mesinger Jet Sales, Jay Mesinger, moderou o painel, ‘pintando a imagem’ do estado atual do mercado: “2021 foi um ano sem precedentes para o crescimento de nossa indústria”, concordando que “um número recorde de compradores pela primeira vez está se estendendo por todos os limites”. Mesinger apontou pressões sobre a oferta, mão de obra e a precificação “maluca” que não tem mais relação com as ferramentas tradicionais de avaliação do mercado. “É apenas – o que eu tenho que pagar para entrar neste jogo?”, falou Mesinger.
Em março de 2020, quando a pandemia se enraizou, o sentimento predominante era de que os valores das aeronaves cairiam um pouco. Mesinger acrescentou: “Estávamos olhando para as coisas erradas. O que não entendíamos era a riqueza que ia ser criada durante esta pandemia ou o absoluto desdém das pessoas para entrar [em aeronaves] das cias. aéreas … e que iriam transformar esse desdém e essa riqueza no maior número de compradores que estão entrando em nossa indústria”, resumiu Mesinger.
O resultado foi um “esgotamento completo” do estoque, de acordo com Mesinger. Além disso, alguns pensaram que, quando 2021 terminasse e o desejo de depreciação do bônus ocorrido fosse satisfeito, o frenesi de compras diminuiria. “Mas, aqui estamos em um mês e meio em 2022 e não há menos demanda e nem menos frenesi”, destacou Mesinger. O que está faltando em tudo isso, acrescentou Mesinger, são as operadoras corporativas que estão começando a voar novamente e reconsideram suas necessidades de frota. Com compradores de “primeira viagem”, estes não se apresentam com aeronaves. Operadores corporativos podem trazer um avião e negociá-lo colocando-o no estoque, pontuou Mesinger, falando da dinâmica do mercado de aeronaves. “Então, um pouco mais de oferta, acho que seria uma maneira saudável de criar mais equilíbrio em nosso mercado”, opinou Mesinger.
A oferta limitada está permeando todo o negócio, incluindo a necessidade de atrair mais mão de obra e a pressão para cima nos salários. Sharyl Barden, presidente e CEO da Aviation Personnel International, disse que a remuneração continua a aumentar drasticamente em todos os níveis. “Em todo o país, tivemos a … grande demissão de todos os funcionários. Mas na aviação executiva, [esta situação] é aguda”, declarou Barden. A questão não é necessariamente apenas as demissões, mas também o declínio constante dos grupos de pilotos e técnicos de manutenção que estavam em andamento há anos. “Agora estamos sentindo o efeito disso. Está vindo como uma avalanche. Não temos suprimento suficiente”, avaliou Barden.
“Ciclar” pilotos não é uma proposta rápida, Barden indicou. A aviação executiva precisa recrutar agressivamente, e isso se tornará particularmente importante quando as cias. aéreas começarem a recontratar plenamente. Somando-se, a indústria está coletivamente focada na questão, buscando estágios e outras possibilidades. Barden também enfatizou a necessidade de uma boa gestão e planos de carreira claros para reter os já contratados, juntamente com uma remuneração atraente.
Enquanto isso, o CEO da Jet Linx, Jamie Walker, observou que, embora o mercado esteja trazendo oportunidades, é importante ter um crescimento mensurável e “a qualidade é primordial para nossa marca”. Os operadores devem ser capazes de gerenciar o crescimento. “É difícil em um mercado onde temos sido tão agressivos conseguir os clientes e nunca dizer não, estar do outro lado da mesa, nos preocupar com a qualidade, nos preocupar com relacionamentos de longo prazo com nossos clientes”, Walker, para ressaltar: “É realmente um momento incomum e diferente”.
Walker falou das restrições sobre a composição de frota para ter a capacidade adicional. Operando aeronaves gerenciadas, a Jet Linx viu “um pouco de êxodo”, pois os proprietários aproveitaram ofertas astronômicas e venderam suas aeronaves, mas Walker disse que agora há um pouco de influxo. Em dezembro, Walker informou que sua empresa tinha mais de duas dúzias de aviões em disponibilidade, mas disse: “Poderíamos facilmente ter outros 25 a 30 passando por conformidade agora se houvesse disponibilidade do lado da oferta. Infelizmente, isso tem nos atrapalhado”.
O presidente da Duncan Aviation, Todd Duncan, revelou que está vendo um grande problema com as limitações da cadeia de suprimento. “Tornou-se mais significativo, infelizmente”, disse Duncan, para emendar: “E é tão amplo. Essas limitações estão afetando coisas que sempre estiveram acessíveis, como lubrificantes, a peça como pneu. Além disso, está afetando o despacho”.
Mas o mercado forneceu oportunidades para organizações de manutenção MRO, bem como restrições, disse Duncan, observando que há uma “enorme quantidade de desafios no lado da atividade de MRO, onde nossas backlogs eram normalmente de 30 a 45 dias e agora são seis meses e oito meses. [Isso é] muito difícil para os departamentos de voo planejarem isso – desafios tão únicos, mas realmente notáveis”. [EL] – c/ fontes