Governo da Rússia aloca fundo de US$ 250 mi para recolocação em serviço de 11 jatos do transporte comercial de projeto da indústria russa, em 13.08.22


O Ministério de Indústria e Comércio da Rússia planeja alocar 15 bilhões de Rublos (US$ 250 milhões) para um esforço para restauração de aeronaves desativadas de modelos do transporte comercial da indústria aeronáutica russa, fabricadas na virada dos anos 1990 e 2000, mais exatamente de 11 jatos sendo oito Tupolev TU-204/214, dois Ilyushin IL-96 (para transporte de passageiros) e ainda um jato cargueiro Antonov AN-124-100 Ruslan.

Os planos dimensionam recursos para cobrir a renovação (com troca) de sistemas e equipamentos originais de bordo nos jatos Tupolev por aviônica mais moderna e a certificação complementar da aeronave.

A alocação de fundo para o trabalho de restauração das 11 aeronaves, que foram parqueadas no passado, ocorre quando o sistema de transporte aéreo russo sofre com a escassez de jatos comerciais em situação de poderem voar para destinos estrangeiros sem risco de tomada e reintegração de posse.

Após a deflagração da invasão e ataque na Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o EUA e a União Européia impuseram sanções econômicas à Rússia. Empresas de leasing de aeronaves do transporte comercial ocidentais decidiram pela retomada de suas aeronaves em operação por arrendadoras de transportadoras russas, passando a exigir a devolução de aviões em arrendamento. O governo russo respondeu com instrução às cias. aéreas do país de não devolver e manter a posse de aviões de propriedade das lessoras estrangeiras na Rússia e registrá-los na Rússia. Autoridades estrangeiras pelo mundo apreenderam cerca de 50 jatos Airbus e Boeing operados por transportadoras da Rússia em aeroportos estrangeiros a pedido de seus proprietários. O imbróglio efetivamente restringiu a operação dos aviões em serviços domésticos (na Rússia) e em serviços internacionais em espaço e destinos de alguns países aliados.

Os planos para restauro e recuperação de 11 jatos fazem parte de um esforço mais amplo para trazer de volta ao serviço aviões projetados e fabricados na Rússia, que foram desativados e parqueados por vários motivos – a maior parte, por razão econômica, com a aeronave russa demonstrada simplesmente mais cara de operar do que os equipamentos da Airbus e da Boeing.

Hoje, os custos extras para manter os aviões da indústria ocidental, os “importados”, aeronavegáveis, causadas pela sanção econômica do EUA e UE, tornaram os projetos da indústria aeronáutica russa mais atraentes comercialmente. Privados de acesso a capital ocidental mais barato, os proprietários não podem se dar ao “luxo” do dispêndio da recuperação de jatos Tupolev e Ilyushin, levando à recorrer a fundos do governo.

Um dos proprietários mais proeminentes – a Ilyushin Finance Co. (IFC) – em determinado momento conseguiu a maioria dos negócios de jatos Ilyushin e Tupolev, bem como nos jatos regionais Antonov AN-148/158. Agora, a IFC procura vender alguns aviões usados ​​que ainda possui, incluindo quatro jatos IL-69, sendo dois IL-96-300 e dois IL-96-400T, 11 jatos TU204/214, sendo oito TU-204 e três TU-214, cinco AN-148 e dois AN-124-100.

O governo russo sinalizou a intenção de comprar a maioria destes jatos para posterior transferência para a estatal ROSTEC Corporation, que controla a United Aircraft Corporation (UAC) e fabricantes de aeronaves menores.

A compra dos quadrimotores Ilyushin (IL-96) redundantes de entidades comerciais não é uma prática nova para o governo da Rússia. Em 2012, o governo russo adquiriu dois IL-96-300 ex-KrasAir e, depois de restauração à condição de aeronavegabilidade, os entregou à cia. aérea estatal Rossiya. Mais tarde, a Rossiya incorporou um IL-96-400 restaurado e retrabalhado na sua frota.

Agora, no entanto, em diferença, os aviões não serão destinados para uso posterior para transporte de funcionários do Estado e servidores públicos, mas para operações de passageiros de receita com uma das principais cias. aéreas russas. [EL] – c/ fontes