Governo quer liberar 7 aeroportos do RS para retomar vôos comerciais no Estado, incluindo a Base Aérea de Canoas (BACO), em 10.05.24
O governo federal, pelo Ministério de Portos e Aeroportos, deverá anunciar nesta quinta (09) medidas para reestabelecer parte dos vôos para o Rio Grande do Sul, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo pretende retomar a operação de sete aeroportos regionais do Rio Grande do Sul como alternativa ao aeroporto de Porto Alegre que está alagado e paralisado por tempo indeterminado. O objetivo é operar até 150 vôos semanais. O maior volume de operações deve chegar a Canoas (RS), usando a Base Aérea da Aeronáutica – a BACO. A expectativa do Ministério é começar a operar esses vôos comerciais a partir de segunda-feira (13).
O aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, fechou no último dia 3. O aeroporto está alagado após o alto volume de chuvas que atingiram Porto Alegre e o Estado do Rio Grande do Sul desde a semana passada.
A Fraport Brasil, a operadora sob concessão do Salgado Filho, está estruturando as instalações da Base Aérea de Canoas para os vôos comerciais.
A FAB não informou a data do primeiro vôo com passageiros a partir da Base Aérea de Canoas, mas o Ministério de Portos e Aeroportos espera que as aeronaves operem até o início da próxima semana.
O nível das águas do lago Guaíba, na capital gaúcha, segue diminuindo e agora já está abaixo de 5 m., de acordo com medição realizada na tarde desta quinta (09) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá.
Por volta das 14 horas, o patamar do Guaíba havia chegado a 4,93 m., ante 5,04 m. do início desta manhã e 5,12 m. do dia anterior (08).
Apesar da redução, o lago ainda permanece acima da chamada “cota de inundação”, que é de 3 m. É a primeira vez, desde sábado (04), que o lago fica abaixo de 5 m.
O maior nível já alcançado pelo Guaíba foi registrado no domingo (05), quando o lago chegou aos 5,33 m. Até as enchentes históricas deste ano, o recorde era a marca de 4,76 m., em 1941.
O centro histórico de Porto Alegre permanece com inúmeros pontos de alagamento, principalmente nas áreas mais próximas do Guaíba. O Aeroporto Internacional Salgado Filho e a rodoviária da capital gaúcha seguem totalmente alagados.
Nas últimas horas, foram detectados novos alagamentos no bairro Menino Deus, para o qual a prefeitura da cidade emitiu alerta para evacuação dos moradores.
Segundo projeções do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Guaíba deve levar pelo menos mais 30 dias para recuar a um nível abaixo dos 3 metros. Em 1941, foram necessários 32 dias para que isso ocorresse.
Nas ruas de Porto Alegre, é perceptível que as águas já avançam menos do que nos últimos dias, indicando aparente estabilidade ou mesmo recuando em algumas regiões.
Segundo o boletim mais recente divulgado pela Defesa Civil do Estado, o número de mortos na tragédia chegou a 107, e há um óbito sob investigação. Até agora, há 136 pessoas desaparecidas e 374 feridas. As autoridades locais informam, ainda, que 232,1 mil pessoas tiveram de deixar suas residências. Desse contingente, 67,5 mil estão instalados em abrigos e 164,5 mil se encontram desalojados (em casas de familiares ou amigos).
O Estado do Rio Grande do Sul tem 425 (85,5%) de seus 497 municípios atingidos pelas enchentes. Ao todo, 1,47 milhões de pessoas foram afetadas.